domingo, 31 de maio de 2009

Pedido importante a pais e mães



Daugthers, de John Mayer
I know a girl
Eu conheço uma menina
She puts the color inside of my world
Que põe cor dentro do meu mundo
but she's just like a maze
Mas é como um labirinto
Where all of the walls are continually changed
Onde todas as paredes mudam continuamente
And I've done all I can
Eu fiz tudo que eu posso
To stand on her steps with my heart in my hand
Para seguir as etapas com meu coração em minhas mãos
Now I'm starting to think (SEE)
Agora eu estou começando pensar (ver) que
Maybe it's got nothing to do with me
Talvez não tenha nada a ver comigo
Fathers, be good to your daughters
Pais, sejam bons com suas filhas,
Daughters will love like you do
As filhas amarão como vocês as amam,
Girls become lovers who turn into mothers
Meninas se tornam amantes e depois mães
So mothers, be good to your daughters tôo
Então mães, sejam boas com suas filhas também


Ooh, you see that skin?
Ah, você vê essa pele?
It's the same she's been standing in
É a mesma pessoa que está dentro
Since the day she saw him walking away
Desde o dia que o viu indo embora
Now she's left cleaning up the mess he made
Agora está largada limpando a confusão/bagunça que ele fez
So fathers, be good to your daughters
Então pais, sejam bons com suas filhas,
Daughters will love like you do
As filhas amarão como vocês as amam,
Girls become lovers who turn into mothers
Meninas se tornam amantes e depois mães
So mothers, be good to your daughters tôo
Então mães, sejam boas com suas filhas também
Boys, you can break
Com meninos você pode terminar
You find out how much they can take
Você verá o quanto eles aguentam
Boys will be strong
Os meninos serão fortes
And boys soldier on
Serão soldados
But boys would be gone without warmth from
Mas nunca conseguirão viver sem o calor
A woman's good, good heart
do coração de uma mulher,
On behalf of every man
Em nome de cada homem
looking out for every girl
Que cuida de cada menina
You are the guide and the weight of her world
Você será o deus e o peso do mundo delas
So fathers, be good to your daughters
Então pais, sejam bons com suas filhas,
Daughters will love like you do
As filhas amarão como vocês as amam,
Girls become lovers who turn into mothers
Meninas se tornam amantes e depois mães
So mothers be good to your daughters, tôo
Então mães, sejam boas com suas filhas também

Que a falsidade vá embora!



“E é por isso que eu gosto lá de fora, porque sei que a falsidade não vigora”
(Lupicínio Rodrigues)

Caetano regravou “Felicidade”, de Lupicínio Rodrigues, em 1974.

Do pouco que sei sobre Lupicínio, destaco o fato de ter sido o compositor do hino oficial do “Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense”.

Claro que ele compôs outras coisas boas, mas, que brasileiro, ligado ao mundo do futebol, nunca ouviu: “Até a pé nós iremos, para o que der e vier, mas o certo é que nós estaremos, com o Grêmio onde o Grêmio estiver”?

Porque Lupecinio escreveu “Felicidade”, não sei. Caetano a gravou talvez, simplesmente como homenagem ao compositor, que morreu em 74 ou apenas porque que a letra expressava também seus sentimentos.


Caetano, baiano de Santo Amaro da Purificação, morou no Rio de Janeiro e também na Inglaterra como exilado, de onde retornou ao Brasil em 1972. Gravou a música dois anos após o retorno, no final de um dos períodos mais cruéis da ditadura militar brasileira.

Minha opinião, pensando aqui com meus com meus botões, é que o título da música deveria ser falsidade e não felicidade. Parece claro que falsidade seja a palavra chave do texto e a causa da partida da felicidade para algum lugar distante, atrás de obstáculos que só poderiam ser superados pelo pensamento.

Além disso, embora felicidade rime com falsidade, uma anula a outra. Onde há falsidade a felicidade não se estabelece, a tristeza e amargura reinam.

A letra diz que a felicidade foi embora e, a isso, o autor associa o fato de gostar lá de fora, por saber que a falsidade não vigora.

Falsidade pode ser encontrada em todo lugar. Na família, no trabalho, na escola, na igreja, na denominação, na Bahia, Rio Grande do Sul, no Brasil ou exterior. Não há ambiente de convivência humana no qual não se identifique a presença da falsidade. O problema não é a presença de falsidade, mas o elevado índice de presença dela, a elevada concentração de pessoas falsas por metro quadrado, em detrimento da lealdade.

Sim, em detrimento da lealdade, pois, ainda que o antônimo de falsidade seja sinceridade, é na falta de lealdade que, a meu ver, a falsidade apresenta sua face mais cruel.

Lealdade não significa subserviência, mas transparência. Se penso sim, digo sim; se penso não, é o não que digo. Qualquer postura diferente desta é falsidade, maior assassina da lealdade e grande obstáculo à felicidade.

Ninguém é absolutamente sincero. A absolutização da sinceridade pode ser uma arma contra nós. Então, administramos o pronunciamento de determinadas informações. Entretanto, entre administrar o pronunciamento de informações e agir com falsidade, por covardia ou intenção de prejudicar alguém, há uma longa distância.

O desejável é que nos relacionemos, tendo como mola propulsora o desejo de sermos leais e de banirmos a falsidade do nosso círculo significativo, a fim de que, em vez de cantarmos que a felicidade foi-se embora, que parta a falsidade e que a felicidade reine entre nós e em nós.






sábado, 30 de maio de 2009

Igrejas Batistas e casais não casados civilmente

Seguem dois textos longos referentes a um assunto que interessa a uma parcela pequena, mas significativa de pessoas. Trata-se de recebermos ou não pessoas que são casadas de fato, mas não de direito ou civilmente.
O primeiro texto, LEI DE UNIÃO ESTÁVEL RESOLVE ANTIGO PROBLEMA, foi escrito pelo pastor batista e advogado Nilson Dimarzio.
O segundo, portanto na parte final, é minha opinião sobre o assunto.
Se te interessar, aproveite!!!
LEI DE UNIÃO ESTÁVEL RESOLVE ANTIGO PROBLEMA

Nilson Dimarzio
Adv. OAB/RJ 4.805

"O assunto que trago à consideração dos colegas tem sido objeto de minhas preocupações há algum tempo e creio que também o é para todos os que amam a causa do Evangelho. Refiro-me à situação constrangedora de muitas pessoas que, embora convertidas e assíduas aos trabalhos da igreja, muitas das quais altamente apreciadas por sua conduta cristã, entretanto, são impedidas de pertencer à membresia da igreja; não podem ser batizadas como gostariam, nem participar da Ceia do Senhor; enfim, de participar integralmente da comunidade dos salvos, unicamente por não serem legalmente casadas. E o mesmo impedimento se estende àqueles que, afastados ou excluídos da igreja, gostariam de se reconciliar, mas, pelo mesmo motivo, são impedidos de concretizar tal desejo.

A praxis adotada pela maioria das igrejas batistas no Brasil de não aceitar tais pessoas para o batismo ou reconciliação, baseia-se no princípio bíblico de respeito às autoridades constituídas e de obediência às leis do país, à luz de Romanos 13.1-8, que, aliás, é ponto pacífico entre nós. Mas, seja como for, essa postura adotada cria séria frustração para esses nossos irmãos que se vêem excluídos da comunhão dos salvos, ao tempo em que a mesma postura milita contra o crescimento da igreja, uma vez que esta deixa de receber um número considerável de pessoas que, se fossem aceitas, poderiam somar esforços no sentido de ajudá-la a cumprir sua gloriosa missão no mundo.

Em nossa igreja, em Vila Mury, há diversas pessoas convertidas e de bom testemunho, sem poderem ser batizadas, o que cria um certo constrangimento. Há poucos dias, ao anunciar que no Culto da Páscoa, iríamos celebrar a Ceia do Senhor, um distinto casal, que está aguardando o batismo, mas impedido pelo motivo acima exposto, nos disse que não estaria presente, porque todas as vezes em que a Ceia é celebrada, eles se sentem como que discriminados e entristecidos por não poderem participar.

Em Petrópolis, na igreja que pastoreei por dezessete anos, o diácono Juvenal Teixeira Bastos e sua esposa, tiveram de esperar durante 18 anos, até que morresse o ex-marido de d. Aurora, (a esposa), para que ambos pudessem ser batizados e assim participar ativamente igreja, em que sempre foram alvo da admiração de todos, pela conduta exemplar de ambos, como crentes consagrados. E quantos outros neste imenso país não estarão na mesma situação constrangedora? São salvos por Cristo, mas estão impedidos de participar da comunhão dos salvos.

Entretanto, com a legalização da União Estável, tal situação poderá mudar. A Constituição Federal (art. 226, parágrafo 3º) define união estável como sendo a entidade familiar entre um homem e uma mulher. No mesmo sentido o Código Civil (art. 1723) acrescenta a este conceito que a união seja duradoura (independentemente do tempo em que o casal está junto), pública (que as pessoas tenham conhecimento), contínua (sem interrupções significativas) e com o objetivo de constituir família ( que é a comunhão de vida e interesses).

A Lei 9.278 de 10 de maio de 1996, regula o parágrafo 3º do artigo 226 da Constituição Federal, cujo texto é o seguinte:

Art. 1º É reconhecida como entidade familiar a convivência duradoura, entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura, estabelecida com o objetivo de constituição de família.

Art. 2º São direitos e deveres iguais dos conviventes:
1- respeito e consideração mútuos,
2- assistência moral e material recíproca,
3- guarda, sustento e educação dos filhos comuns.
Art. 3º (Vetado)
Art. 4º (Vetado)


Art. 5º Os bens móveis e imóveis adquiridos por um ou por ambos os conviventes, na constância da união estável e a título oneroso, são considerados fruto do trabalho e da colaboração comum, passando a pertencer a ambos, em condomínio e em partes iguais, salvo estipulação contrária em contrato escrito.
Art. 6º (Vetado)

Art. 7º Dissolvida a união estável por rescisão, a assistência material prevista neta Lei será prestada por um dos conviventes ao que dela necessitar, a título de alimentos.

Parágrafo único Dissolvida a união estável por morte de um dos conviventes, o sobrevivente terá direito real de habilitação enquanto viver ou não constituir nova união ou casamento, relativamente ao imóvel destinado à residência da família.

Art. 8º Os conviventes poderão de comum acordo e a qualquer tempo, requerer a conversão da união estável em casamento, por requerimento ao Oficial do Registro Civil da Circunscrição do seu domicílio.

Art. 9º Toda a matéria relativa à união estável é de competência do juízo da Vara de Família, assegurado o segredo de justiça.

Art. 10º Esta Lei entrará em vigor na data da sua publicação.

Art. 11º Revogam-se as disposições em contrário.

A jurisprudência tem dispensado especial atenção aos elementos fáticos presentes em cada caso concreto posto a julgamento, examinando se restou demonstrado que os conviventes postulantes ao reconhecimento de união estável: a) mantiveram pública convivência, longa e duradoura, de forma notória, sob o mesmo teto, com vistas à constituição de família; b) demonstrando estabilidade e vocação de permanência, ou seja, compromisso claro e propósito de continuidade da vida em comum; c) estando desimpedidos legalmente para o matrimônio (muito embora em não estando, serem reconhecidos direitos patrimoniais); d) amealharam patrimônio após a união, pelo esforço comum, que se presume; e) constituindo prole, ou não; f) com afetividade, fidelidade, respeito e mútua assistência material e moral, dentre outras particularidades.

Ante o exposto, com o advento da Lei de União Estável, as igrejas poderão, se quiserem, receber por batismo ou por reconciliação, as pessoas convertidas e de boa conduta cristã que até aqui sentem-se constrangidas em nosso meio, em razão da praxis por nós adotada. E, sem qualquer receio de ferir a legislação, uma vez que a união estável tem o respaldo legal ao ser alçada à condição de entidade familiar, e, portanto, valorizada e em várias situações equiparada ao casamento.

Ao decidirem por essa nova posição, as igrejas certamente experimentarão maior crescimento, uma vez que há um número considerável de pessoas a espera de uma oportunidade como esta, de poderem cooperar com a igreja sem qualquer impedimento ou restrição.

Era o que eu tinha a dizer sobre este assunto que deixo à consideração dos colegas para o seu pronunciamento."
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Pra mim, a lei é solução, ainda que desnecessária.

1. A Lei da União Estável é solução –

Sim, pode ser vista como solução simplesmente porque, para aqueles que não tem a percepção conforme descrevo a seguir, a referida lei abranda o sentimento de culpa gerado pelo entendimento do “desrespeito às autoridades” e fortalece o argumento de quem acredita que poderia receber como membro, mas não avança, em função do pensamento ou prática estabelecidos em nosso meio e dos desgastes políticos para quem ousa fazer diferente.

2. A lei da União Estável seria desnecessária

2.1. Porque, se é verdade que devemos respeitar o princípio da autoridade, é verdade também que defendemos a separação entre igrejas e Estado.
2.1.1. Quanto ao princípio de separação, ele precisa ser analisado à luz do seu significado na Inglaterra do séc. XVII, onde havia UMA igreja oficial, sob o comando de um mesmo chefe, o Rei da Inglaterra. Isso não ocorre no Estado Brasileiro, no qual, tanto não temos um chefe para Estado e Igreja, quanto não temos somente uma igreja e muito menos igreja oficial. Então, se as realidades são diferentes, as implicações do princípio precisam ser revistas à luz da nova realidade.

2.1.1.1. (Tenho pensado no assunto e creio que em nossa realidade precisamos começar a pensar também na separação entre igrejas e empresas, pois tanto igrejas batistas, quanto organizações da denominação, num contexto de mercado, começam a viver uma relação de dependência tal do capital empresarial (seja de empresas da denominação, seja de terceiros) que pode deixar a própria igreja sem autoridade para criticar e combater os "crimes do mercado", como na Inglaterra a igreja não tinha espaço para criticar e combater os "crimes do Estado". Mas esse é outro assunto)

2.1.2. Na compreensão que tenho de Estado, seria impossível a separação, pois a igreja faz parte do Estado. A igreja não é um Estado soberano dentro de outro Estado soberano. Soberano é o Estado brasileiro e a igreja se submete às leis brasileiras. Se não quiser submeter-se que viva na clandestinidade e sofra as consequências que a lei impõe.

2.1.3. O que deve ser separado é a ingerência do governo na administração das igrejas, bem como das igrejas na administração dos empreendimentos do governo, pois igrejas e governo se regem pelas leis do mesmo Estado. Sendo ambos – igrejas e governo – submissos as mesmas leis que regem o Estado, havendo insatisfação que a luta seja travada no legislativo, para que as leis sejam adequadas.

2.2. Porque receber como membro que não está casado legalmente não é um desrespeito à lei ou a autoridade, simplesmente porque não faz parte da lei, exigir que uma igreja não receba quem vive maritalmente sem amparo legal.
2.2.1. As igrejas batistas, a meu ver, adotaram este procedimento por conveniência política . Lembremo-nos de que, até o estabelecimento da República, o casamento reconhecido era o realizado pela igreja católica. Com o surgimento do casamento civil, foi bastante interessante, politicamente, para os protestantes (incluindo, portanto os batistas), que estavam chegando ao país e eram perseguidos, enfatizar o casamento civil, justamente para enfraquecer o casamento reconhecido pela Igreja Católica e fortalecer o nascente “Estado leigo”.

2.3. Porque simplesmente não existia casamento civil nos tempos bíblicos.

2.3.1. Honestamente, um dos discursos mais ignorantes ou sem reflexão que ouço é o tal do casamento bíblico. Não confunda casamento bíblico com princípios bíblicos para o casamento. O primeiro centraliza-se numa leitura que desconsidera a cultura de cada tempo e local; o segundo filtra princípios universais para o bem viver, inclusive no casmento.

2.3.1.1. Primeiro, em que pese meu respeito e amor pela Bíblia, uso com muita reserva o adjetivo “bíblico”. Pra mim, ele passou a ser um “abracadabra’, um instrumento de coação psicológica de líderes religiosos, sempre que lhes falta argumento que atenda a necessidade de sentido existente na mente de todos nós. Quando o que afirmamos não faz sentido e nos falta argumentos, usamos como recurso a afirmação “ é bíblico”, enchemos o ouvinte de sentimento de culpa, caso não siga n osso modo de pensar ou o tratamos como rebelde, diabólico ou herege;

2.3.1.2. Segundo, porque os casamentos dos tempos bíblicos não têm nada a ver com os do nosso tempo.

2.3.1.2.1. Não era democrático. A pessoa não escolhia com quem casar, quem escolhia era o pai e as vezes um representante do pai, como no caso da escolha de Rebeca para Isaque;
2.3.1.2.2. Não era gratuito. O interessado, como no caso de Jacó, teve que trabalhar de graça para casar-se com Lia e Raquel;

2.3.1.2.3. Não havia namoro. Quando Rebeca chegou de sua terra, encontrou-se com isac e foram direto, sozinhos, pra “barraca” se “conhecerem”.

2.3.1.2.4. Não havia cartório. Era fruto de entendimento entre as famílias (ou do homem interessado e o pai da noiva, como no caso de Jacó).

2.4. Porque há situações que exigem a aceitação de pessoas que não são casadas no civil.

Exemplo: A igreja Emanuel em Boa Viagem, no Recife, iniciou uma congregação numa comunidade que surgiu numa invasão. A igreja trabalhou junto à liderança comunitária e autoridades municipais para conseguir energia elétrica e escola, por exemplo. Mas a comunidade era paupérrima. Então, havia muitos casos de mulheres que se convertiam, cujos maridos não se convertiam e ambos não eram casados legalmente. Por ela a situação se regularizaria, inclusive com a ajuda da igreja, mas ele não aceitava. A igreja decidiu batizá-las.

Por essas razões, se na vigência da legislação anterior, conquanto fosse bom e até necessário o casamento civil (não havia teste de DNA, por exemplo), na lei atual é ainda mais desnecessária tal exigência, para que uma pessoa se torne membro de igreja batista.
(Quanto a fornicação, ela não se aplica, a meu ver, a união estável. Ela tem a ver com o exercício irresponsável da sexualidade. Mas esse é outro assunto).

E você, o que pensa? Coo sua igreja trata o assunto? Deixe seu comentário!

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Transparência: gastos públicos serão divulgados na internet

Bem que nossas organizações batistas poderiam estar na vanguarda da transparência.
Entretanto, enquanto "os filhos da luz" vão resistindo ou se omitindo o quanto podem para tornar inteligível aos simples mortais, fiéis dizimistas de nossas igrejas, as informações que a eles deveriam ser dadas por questões de ética, os "filhos das trevas" estão sendo mais hábeis (ou ágeis).
Parece que o poder de clamar das pedras é maior do que o poder dos nossos corações de carne!
Veja que notícia importante para o Brasil
"O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou nesta quarta-feira (27) lei complementar que obriga os governos federal, estaduais e municipais a tornarem disponíveis na internet receitas e gastos.
O texto determina a disponibilização, em tempo real, de informações sobre a execução orçamentária e financeira da União, Estados, Distrito Federal e municípios.
Um dos objetivos é dar transparência à administração pública, além de incentivar a participação popular e a realização de audiências públicas na elaboração de planos e diretrizes orçamentárias.
Os entes federativos terão de disponibilizar o acesso a informações, para qualquer pessoa física ou jurídica, sobre a execução de despesas (bem ou serviço fornecido, nome do beneficiário do pagamento, processo licitatório) e a arrecadação (lançamento e recebimento de toda receita, inclusive recursos extraordinários).
A lei também diz que, para assegurar a transparência na gestão fiscal, deve haver incentivo à participação popular na elaboração dos orçamentos públicos, com a realização de audiências públicas, e adoção de sistema integrado de administração financeira e controle.
A lei prevê prazos para os entes federados colocarem a medida em prática: um ano para União, Estados, Distrito Federal e cidades com mais de cem mil habitantes, dois anos para municípios de 50 a 100 mil habitantes e quatro anos para cidades com até 50 mil habitantes.

O gestor que não divulgar as informações poderá ter congelado o repasse de verbas federais.
Qualquer cidadão, partido político, sindicato ou associação pode denunciar aos tribunais de contas e Ministério Público quem não estiver cumprindo a lei.O texto será publicado no Diário Oficial da União desta quinta-feira (28)."

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Ioga na Índia e no Brasil




Viver

Manhã, tarde e noite,
Manhã, tarde e noite,
Manhã, tarde e noite,
Manhã, tarde e noite...

Dia, mês e ano,
Dia, mês e ano,
Dia, mês e ano,
Dia, mês e ano...

Por que ser bom?
Por que ser mau?
Por que ser diferente?
Por que ser igual?

Experiências estranhas...
Sensações contraditórias...
Compromissos absurdos...
Sentido irracional...

Leis, regras, normas e costumes...
Liberdade, comunhão e consciência...
Correntes, cadeados, muros e arames...
Decisões, malícia e inocência...

11/06/98
Edvar Gimenes de Oliveira
Cpyright

Quando o Senhor nos fala

Quando o Senhor nos fala,
Algo novo acontece
Há mudanças em nossas vidas
Que nada pode evitar
Se nos dispomos a ouvir
Se nos dispomos a obedecer

Nem sempre temos certeza
De que Ele está falando
Mas se abrirmos o coração
As dúvidas se dissiparão
E firmes continuaremos andando
Edvar Gimenes de Oliveira
Copyright

Nossas faces

Uma pessoa tem muitas faces.
A face que ri,
A face que chora,
A face cansada,
A face estressada

A face maquiada
A face amargurada
A face aflita,
A face culpada,

A face feliz
A face triste
A face pacífica
A face irritada

A face sonolenta
A face atenta
A face desconfiada
A face confiante

A face esperançosa
A face frustrada
A face disfarçada
A face estampada

Temos infinitas faces.
E elas simplesmente são
Aquilo que está no coração.
Podemos tentar disfarça-la,
Mas basta um minuto de desatenção
Para que ela revele o que realmente é,
O que predomina no coração,
Naquele momento de vida.

Temos faces que usamos para agradar,
Para cada tipo de pessoa,
Para cada tipo de situação
Assim, a face que ri se transforma
Na face raivosa, dependendo
de quem,
de onde,
de com quem,
de para que...

Nossas faces se metamorfoseiam
Conforme as expectativas que temos
Das expectativas alheias.

Nossa política pode determinar nossa face
Mas não pode mudar a verdade do coração.
E porque queremos usar faces adequadas
às pessoas e situações,
nos estressamos, nos desgastamos
e ela, espelho da alma, acaba revelando,
mesmo que não queiramos ou percebamos,
quem realmente somos.

Só há uma face bonita.
É a face do coração sincero.
Que não tem medo de aparentar o que é.
Que assume sua humanidade
E seus esteriótipos de beleza e feiura,
De sucesso e fracasso.
É quando a face retrara a realidade do coração
Que nos tornamos pessoas mais bonitas,
Ainda que, esteticamente,
Alguém não nos aprecie.

E quando assumimos que a face deve retratar nosso coração,
Ela se apresenta mais frequentemente feliz
E se torna mais perenemente bonita.
Se não agradar na primeira impressão,
Certamente agradará na convivência,
Pois a beleza do coração,
Que sobrevive ao sol,
à chuva,
ao frio
e ao calor,
À primavera,
ao verão,
ao outono
e ao inverno,
Nos torna mais agradáveis,
Mesmo quando a plastica do rosto,
Não mais oferecer resistência.
Edvar Gimenes de Oliveira
Copyright

Idéias, patrimônio da humanidade

Idéias...
Não existe exclusividade;
São um patrimônio da humanidade:
Um pensa aqui...
Outro pensa ali...
E outro pensa acolá.
Idéias.
Não existe originalidade;
São um patrimônio da humanidade:
Alguém já pensou ontem;
Hoje serão pensadas por outrem.
E amanhã...
Idéias.
Não existem proprietários;
São um patrimônio da humanidade:
Um pensou e registrou;
Outro não leu - mas também já pensou.
Quantos pensaram sem registrar?
Idéias.
Não adianta alimentar a vaidade;
São um patrimônio da humanidade:
Quem pensa, tem!
Quem registra, ajuda!
Que lê, se enriquece!
Idéias.
Quem as produz, pensa com humildade,
Pois são um patrimônio da humanidade.
Bem elaboradas, são desencadeadoras,
Conseqüentes e motivadoras.
Idéias.
Estudá-las, é aperfeiçoar a vida;
É enriquecer o patrimônio da humanidade;
Aplicá-las, é modificar o mundo;
É construir uma nova realidade.

Informativo Americano Batista 18 de maio de 1994
Edvar Gimenes de Oliveira
Copyright

Dona Maria

Antes do sol nascer,
ela acorda todo dia
e para o trabalho sai,
com a barriga vazia.
Lá no canavial,
com um facão afiado,
enriquece o usineiro,
em troca de algum trocado.

Ao anoitecer,
cansada de trabalhar,
ela retorna pra casa,
com uma esperança no olhar.
Nos lábios um riso amarelo,
o facão pendurado na mão,
lá vem a bóia-fria,
em cima de um caminhão.

Entra ano, sai ano,
todos os dias da vida,
vai e vem dona Maria,
vegetando, empobrecida.
Lenço velho na cabeça,
cabelos se embranquecendo,
rugas marcando o rosto
e ela sobrevivendo.

Setembro de 1997 - UFPE - Homenagem aos bóias-fria
Edvar Gimenes de Oliveira
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Feliz Natal

Os caminhos das nossas vidas se cruzaram no passado,
rápida ou demoradamente, não importa...
Você levou um pouco de mim e
eu fiquei com um pouco de você.
E Ele - Jesus - foi a razão do nosso encontro.

Nas bifurcações da vida, nos distanciamos,
Mas, no coração, as marcas continuaram vivas.
E não importa o quão distantes estivermos, um do outro,
as lembranças continuarão vivas,
umas agradáveis, outras, desagradáveis, talvez,
mas lá estarão elas, sempre sinalizando,
sempre nos recordando que,
eu vivi na sua vida e
você viveu na minha vida;
eu cresci com a sua vida e
você cresceu com a minha vida e
sem que, talvez, tivéssemos consciência,
sem que, talvez, esta fosse a intenção,
eu aprendi algo com você e,
comigo, algo você aprendeu.

Hoje é natal.
Os nossos caminhos se cruzam novamente.
Mais tecnológico, mas não menos afetivo,
virtual, mas, paradoxalmente, profundamente real.
E ele - Jesus - novamente, é a razão do nosso encontro,
Afinal, "nele vivemos, e nos movemos e existimos";
Ele é o nosso natal.
Nosso Feliz Natal!
Edvar Gimenes de Oliveira
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O pastor é um só

Na família sua presença é fundamental
como esposo, amigo e pai...
É a hora do lazer,
É a ajuda nos estudos,
É o cultinho doméstico.
É a companhia que dá segurança...

MAS O PASTOR É UM SÓ,
sua hora é de sessenta minutos,
sua semana é de sete dias,
seu dia é de vinte e quatro horas,
seu ano é de trezentos e sessenta e cinco dias...

Na igreja sua presença
é solicitada interminavelmente.
são as crianças, os adolescentes, os jovens,
as famílias, as uniões, os corais,
as formaturas, aniversários, casamentos,
os acampamentos e os funerais.
Todos se sentem prestigiados
quando ele se faz presente
e se não pode comparecer
com certeza alguém se ressente,

MAS O PASTOR É UM SÓ...

Na denominação as organizações são muitas
e todas contam com ele.
É a administração da obra denominacional,
são as infindáveis reuniões,
são os encontros, congressos...
são as outras igrejas,
as séries de conferências...
Todos se sentem prestigiados
quando ele se faz presente,
mesmo não sendo o orador...
e se esquecem que ELE É UM SÓ...
...e é pastor !

(Junho de 1995, a propósito dos que afirmam que pastores só vão aos congressos
se forem os oradores).
Edvar Gimenes de Oliveira
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A mágoa

Ah! mágoa, esse sentimento profundo que corrói a alma;
que pressiona o coração querendo empurrá-lo para fora do peito;
que enrijece os músculos faciais;
que espreme os olhos exigindo que lágrimas brotem;
que embarga a voz, pressionando a garganta;
que nos faz desejar desaparecer da presença da vida
e nos empurra em direção ao solo
fazendo-nos sentir um nada.

Ah! mágoa, esse sentimento profundo que corrói a alma;
Que pressiona nossas pregas vocais querendo explodir um grito;
Que empurra nossos punhos em direção ao nada;
Que impulsiona nossas pernas rumo ao desconhecido,
Para não atingir em cheio aquele que nos magoou;
Que nos faz ficar cegos diante da realidade;
Que nos afasta de pessoas amigas,
E se transforma em amargura nociva, destruidora.

Ah! Mágoa. Até quando ficarás instalada dentro do peito?
O que esperas para se diluir e deixar que o alívio tome conta do coração?
Até quando suportarás a dor por aprisionar o perdão?
Até quando deixarás aflito quem te gerou
E farás infeliz aquele que te guardou?
Edvar Gimenes de Oliveira
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Ser pastor

Ser pastor
é experimentar o gosto
de sentimentos opostos;
é estampar no rosto
a serenidade que
tranqüiliza o aflito
e deixa rolar a lágrima
que substitui o grito;
é sorrir, chorar,
se solidarizar.
Ser pastor
é viver momentos
de glória, de aplausos,
de reconhecimento;
é viver momentos
de desprezo, de críticas,
de esquecimentos;
é sentir o perfume
da rosa por ele cultivada;
é sentir a dor do espinho,
ver escorrer o sangue
e prosseguir na jornada.

Ser pastor
é sentir no púlpito
o peso da responsabilidade;
é fazer da alegria alheia
a sua própria felicidade;
é ouvir cada um
em suas ansiedades
e nem sempre ter alguém
para compartilhar suas
necessidades.

É ser pai,
ser amigo,
ser irmão;
é ter o poder
de influenciar uma multidão
e saber experimentar
o gosto da solidão.

Ser pastor
é não ter palavras
em algumas situações;
é emprestar os ouvidos
para desafogar corações;
é agir com doçura,
com firmeza (e até com dureza)
Movido pelo amor.
Isso é ser pastor.
Edvar Gimenes de Oliveira
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(Acampamento Batista Silvânia, Aldeia , PE, 1993?)

A crise do ser

Não somos o que aparentamos,
nem somos o que pensamos que somos.
Para uns, somos o que outros dizem que somos;
Para outros, somos o que dizemos que somos.
Afinal, quem somos?

Uma coisa é o que nossos amigos dizem que somos,
Outra coisa é o que dizem nossos inimigos...
Uma coisa é o que dizem os que conosco convivem,
Outra coisa é o que dizem os que nos vêem esporadicamente.

O que fomos ontem, podemos não ser hoje,
E amanhã nem sabemos se seremos...
E nessa crise entre o que somos,
O que pensamos que somos,
o que outros pensam que somos,
e o que dizem que somos,
continuamos a viver,
acreditando que somos
ou tentando ser!
Será que somos?

Edvar Gimenes de Oliveira
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Pra que as mulheres?

Para estar com elas
Para brigar com elas
Para lutar por elas
Para amar a elas

Para estudar sobre elas
Para chorar com elas
Para sofrer por elas
Para fugir delas

Para sonhar com elas
Para competir com elas
Para olhar para elas
Para ser controlado por elas

Para ser pai dos filhos delas
Para pagar as despesas delas (?)
Para se endividar por elas
Para viver para sempre com uma delas

E amar a que achamos mais bonita e melhor delas
Edvar Gimenes de Oliveira
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O futuro no qual creio

Eu não creio num futuro,
nem num novo amanhã,
construído sobre o nada.
Num futuro que será melhor,
só porque assim anseia
o meu coração.
Creio no presente,
na ação bem consciente,
na escolha amadurecida,
na decisão comprometida.

Eu não creio num futuro,
prometido por terceiros,
que desfrutam suas vidas
em melhores condições.
Creio no presente,
nas promessas que me faço,
nas oportunidades que descortino,
nos caminhos que construo.

Eu não creio num futuro,
que embebeda o meu presente
em sonhos e ilusões,
em falsas esperanças,
em falsas motivações.
Creio no presente,
no dia-a-dia da gente,
na palavra que é magia,
na mão estendida ao carente.

E se disserem que sou descrente,
desmentirei com um grito!
Direi que acredito
num futuro melhor.
Que é fruto dum presente,
no qual aquele que é crente
vive sem se preocupar
Edvar Gimenes de Oliveira
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Momentos de decisão

Meu coração está em tuas mãos,
Mostra-me, pois, a melhor direção;
Sou servo teu, quero acertar,
Nas minhas escolhas, vem Senhor ajudar!

Que o teu amor possa reger,
Meus sentimentos, minha razão.
E que a paz em meu interior,
Possa selar tua aprovação.

Edvar Gimenes de Oliveira
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Em 17/07/99 Vamos ou não prá Natal?

Oração da manhã

Senhor,
Dá-me um dia de paz,
Dá-me um dia de amor,
E se tiver que sofrer,
Ajuda-me a compreender;
Se uma grande dor vier,
Ajuda-me a suportar,
E a despeito da crise,
Que eu continue a te amar.
Edvar Gimenes de Oliveira
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Creio

Creio,
Mas não falo,
Apenas vivo.

Creio em idéias
Que não podem ser expressas,
Apenas vividas.

Creio em idéias
Cuja elaboração levou anos
Cujas conclusões são fruto
De reflexão, de confronto
Com a realidade.

Mas continuo crendo.
Crendo num Deus amoroso
Que por Ter propósitos grandiosos
Não reage a picuinhas do pensamento
e do discurso humanos

Creio na força da fé, da solidariedade
Do compromisso com a vida;

Creio no Cristo cuja vida
não pode ser contida em palavras humanas
nem percebidas em sua plenitude
por seres limitados.

Por reconhecer que não posso
Expressar as idéias em que creio, decidi viver.
E ao pensar, decidi pensar saídas
Para viver mais feliz
E fazer as pessoas mais felizes.

Creio ser bobagem pensar para provar
Que o que penso é mais lógico ou verdadeiro
Do que o pensamento alheio.

Creio que devo continuar pensando
e confrontando o que penso com o que os outros pensam
a fim de fazer brotar pensamentos
que iluminam relacionamentos saudáveis
com o outro, com a natureza
e com o absolutamente outro.

Se pensando eu puder fazer alguém mais feliz,
Terá valido a pena pensar,
Olhar no vazio,
Invadir meu mundo interior,
Em busca de mais felicidade.
Edvar Gimenes de Oliveira
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Na madrugada da vida

Na madrugada da vida o sono também se vai.
E nos mexemos de um lado para o outro tentando reencontrá-lo.
Procuramos a posição mais confortável,
Mas nenhuma delas parece satisfazer as necessidades do corpo.
E o espaço se torna pequeno e os lençóis inconvenientes.
O travesseiro endurece, fica desconfortável.
E não há com quem conversar.
Gente tão próxima de nós
Não percebe a nossa nagústia.
E tememos perturbá-la com a nossa intrometida insônia.
E olhamos para o lado e para cima
E vemos somente a escuridão.
E o silêncio mortífero faz com que ouçamos coisas...
...coisas que não estamos acostumados a ouvir.
Coisas que somente a solidão de um momento de insônia
É capaz de fazer com que pensemos em profundidade.
E diante dos novos sons passamos a ouvir a voz do coração.
E pensamos no que seriam tais barulhos.
E pensamos nos barulhos da nossa alma.
E nossa mente se alegra,
Se entristece,
Se perturba
Se tranquiliza,
Planeja,
E se desorganiza.
E nos viramos de um lado para ou outro
Como se o sono estivesse do lado de lá.
E achando sempre que é do outro lado que ele está,
Ficamos a nos mexer, pra lá e pra cá, pra lá e pra cá...
Mas parece que é pura ilusão.
Ele não está ali, nem acolá.
Ele está aqui, bem onde estou.
Mas a escuridão da noite não me deixar enxergar.
E na madrugada da vida procuro uma solução
Pra reencontrar o sono perdido
Que incomoda o coração.
E possuido pela vontade de dormir,
Deixamos de lado o colchão.
E procuramos outros espaços.
Uma saída...ou quem sabe, uma entrada.
Faz-se xixi pensando-se em exorcizar algum peso,
Ingere-se água pensando-se em revigorar a vida.
E há quem escreva,
Tentando dar ou encontrar significado
Para uma madrugada da vida
Que certamente será vencida
Pelo raiar do sol.
Sol que trará consigo
Um dia com possíveis surpresas
E sem dúvida, cansasso e sonolência.
Mas outras madrugadas virão.
E não serão somente de insônia.
Serão de repouso tranquilo,
Depois de abraços ofegantes
E beijos apaixonoados,
Que nos fazem acreditar
Que as madrugadas da vida
São feitas pra se dormir,
Se acordar,
Se remexer,
E se amar.
E que ao final de cada uma delas,
O sol sempre há de brilhar.

Edvar Gimenes de Oliveira
Coral Springs, Madrugada de 30.03.2004
Copyright

You Raise Me Up (Você me levanta)



Josh Groban

When I am down and, oh my soul, so weary
Quando eu estou para baixo e, oh minha alma, tão cansada;
When troubles come and my heart burdened be
Quando problemas vêm e meu coração se queimou;
Then, I am still and wait here in the silence
Então, eu fico quieto e espero aqui no silencio
Until you come and sit awhile with me
Até você vir e sentar-se durante algum tempo comigo

You raise me up, so I can stand on mountains
Você me eleva, então eu posso ficar em pé sobre as montanhas;
You raise me up, to walk on stormy seas
Você me eleva, Para andar em mares tempestuosos;
I am strong, when I am on your shoulders
Eu sou forte, quando estou em seus ombros;
You raise me up, to more than I can be
Você me eleva...para além do que eu posso ser.
There is no life, no life without its hunger
Não há vida - nenhuma vida sem este anseio;
Each restless heart beats so imperfectly
Cada coração inquieto bate tão imperfeitamente;
But when you come and I am filled with wonder
Mas quando você vem e eu estou ocupado com a admiração,
Sometimes, I think I glimpse eternity
Algumas vezes, eu acho que me vislumbro eternamente.

Esta letra foi retirada do site www.letrasdemusicas.com.br

Nas asas do vento

Quando o vento soprar eu estarei atento,
prepararei as velas e pegarei o vento.
Quando o vento soprar não estarei na minha,
impinarei a pipa, desenrolarei a linha.

E me deixarei levar em direção ao invisível,
que é tudo o que eu consigo ver.
E me deixarei levar em direção ao nada,
que é tudo que eu almejo possuir.

E me deixarei ser levado a cada dia,
abrindo as asas na brisa ou na ventania,
darei razantes, alcançarei as nuvens,
sentindo o vento, o prazer, a alegria.

É vão tentar controlar a vida,
que é maior do que o corpo que lhe abriga;
darei palpites, farei planos, sonharei,
mas é nas asas do vento que seguirei.
(Edvar Gimenes de Oliveira - copyright)

domingo, 24 de maio de 2009

Órfãos de Deus



One Voice women's ensemble from Hickory Grove Baptist Church, Charlotte, NC

Orphans of God - Composição e tradução: Avalon


Who here among us has not been broken
Quem aqui entre nós não foi quebrado
Who here among us is without guilt or pain
Quem aqui entre nós é sem culpa ou dor
So often abandoned by our transgressions
Assim tão abandonado por nossas transgressões
If such a thing as grace exists
Se uma coisa como a graça existir
Then grace was made for lives like this
A graça foi feita então para vidas como esta

There are no strangers
Não há nenhum desconhecido
There are no outcasts
Não há nenhum exilado
There are no orphans of God
Não há nenhum orfão de Deus
So many fallen, but hallelujah
Há muitos caídos, mas aleluia
There are no orphans of God
Não há nenhum orfão de Deus

Come ye unwanted and find affection
Vem, você indesejável e encontrará a afeição
Come all ye weary, come and lay down your head
Vem todos vocês cansados, vem colocar sua cabeça
Come ye unworthy, you are my brother
Vem, você indigno, você é meu irmão
If such a thing as grace exists
Se uma coisa como a graça existir
Then grace was made for lives like this
A graça foi feito então para vidas como esta

O blessed Father, look down upon us
O pai bendito, olha para baixo a nós
We are Your children, we need Your Love
Nós somos suas crianças, nós necessitamos de seu amor
We run before Your throne of mercy
Nós corremos diante de seu trono de misericórdia
And seek Your face to rise above
E procuramos sua face elevar-se

sábado, 23 de maio de 2009

Pastores ou Executivos?

Um reflexão sobre o conflito entre economia e espiritualidade na igreja
O pastorado está sendo contaminado e engolido pela economia da religião. Evidência disso é a centralização da atenção ministerial em números, estatísticas e megalomania patrimonial. Aumentar a qualquer preço a quantidade de clientes nos cultos é a meta prioritária, sendo secundário se, no dia-a-dia, tais pessoas continuam vivendo na UTI da existência.
Diante disso um novo perfil de pastor está sendo exigido: o de especialista em propaganda e venda de promessas vãs. Pastores preparados para apascentar, que usa cajado e vara, com inteligência, conhecimento e amor, em favor da libertação das pessoas têm poucas chances de serem requisitados neste novo mercado eclesiástico.
Nos templos deste novo mercado, os discursos e celebrações são aparentemente libertadores, pela catarse emocional proporcionada, mas, de fato, são verdadeiros “afeganistões” de ópio. O discurso pseudo-missionário de “povoar o céu” é nocivo, na medida em que é desprovido de métodos e motivações espirituais. (Por favor, não venham com jargões, dizendo que o que importa é que o evangelho seja pregado, descontextualizando as palavras paulinas!)
Quando necessitam de pastor, igrejas do neoliberalismo religioso usam “critérios claramente empresariais”, como escreveu Rubem Alves (Dogmatismo e Tolerância, Ed. Paulinas, SP, 1982). Tais critérios visam selecionar, no mercado, aqueles que demonstram ser mais capazes na condução dos negócios da igreja.
Ao permitir que a função ministerial seja transformada na de um empresário da fé, o pastor se desqualifica para excercer sua vocação espiritual e minimiza sua capacidade de oferecer respostas adequadas para problemas das demais dimensões da vida. Então, diante dos crescentes e complicados problemas humanos, o uso de respostas superficiais - ação demoníaca para tudo, por exemplo – torna-se cada vez mais comum.
Alguns pastores entram nessa “roda viva” sem perceber que suas ações são mais econômicas do que espirituais. Cedendo à pressão no sentido de apresentarem resultados relativos a aumento de adeptos, templos, congregações ou dinheiro, deixam em segundo plano a missão de ajudar pessoas à administrarem suas vidas de tal forma que priorizem o cultivo da espiritualidade e manifestações de solidariedade.
Não defendo que pastores devem virar eremitas ou se trancarem num mosteiro. A idéia é que tenhamos clareza das diferenças entre Pastor e Executivo, a fim de que não nos deixemos pisotear pelo rolo compressor da economia. Devemos nos capacitar para interagir com todas as dimensões da vida, sem perder de vista o eixo em torno do qual gira nossa atividade.
Pastores precisam de mais tempo para oração, meditação bíblica e reflexão. Para oração, porque temos muito a dizer a Deus a respeito do que se passa em nossas vidas, famílias, igrejas e comunidades. Meditação bíblica, porque não há na face da terra coletânia inspirada e tão rica de textos que registrem tantas e tão diferenciadas experiêncais humanas com Deus. Reflexão, porque na avaliação crítica do que praticamos, dizemos e lemos está a chave para modificarmos a realidade interna e externa de nossas vidas.
Esse tempo, aos olhos dos economistas da religião é improdutivo. Imaginem: enquanto os membros da igreja ganham o pão de cada dia através da produção de bens e serviços, o pastor trabalha no campo da espiritualidade, isolando-se num escritório, usando parte do tempo para ler, orar e meditar. Isso, para supervisores da linha de produção da fé é vagabundagem, é vida fácil! Trabalho mesmo, dizem, é o deles que resulta em produção material ou aumento de capital.
Levantar a voz em defesa de igrejas caracterizadas por espiritualidade não empresarial é um imperativo se quizermos ajudar a reduzir a massa de infelizes, sufocados dentro das paredes da religião. Do contrário, em vez de libertação, seremos agentes de enganação, exploração e opressão. Por isso, é fundamental diferenciarmos atividades espirituais de econômicas em nossa ação pastoral.
(Texto produzido em 2004)

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Carta aberta ao Presidente e Diretor Executivo da Convenção Batista Brasileira


Prezados pastores Josué e Sócrates,

O objetivo desta mensagem é parabenizá-los por duas razões:

1. A adoção da postura de transparência, ao publicarem n'O Portal Batista a situação do Seminário do Sul ( http://batistas.com/index.php?option=com_content&view=article&id=103:prestando-contas-diagnostico-preliminar-sobre-a-situacao-do-stbsb&catid=24:artigo3&Itemid=42 ).
Sofreremos com a dor da realidade, sem porém sentirmos mágoa ou cultivarmos amargura pela sensação de que algo está sendo escondido, por razões desconhecidas;

2. Pela objetividade dos dados, pela possibilidade de diagnóstico e indicação de algum rumo, mesmo sabendo que é um simples passo diante de uma longa e dura caminhada.

De licença médica, em função de intervenções cirúrgicas, li, em Guarajuba, nessa quarta-feira, o trabalho desenvolvido pelo GT sobre o STBSB, também, a meu ver, lúcido, independente de concordarmos ou não com cada item.

Se o meu sentimento fizer parte do sentimento da maioria dos batistas brasileiros, saibam que agora, após ver o que vi e ler o que li, sinto que um novo momento pode, de fato, estar surgindo, em face de dois elementos essenciais contidos na publicação: dados e transparência.

Nesse sentido, contem com meu apoio.

Atenciosamente,

Edvar

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Nossos complexos e a leitura da Bíblia

Cá estou eu novamente tocando no assunto Bíblia.
Já percebeu que o tema faz parte de minhas atenções? É que, na minha caminhada pastoral, tenho presenciado não somente os benefícios que a Bíblia traz às pessoas, mas também - e parece crescente - os malefícios. Na verdade não é a Bíblia que produz malefícios, mas nós, seus intérpretes.

Sabendo disso e também que ela é o coração do mundo protestante, quanto mais pudermos refletir sobre a questão, melhor.

Há os que defendem que nossa relação com o texto bíblico deve se dar assim: "Tenho que ir ao texto perguntando: o que o autor disse, histórica e gramaticalmente?" Penso que esta intenção é boa, mas não creio que logremos pleno êxito. Não é necessário ser linguista para entender que a grafia é uma expressão de idéias e sentimentos. Ela é uma ponte que se constrói entre dois lados: o do escritor e o do leitor.

Se, de um lado, o escritor está sempre buscando as melhores palavras, usadas em sua época, para expressar seus pensamentos e sentimentos, do outro, o leitor entende tais palavras com os significados introjetados culturalmente em sua mente.

Assim, quanto mais próximos escritor e leitor estiverem, no tempo e no espaço, maiores são as chances de sucesso na comunicação de tais idéias e sentimentos. Quanto mais se distancia, mais desafiadora a comunicação se torna.

Se entre eles, além da distância de tempo e de espaço houver um código linguísitico diferente (hebraico-grego-português), o desafio é ainda maior. E se agrava ainda mais se além disso houver os famosos copistas, a diversidade de originais e os bons e maus tradutores.

Quanto mais enriquecido for o leitor, em relação à variedade de significado das palavras e mais profundo for seu conhecimento da sua própria língua e da língua do escritor, mais chances ele tem de aproximar-se do sentido que quem escreveu pretendeu dar à palavra.

Você deve estar se perguntando: onde ele quer chegar? Respondo: quero dizer que precisamos ser mais humildes e cuidadosos em nossa relação com a Bíblia, especialmente quando a lemos visando definir referenciais de conduta para a vida alheia.

Uma coisa é a leitura devocional; outra, é a feita visando sistematizar doutrinas.

Essa viajada toda foi porque estou lendo Culpa e Graça, de Paul Tournier e nele encontrei uma pérola relacionada ao assunto que acredito valer a pena compartilhar. Ele faz uma colocação da leitura da Bíblia à partir do perfil psicológico do leitor que merecê nossa atenção

Aproveite!!!

Nossos complexos e a leitura da Bíblia

Paul Tournier, em Culpa e Graça (ABU, 1985, Pg. 51 -52)

"Nossos complexos nos influenciam mesmo na leitura da Bíblia, quando nós procuramos nela inspiração para uma conduta mais livre e mais em harmonia com a vontade de Deus. É como no cinema em três dimensões, onde o espectador usa, para obter uma visão estereoscópica, óculos de duas cores, de tal forma que cada olho só vê uma parte da imagem projetada. Assim, cada um de nós vê na Bíblia o que corresponde às suas idéias preconcebidas e a seus complexos.


O esbanjador prontamente invocará a palavra de Eclesiástes: “lança o teu pão sobre as águas, porque depois de muitos dias o acharás” (Ec 11.1) ou a história do maná (Ex.: 16.13-31) que indica claramente que, se Deus dá cada dia a seus filhos o que eles necessitam, ele não lhes permite acumular reservas. Apealará ainda à resposta de Jesus a seus discípulos na casa de Simão, o leproso, quando criticaram uma pobre mulher que, em um rasgo de coração, derramou sobre ele um perfume de grande preço. “Pois este perfume podia ser vendido por muito dinheiro, e dar-se aos pobres”, diziam eles. Jesus se voltou contra este bom raciocínio dos economistas e tomou a defesa daquela que eles julgavam severamente (Mt. 26.6-13)


As pessoas de raciocínio lógico poderão invocar o livro de Provérbios: “Vai ter com a formiga, ó preguiçoso; considera os seus caminhos e sê sábio... No estio prepara o seu pão, na sega ajunta o seu mantimento” (Pv. 6.6-8) Ou esta palavra de Jesus: “Pois, qual dentre vós, pretendendo construir uma torre, não se assenta primeiro para calcular a despesa e verificar se tem os meios para concluir?” (Lc. 14.28-30). Ou ainda sua estranha parábola do administrador infiel: “Os filhos do mundo são mais hábeis na sua própria geração do que os filhos da luz” (Lc 16.1-13).


Ao enviar os seus discípulos em missão, Jesus lhes disse: “Sede, portanto, prudentes como as serpentes e símplices como as pombas” (Mt. 10.16). Conforme o seu temperamento, há leitores que guardam somente a primeira dessas duas recomendações, ou só a segunda; apesar de Jesus ter colocado precisamente juntas.

Nós nos arriscamos sempre a ser influenciados por nossas disposições psicológicas na nossa interpretação da Bíblia.
Somos sinceros no desejo de nos conduzir por Deus se pretendemos permanecer os únicos interpretes de sua vontade?


Arriscamo-nos sempre a procurar as passagens que nos dão razão. E, portanto, todos temos a intuição que ela deve sobretudo nos liberar de nossas visões muito estreitas e de nossos automatismos psíquicos.”
E você, o que pensa disso?

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Take your candle, go light your world






There is a candle in every soul
Some brightly burning, some dark and cold
There is a Spirit who brings a fire
Ignites a candle and makes His home
So carry your candle, run to the darkness
Seek out the helpless, confused and torn
Hold out your candle for all to see it
Take your candle, and go light your world
Take your candle, and go light your world
Frustrated brother, see how he's tried to
Light his own candle some other way
See now your sister, she's been robbed and lied to
Still holds a candle without a flame
So Carry your candle, run to the darkness
Seek out the lonely, the tired and worn
Hold out your candle for all to see it
Take your candle, and go light your world
Take your candle, and go light your world
Cause We are a family whose hearts are blazing
So let's raise our candles and light up the sky
Praying to our Father, in the name of Jesus
Make us a beacon in darkest times
So Carry your candle, run to the darkness
Seek out the helpless, deceived and poor
Hold out your candle for all to see it
Take your candle, and go light your world
Carry your candle, run to the darkness
Seek out the hepeless, confused and torn
Hold out your candle for all to see it
Take your candle, and go light your world
Take your candle, and go light your world
Take your candle, and go light your world

domingo, 17 de maio de 2009

Edvar, não se esqueça da redenção




Foi lá que tudo começou. No alto do morro, lugar de ladrões e outros tipos de criminosos. Acesso tortuoso, íngreme, perigoso por onde passavam pessoas empobrecidas, cabisbaixas, pensativas, chorosas, indignadas, desesperadas e desesperançadas; expectadores, curiosos em busca de movimento, novidades ou adrenalina; policiais altivos, insensíveis, obedientes e escarnecedores.


Foi lá que tudo começou. Gente simples, sem acesso à educação, saúde, segurança pública, meios modernos de comunicação, trajes de gala ou transporte de luxo; sem prestígio ou poder político, que usava uma ou outra roupa classificada como boa somente em ocasiões especiais.


Foi lá que tudo começou. Num lugar desprezado, habitado por gente com interesses passageiros, freqüentado por aves de rapina e dominado por espíritos vingativos ou derrotados.


Foi lá que tudo começou. Muito sangue, muita dor, muito esfolamento, muita perfuração, muita lágrima, muito suor, muita injustiça, muita opressão, muito susto, muito engasgamento, muita falsidade, muita indagação.


Foi lá que tudo começou. E, pasmem, por causa do morro da vingança, do sofrimento e da redenção, surgiram estruturas organizacionais, pequenos santuários e grandes catedrais, becas e fraques, diplomas e títulos, “canonicismos”, dogmatismos, teologias e ideologias, empregos, salários, planejamento estratégico, produção em série, agendas, livros, discos, filmes, revistas, jornais, feiras, capacitações, reciclagem e mentores, tudo em nome do crucificado.


Foi lá que tudo começou. Mas, por nos esquecermos disso, a vida na religião perdeu o bonde da redenção. Em vez de paz, libertação, simplicidade, espíritos alegres, pacíficos, entregues nas mãos do criador, as mesmas más causas que tornaram famoso o tal morro se fazem presentes, solenemente, em nossas pequenas mega-reuniões “cristãs”, regadas à arrogância, “intelectualismo”, falsidade, competições, vazio, solidão e dor.


Foi lá que tudo começou. Alegremo-nos! Também por causa daquele acontecimento a história de milhões de pessoas tomou um novo rumo. Gente que andava em trevas viu uma maravilhosa luz; que se sentia num vale de sombra da morte encontrou o bom pastor; que caminhava sedenta pelos desertos da existência encontrou água da vida; que se encontrava acuada num beco sem saída, encontrou uma porta escancarada; que vivia a dor da solidão encontrou uma família; que não tinha razão pra viver aprendeu a servir, a amar e a se solidarizar; que vivia em dolorosa descrença, viu brotar a esperança.


Foi lá que tudo começou. Cabe, então, a cada um de nós, que experimentou e continua a experimentar a presença do homem do morro da redenção, não se esquecer disso e não permitir que arrogância, “intelectualismo”, falsidade, competições, vazio, solidão e dor, predominem quando se reunir ou fizer algo em nome do redentor.

Por isso, Edvar, aproveite que hoje é domingo e não se esqueça da redenção!







sexta-feira, 15 de maio de 2009

Bíblia, literalismo e opressão

Publico o texto que segue, disponível na internet e publicado em O Jornal Batista, como ilustração de como pressupostos hermenêuticos mistificados (ainda que com aparência de intelectualidade e racionalidade) podem tornar a palavra de Deus opressora.




As diferenças centrais entre o que penso e o que o autor apresenta, está, primeiro, na hermenêutica usada pelo autor que desconsidera a cultura, e parte do pressuposto teórico (em torno do qual não se há abertura para discussão no segmento em que tal hermenêutica é defendida) que os textos bíblicos foram revelados verbalmente.




O autor dá a entender que o texto de Gênesis não foi influenciado culturalmente em sua produção, portanto deve ser entendido literalmente e, se Paulo se fundamenta nele, tudo o que que for dito não é cultural. Mas o mesmo Paulo "desliteraliza" a narrativa de Gênesis, por exemplo, em Gálatas 4.21-31, em relação a Hagar e Sara, transformando-a numa mera ilustração de dois tipos de aliança! Não seria contraditório?



Deveríamos fechar os olhos para o fato de que a construção do pensamento de Paulo, em suas cartas canonizadas pela Igreja, também se deu também em cima de pressupostos hermenêuticos que são passíveis de questionamento?




Segundo, como consequência, os efeitos sociológicos de tal hermenêutica conduz, por exemplo, a conclusões de que: 1) há pessoas que foram criadas para o céu e outras para o inferno (e, geralmente, os que defendem isso, claro, jamais se assumem como predestinados ao inferno, mas ao céu); 2) que a preocupação dos crentes deve ser com a alma, afinal, distorcendo-se as palavras de Jesus, os pobres sempre terão entre vós (predestinação social). Finalmente, 3) ainda no caso do texto que segue, como terceiro exemplo, reconduz a mulher para a idade da pedra, sob o fundamento místico de que esta seria a vontade "bíblica" de Deus.




Geralmente, e isto não me refiro ao autor do texto que segue, os seguidores de tal hermenêutica não discutem o assunto epistemologicamente, mas politicamente, isto é, logo de início eles definem que que não pensa como eles é liberal e liberal, nos meios evangélicos é um termos de natureza pejorativa que visa queimar politicamente, os assim classificados, perante as comunidades cristãs.




Convido você a ler o texto e a ouvir a magnifica música disponível no final.

Talvez, se tiver paciência, introduzirei posteriormente comentários dentro do próprio texto.
"A ordem estabelecida por Deus na criação
Enviado por WILSON FRANKLIM
06-Jan-2009
“A mulher aprenda em silêncio, com toda a sujeição. Não permito, porém, que a mulher ensine, nem use de
autoridade sobre o marido, mas que esteja em silêncio. Porque primeiro foi formado Adão, depois Eva. E Adão não foi
enganado, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão”. – 1Timóteo 2.11-14


 

Não há dúvida de que este texto, atualmente, é uma das passagens mais impopulares do Novo Testamento.

Alguns buscam descredenciá-lo, seja afirmando que seu uso se restringia à época em que Paulo o escreveu; ou ainda, os que
advogam que o mesmo não teria sido escrito por Paulo, mas por outra pessoa no século II.


 

Meu alvo nesse artigo é demonstrar que não há nada de cultural nesse texto, ao contrário, o mesmo faz parte do
perfeito projeto de Deus para humanidade. Aquilo que se chama de “a ordem estabelecida por Deus na
criação”.




Por isso, para compreendê-lo melhor, começaremos por analisar a base usada por Paulo. O capítulo 3 do
livro de Gênesis.


Deus estabeleceu uma ordem na criação (Gn 3)
Em Gênesis 3.1, a serpente, “a mais astuta” de todos os animais, se dirige à mulher e fala...


Analisando o
comportamento da serpente, poder-se-ia perguntar: O que estaria por trás da atitude da serpente em se dirigir, em
primeiro lugar, diretamente à mulher para falar-lhe e não a Adão?

Essa é a primeira pergunta a ser feita na leitura desse
texto.



Vale ressaltar que Deus havia estabelecido uma ordem na criação.
Observe: Em primeiro lugar, o homem (Adão), após ser
criado, foi colocado por Deus como líder e guardião do jardim de Deus, “domine sobre os peixes do mar, e sobre
as aves do céu, e sobre o gado, e sobre toda terra, e sobre todo réptil que se move sobre a terra” (Gn 1.26);
Tomou, pois, o Senhor Deus o homem, e o pôs no jardim do Éden, para o lavrar e guardar” (Gn 2.15). Nessa
perspectiva, Adão não apenas era o líder do Jardim como também era o líder de sua família. Isso fica muito claro quando
Deus afirmou: “far-lhe-ei uma ajudadora que lhe seja idônea” (Gn 2.18b).

Desta forma, Eva complementava
Adão (não é bom que o homem viva só – Gn 2.18a) e Adão complementava Eva.

Contudo, foi a Adão que Deus
instituiu a responsabilidade de liderança do jardim e da família
.

Satanás sabedor de que há uma ordem estabelecida por Deus em toda criação.


E em relação ao ser humano, o homem
deve assumir a responsabilidade de liderar e de ensinar a sua família
. E de que
a mulher deveria apoiar com alegria
aquela liderança
estabelecida por Deus.


Acontece que Satanás quer destruir, a qualquer custo, ponto principal da criação
de Deus. O homem e a mulher, ambos, imagem e semelhança de Deus. Satanás então desfere seu ataque de modo
sutil na ordem estabelecida por Deus. Veja a maneira como ele fez isso.

Satanás vê Adão, mas não lhe dirige a palavra. Ele olha para Eva e de forma sutil a traz para o lugar de liderança
quando lhe dirige a palavra e começa um diálogo com ela.


É exatamente nesse momento que Adão falhou. Aqui, fica claro
que a primeira falha, na queda, foi de Adão que não exerceu o seu papel de líder como deveria ser.1


Se Adão fosse líder
cuidadoso como deveria ser, teria dito: “Eva, pare”! “Esta serpente quer nos enganar. Deus é muito bom e perfeito. Deus sabe, tem e quer o melhor para nós”.


Todavia, infelizmente, Adão abandonou a ordem que
Deus havia estabelecido e o desastre aconteceu.



O ponto principal nesse texto não é que a mulher é mais vulnerável ou mais facilmente iludida do que homem como,
equivocadamente, advogam alguns.


A questão é que nos tornamos facilmente iludidos quando abandonamos a ordem
estabelecida por Deus.




Da mesma maneira, hoje, Satanás quer destruir a igreja, os casamentos e a sociedade fazendo
com que as pessoas quebrem a ordem estabelecida por Deus.

Interpretando 1 Timóteo 2.11-14
Nesse texto existem três palavras que são fundamentais para compreensão do mesmo. A saber: silêncio, ensino e
autoridade.



1- O significado da palavra silêncio.

A mulher aprenda em silêncio, com toda a sujeição (2Tm 2.11).

O que significa
quando Paulo afirma que a mulher deve aprender em silêncio?

Vale notar que o contexto é de aprendizagem e ensino,
“a mulher aprenda em silêncio”.


Mas que silêncio é esse? Será que a mulher não pode ter nenhum tipo
de palavra na igreja?


Eu penso que não, observe.


A palavra silêncio é tradução da palavra grega hesuchia que tem como significado primário calmo, tranqüilo e
sossegado.2


Esse significado é usado em seu contexto imediato em 1Timóteo 2.2: “...para que tenhamos uma
vida quieta e sossegada (hesuchia), em toda a piedade e honestidade”.


Eles oravam para que a vida fosse sossegada, calma e tranqüila.

Na língua portuguesa existe uma conotação diferente entre a palavra sossegado, tranqüilo e silêncio.

Razão pela qual a palavra grega hesuchia traduzida como silêncio no versículo 12 tem seu melhor significado como: prestar atenção de
forma tranqüila, inclusive guardando silêncio (no momento da aprendizagem).3


É um sossego como postura de
aprendizado e submissão.4


Observe que essa realidade é comprovada dentro do próprio texto, em que a palavra
hesuchia (tranqüila, traduzida como silêncio), no versículo 11, é uma expressão de sujeição ou submissão (
a mulher
aprenda em silêncio com toda sujeição
), e também no versículo 12 a palavra hesuchia (sossegada, silêncio)
está em
oposição a autoridade do homem
(“não permito, porém, que a mulher ensine, nem use de autoridade sobre o
homem...”).


Logo, hesuchia significa que as mulheres não deveriam falar na igreja de maneira a questionar a autoridade do homem (o pastor).

 


2. O significado da palavra ensino
“Não permito, porém, que a mulher ensine, nem use de autoridade sobre o marido, mas que esteja em silêncio” (1 Tm 2.12).


Qual a abrangência da palavra ensino aqui dirigida as mulheres?

A resposta estará em outros textos do NT onde a mulher ensina.

Por exemplo, Tito 2.3: “As mulheres idosas, semelhantemente, que
sejam sérias no seu viver... Para que ensinem as mulheres novas a serem prudentes...”.


Logo, existe um tipo de ensino que as mulheres estão realizando.

O segundo texto, 2Timóteo 3.14: “Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido, e que desde a tua meninice sabes as sagradas Escrituras...”

Mas quem ensinou Timóteo foi sua avó Lóide e sua mãe Eunice (2Tm 1.5), uma vez que seu pai não era cristão.

Uma terceira descrição de mulheres ensinando no NT está em Atos 18.26: “Ele começou a falar ousadamente na
sinagoga; e, quando o ouviram Priscila e Áquila, o levaram consigo e lhe declararam mais precisamente o caminho de
Deus”.

Aqui, claramente, Priscila e seu marido estavam ensinando Apolo.


Em suma, o NT apresenta mulheres mais velhas ensinando as mais novas, mulheres ensinando crianças e mulher com
seu marido ensinando outro homem em uma situação informal.


Portanto, quando Paulo diz: “Não permito, porém,
que a mulher ensine, nem use de autoridade... mas que esteja sossegada
(em silêncio)” (1Tm 2.14).


Paulo está afirmando que a mulher não deve ensinar quando seu ensino for parte de um exercício de autoridade sobre a
igreja
.


O próprio versículo 14 demonstra essa realidade quando faz a ligação da palavra ensino com autoridade (ensine, nem use de autoridade).

No meu entender, há uma razão para que Paulo faça essa conexão da palavra ensino com a
palavra autoridade.
A razão pela qual a segunda frase (nem use de autoridade) influencia o significado da primeira (que a mulher ensine) é
que existem outras passagens na Bíblia que diz que a mulher pode ensinar na igreja.




Logo, é errado afirmar que a mulher não pode ensinar nunca em qualquer situação. O que o apóstolo afirma é que a mulher não deve ensinar na Igreja
quando seu ensino for parte de um exercício de autoridade sobre a igreja.



3- O significado da palavra autoridade
Para se compreender o que significa a palavra autoridade em 1Timóteo 2.14 é preciso observar os dois aspectos doofício do pastor (ou do presbítero) que não pertence ao diácono.


Isso pode ser constato analisando 1Timóteo 3
juntamente com 1Timóteo 5.17, que diz: “Os presbíteros (ou pastores) que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina”.



Vale citar que as duas diferenças principais entre os pastores (e presbíteros) e os diáconos é o ofício de presidir e o de ensinar.

Observe que na lista de qualificações dos pastores (1Tm 3), estes precisam ser aptos para ensinar. Mas, aos diáconos não é exigida essa prerrogativa.

Assim, pastores e presbíteros são chamados a serem supervisores e mestres
no ensino, diáconos não. Portanto, governar e ensinar são as duas prerrogativas que diferenciam pastores (e presbíteros) de diáconos.



Voltando a 2Timóteo 2.12, veja que é exatamente essas duas coisas que são proibidas para as mulheres.

Eu não permito que a mulher ensine e que exerça autoridade sobre o homem.

Diante dessa afirmativa de Paulo, chega-se à seguinte
conclusão para o texto de 1Timóteo 2.11-14: No mínimo Paulo está dizendo que não permite que uma mulher seja pastora ou presbítera.


Se o texto vai além desse significado pode ser aprofundado, mas no mínimo significa isso.

Conclusão
Ficou demonstrado que Deus estabeleceu uma ordem na criação.

Adão abandonou a ordem estabelecida por Deus.
Quando o ser humano abandona a ordem criada por Deus se torna vulnerável ao desastre.
O ponto principal em Gênesis 3 não é que a mulher é mais vulnerável ou mais facilmente iludida.

A questão é que o ser humano se torna facilmente iludido quando abandona a ordem estabelecida por Deus.


Voltando a 1Timóteo 2.14, o argumento usado por Paulo não é cultural, ele transporta seu argumento para antes do
pecado, usando o evento da queda como alicerce para sua justificativa.


Portanto é um argumento teológico, supracultural.
Assim, a verdade transmitida em 1Timóteo 2.14 não é que o homem não possa ser iludido e que a mulher pode seriludida mais facilmente.



O fato é que quando a ordem de Deus é quebrada, homens e mulheres se tornam vulneráveis
às tentações do inimigo. E a vida como planejada por Deus entra em colapso.


Nessa perspectiva, pode-se afirmar que a Igreja também será arruinada se abandonar a ordem estabelecida por Deus para a Igreja.

Diante do exposto, minha posição é que o ofício de pastor (ou presbítero) é uma responsabilidade, dada por Deus,exclusivamente aos homens.

Eu creio que 1Timóteo 2.12-14 dá suporte bíblico-exegético a minha afirmação.


REFERÊNCIAS
1 É importante notar que Adão e Eva estavam juntos. Gênesis 3.6 demonstra isso.
2 BibleWorks 7.0 (Friberg Lexicon ref.13264)
3 GINGRICH, F.W. e DANKER, F.W. Léxico do NT Grego/Português. São Paulo, Vida Nova, 1991. p. 95. Também
pode significar calma.
4 ROBERTSON, A.T. Comentário al Texto Griego del Nuevo Testamento. Barcelona, Clie, 2003. p.571.
WILSON FRANKLIM
Pastor da IB em Vila Jaguaribe, Piabetá (RJ)
wilfran@gmail.com "



Depois desse marabalismo pra manter o poder masculino, silenciando a mulher, ouça como é inteligente e prazerosa a música que segue.