segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Marcos marca

Por ocasião do 60º aniversário de Marcos Monteiro

É impossível conviver qualquer quantidade de tempo com MarcosAdoniram Lemos Monteiro e ficar indiferente. Marcos Marca.

Uma pessoa pode divergir de outra em relação aos sonhos acalentados, mas, jamais, na importância de sonhar; pode discordar dos pensamentos desenvolvidos, mas, nunca, da necessidade de pensar; pode se diferenciar na forma de expressar sentimentos, mas não reprimir o que sente. Marcos marca não somente porque, como todo ser humano, sonha, pensa e sente, mas também porque socializa, com muita espontaneidade, essas experiências.

Marcos já era uma marca quando cheguei ao Recife, em 1979. Ainda calouro, saindo cronologicamente da adolescência, dependente e em busca de referenciais ministeriais, o nome de Marcos chegou aos meus ouvidos associado aos “Voluntários de Cristo”, um movimento jovem na capital pernambucana.

Falado sob as mangueiras do STBNB por sua inteligência, por ter trocado uma carreira socialmente cobiçada, pelo ministério pastoral; por sua participação no projeto missionário Trans-amazônica, da Junta de Missões Nacionais da CBB e, porque não, por sua habilidade, como jogador de dama, reconhecida nas praças da Veneza Brasileira, o nome Marcos Monteiro já era uma marca e, muito mais do que isso, uma possibilidade de forte referencial ministerial.
(Em 1986, no Acampamento Palavra da Vida, em Paudalho, PE, em encontro promovido pela Visão Mundial. Marcos, o do meio dos que estão de cócoras, era um dos líderes e eu, na segunda fila, em pé, na ponta direita, iniciante)
Por volta de 1983, Marcos passou a despontar para mim por seu envolvimento com as questões sociais começando a ser associado à Visão Mundial, organização que fomentava a difusão da missão integral da igreja, à época. Para quem buscava referenciais, saber de alguém que conciliava “missões”, questões sociais e ainda jogava dama, despertava claro, muito interesse.

Por essas e outras, no processo da minha saída do pastorado da Igreja Batista do Pinheiro, fiquei feliz quando seu nome foi lembrado, pois, pelo que dele conhecia, sabia que sua participação na construção da história dessa igreja seria relevante. E foi.

Hoje, depois de algumas décadas e por ocasião do seu sexagésimo aniversário temos muito a agradecer a Deus pelas marcas que ele deixa em nossas vidas.

Marcos marca pela humanidade numa sociedade em que papéis circunstanciais são muito mais valorizados do que a própria condição humana. Ele parece empenhar-se em administrar sua vida sem permitir que papéis sociais predominem em detrimento de sua humanidade.

Se, como se diz, ser pouco sincero é perigoso e ser sincero demais é fatal, Marcos parece não temer a fatalidade na maneira como expõe e se expõe. Essa sinceridade nos marca, pois faz dele uma pessoa simples, sem ser simplista.

Marcos marca pela humildade, mantendo os pés no chão e algumas vezes, literalmente, na estrada, construindo sua história, interagindo, sem querer controlar ou deixar-se controlar.

Sobretudo, porém, Marcos marca por levar a sério sua condição de discípulo de Jesus. Num contexto religioso no qual discipulado tem sido entendido como um programa educacional eclesiástico no qual pessoas são transformadas em objetos programados para reproduzir conceitos e preconceitos, Marcos marca por manifestar interesse em conhecer, reconhecer, identificar-se e relacionar-se com uma pessoa, a pessoa de Jesus de Nazaré.

Se me perguntarem sobre os pecados que marcam Marcos, não haveria razões para publicá-los, especialmente porque o que glorifica o Cristo que ele tão bem anuncia com sua vida, são suas boas obras. Por isso Marcos nos marca de maneira tão profunda.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Minha vida, impacto para a nação

Iniciei, recentemente, a mensagem: “Brilhar para a glória de Deus”, da série: “Imperativos de Jesus”, mencionando a situação de corrupção endêmica no Brasil, presente nos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, no Exército e também nas igrejas. Tal realidade foi ilustrada por artigos das revistas CARTA CAPITAL (nº 666, de 05.10.2011) E VEJA (nºs 39 e 40 de 28.09 e 05.10 de 2011) e do site “The Lausanne movement” (“Leaders in India Gather toAddress Corruption”) que, embora se refira à realidade da Índia, retrata realidades presentes no Brasil.

Saliente-se também que, ainda que o destaque seja desproporcional à publicidade dada, sabemos que o envolvimento da classe empresarial é determinante na maioria dos casos de corrupção em pauta nas mídias, em todas as esferas onde ocorrem. Em outras palavras: por detrás de cada corrupção, interesses empresariais são tão ou mais fortes do que individuais.

Alegra-nos saber que a Convenção Batista Brasileira focará, em 2012, o tema integridade. É extremamente oportuno que as igrejas batistas do Brasil estudem e debatam este assunto, pois, ou estancamos a corrupção ou a corrupção estanca nossas vidas.

O que isso tem a ver com a campanha pró Missões Nacionais? Isso é importante porque a corrupção afeta diretamente a qualidade de vida de toda a sociedade. A qualidade da segurança, da saúde, da educação, dos transportes, da alimentação, da habitação, enfim, depende fundamentalmente da honestidade e justiça nos relacionamentos interpessoais de uma sociedade. Então, se queremos impactar o Brasil, não podemos deixar de lado a preocupação e até priorização deste assunto.

Impactar significa provocar forte reação em dada realidade, alterando-a. Portanto, se nossa intenção é levar a sério o tema proposto pela Junta de Missões Nacionais da CBB, alguns aspectos precisam ser considerados:

1.      Ter clareza teológica do projeto de vida desejado por Deus para a humanidade. Em nossa tradição protestante, reconhecemos os textos bíblicos como fonte de revelação do Cristo, parâmetro de humanidade desejada por Deus. Portanto, sem conhecimento do Cristo, sua história, sua vida, seus ensinos e, consequentemente das Escrituras que o revelam, podemos saber o que não queremos, mas não saberemos como alcançar o que queremos;

2.      Ter clareza da realidade que nos cerca, não somente em relação ao que nos afeta direta e visivelmente, mas também das causas espirituais, técnicas e políticas geradoras de tal situação. Por isso, estudos individuais e debates coletivos nos ajudam no impacto que queremos causar;

3.      Manifestar compromisso com a construção de uma sociedade pautada nos valores universais do reino de Deus. Digo universais e não somente bíblicos, pois há valores sócio-culturais de uma época e local cuja transferência de forma simples e irrefletida não impactariam positivamente nossa realidade;

4.      Agir, priorizando a disponibilização de recursos como conhecimento, tempo, dinheiro e outros bens a serviço do reino de Deus. Não basta conhecer o Cristo, a realidade e vislumbrar um projeto de vida se não tivermos consciência de que cada um de nós é chamado a fazer uma parte.

Dar uma oferta para sustentar missionários, plantar igrejas, manter escolas, orfanatos, centros de recuperação de dependentes químicos e de qualificação para inclusão sócio-espiritual é uma parte das ações possíveis para impactar o Brasil. É algo que todos podemos fazer, pois ninguém é tão pobre que não possa participar. Que Deus, então, fale tão profundamente aos nossos corações que impactar o Brasil, com nossas vidas apaixonadas pelo evangelho integral, seja nossa principal motivação como discípulos e servos de Jesus Cristo.