sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Feliz 2012!

Essencial é não perder a capacidade de sonhar, 
é não enfraquecer a confiança, 
é não perder a esperança, 
é não se iludir com ilusões, 
é não se dobrar às forças do mal, 
é continuar lutando a despeito dos obstáculos.
Feliz 2012!


quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Em busca do significado essencial do Natal


O Natal não tem significado único e pode até não ter significado algum. Tudo depende do indivíduo, do contexto sócio-cultural no qual construiu seus pensamentos e sentimentos, bem como do tipo de influência e de como reage a ela no tempo e espaço em que está vivendo.

Mesmo tendo se desenvolvido em sociedades cujos padrões culturais foram influenciados por uma cosmovisão cristã de mundo, seja ela via catolicismos, protestantismos ou pentecostalismos, o significado do Natal não é, necessariamente, igual para todos.
O que há em comum, a despeito do uso que cada um possa fazer da ocasião é o fato dele – o Natal - estar relacionado, primordialmente, ao nascimento de uma pessoa, a pessoa de Jesus de Nazaré.

Ainda que seja inevitável associarmos o Natal ao simbolismo do amor universal, oportunidade de confraternização e troca de presentes, estratégia de marketing e aquecimento da economia, ninguém deveria deixar de conhecer em profundidade àquele que é a causa original da comemoração.

As doutrinas cristãs como conhecidas hoje, nas diversas correntes que mantém algum tipo de vínculo com a história de Jesus, é fruto de uma construção teológica paulatina. Nenhuma delas, entretanto, prescindiu dos textos mais antigos e aceitos que falam a respeito do homem de Nazaré, produzidos por quem viveu mais próximo dele ou de pessoas que com ele conviveram.

Mesmo que os significados dados aos livros bíblicos – são ou não, contém ou se tornam “palavra de Deus” - ou as interpretações dadas aos seus textos sejam diferentes - umas mais populares, superficiais, outras mais acadêmicas, aprofundadas - eles são a fonte mais antiga e reconhecida de informação sobre a vida de Jesus.

Daí, qualquer pessoa que se interesse por descobrir o significado mais antigo do Natal, seja por razões espirituais, existenciais, culturais ou religiosas, não pode deixar de ler o que ficou registrado a respeito do menino que nasceu numa cocheira e seus ensinos, seja pela ótica de Mateus, Marcos, Lucas, João, Paulo, Tiago, Pedro ou Judas, no chamado Novo Testamento.

Se quisermos encontrar o sentido mais profundo do Natal - o bíblico-teológico - é essencial que invistamos tempo no conhecimento da pessoa de Jesus que, nos textos de João é a palavra que se tornou humana e habitou entre nós (Jo 1. 14) como manifestação do amor de Deus para salvação de todo aquele que nele – Jesus - crer (Jo. 3.16) e, nas palavras de Paulo, manifestação da graça divina (Tito 2.11) para libertação humana (Gal. 5.1).

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Sofrimento e graça na vida de Maria


"O anjo, aproximando-se dela, disse: "Alegre-se, agraciada! O Senhor está com você!" Maria ficou perturbada com essas palavras, pensando no que poderia significar esta saudação. Mas o anjo lhe disse: "Não tenha medo, Maria; você foi agraciada por Deus!" (Lc. 1.28-30) 
 
Se tivesse que indicar o ser humano cujo nome esteja mais conhecidamente associado à graça divina, certamente o de Maria seria o primeiro. Isso porque, além de sua história em si, diariamente, em cada canto do planeta alcançado pela Igreja Católica, pelo menos uma vez por dia se veicula em emissoras, a prece:
“Ave Maria,
cheia de graça,
o Senhor é convosco,
bendita sois Vós entre as mulheres,
bendito é o fruto em Vosso ventre,
Jesus.” 

Em poucas das histórias publicadas na literatura cristã, graça e sofrimento se misturaram de maneira tão explicita quanto na de Maria.

Imagino não ter sido fácil, na condição de solteira, esclarecer sua gravidez, numa sociedade com característicos diametralmente opostos, em quase todas as dimensões, aos dos nossos dias. Creio mesmo que, diante da dolorosa experiência, ela se sustentava nas palavras: "Não tenha medo, Maria; você foi agraciada por Deus!” 

Em estado avançado de gravidez ela precisou viajar para atender uma exigência legal de recadastramento. O trecho era longo, as estradas de terra não eram feitas nem mantidas com as tecnologias hoje disponíveis, não havia estrutura sanitária como conhecemos, nem os meios de transportes podiam se equiparar até mesmo às carroças que poucos de nós conhecem “ao vivo”. Mas, certamente, diante do sofrimento ela lembrava-se: "Não tenha medo, Maria; você foi agraciada por Deus!” 

Distante de sua casa, num lugar onde conhecia poucas pessoas e ainda sem estruturas adequadas para hospedar-se, chegou o tempo de dar à luz. Isso se deu num espaço construído para abrigar animais e uma cocheira foi usada como berço para seu bebe. Certamente as dores provocadas eram aplacadas pela declaração: "Não tenha medo, Maria; você foi agraciada por Deus!” 

Ter que fugir para o Egito, diante da determinação de Herodes de tirar a vida de seu bebe, deve ter sido angustiante. Não somente em decorrência dos efeitos dolorosos de mais uma viagem nas condições de então, com uma criança nos braços, mas também porque sabia que todos os meninos de sua cidade e região seriam exterminados “por causa de seu filho”. À dor física, somou-se a experiência emocional tão bem descrita por Mateus: 

"Ouviu-se uma voz em Ramá, choro e grande lamentação; é Raquel que chora por seus filhos e recusa ser consolada, porque já não existem" (Mt. 2.18) 

Suponho que, em mais essa experiência de sofrimento, suas dores eram acalentadas pela mensagem: "Não tenha medo, Maria; você foi agraciada por Deus!” 

Quando seu filho, já adulto, sofreu as dores da crucificação, João escreveu: 

“Perto da cruz de Jesus estavam sua mãe,...” (Jo 19.25) 

Penso que, enquanto sofria diante de tamanha tortura, sua vida era sustentada pela voz que não silenciava em seu coração: "Não tenha medo, Maria; você foi agraciada por Deus!” 

A graça divina não nos torna imunes ao sofrimento; antes, em meio a ele, revigora nossa esperança. Firmados nela compreendemos que, se no mundo teremos aflições, o ânimo não deve ser perdido, pois assim como Jesus foi vitorioso também poderemos ser. (Jo. 16.33).

A experiência da graça, esse sentimento misterioso que toma conta do nosso ser excedendo todo o entendimento é o elo que nos mantém unidos ao mistério da vida, ao “absolutamente outro”, àquele que se convencionou chamar de DEUS. Sua manifestação entre nós na pessoa do Cristo, relembrada no Natal, é consolo, força e “lâmpada para nossos pés, luz para nossos caminhos” em meio às trevas do sofrimento.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

A lembrança de um dia triste

Uma releitura de *Mateus 2.1-18

Aquele dia ficou marcado como um dos mais tristes da história de um povo. Foi caracterizado como dia de muito choro e lamentação. Até mesmo o consolo foi recusado. A causa não é difícil de ser compreendida. Basta apenas relembrarmos os fatos.

Tudo começou com uma notícia que se tornou motivo de alegria para muitos, inclusive menos favorecidos. Porém, houve quem dela se desagradasse profundamente.

Inicialmente a manifestação do desagrado não foi clara. Pelo contrário, ele – o desagrado – recebeu uma roupagem diametralmente oposta à realidade dos sentimentos. O sentimento real era de profunda perturbação, começando no coração do chefe do povo e contagiando a população da cidade.

A cidade não era qualquer uma. Tinha uma história de religiosidade, mas, sobretudo, de poder político. E porque era a sede local do poder político, os sentimentos negativos que dominaram especialmente o chefe, foram transformados rapidamente em articulação.

O que motivava a articulação era impedir o surgimento de alguém que poderia alterar o status quo vigente. Mas isso não poderia ser dito, publicado, pois não pegaria bem. Esconder a real motivação atrás de uma linguagem religiosa, porém falsa, foi o caminho seguido.

Inicialmente precisavam resolver um problema. O chefe temia aquele que havia chegado e que poderia alterar o “establishment” - a ordem ideológica, política e econômica estabelecida -, mas não sabia exatamente onde ele estava.

Então, a liderança político-religiosa foi convocada e a grande pergunta foi lançada: onde está o recém-nascido? Seus súditos do primeiro escalão religioso, usando os conhecimentos que tinham, deram uma verdadeira, porém insuficiente informação. Faltavam detalhes. Foi aí que o monarca resolveu buscar a cooperação de terceiros para atingir o objetivo desejado.

Não podendo manifestar seus reais sentimentos, ética e politicamente incorretos, ele usou a mentira como arma para convencer alguns viajantes a o apoiarem, pedindo-lhes que descobrissem informações mais precisas a respeito de onde estava o menino prodígio (leia-se: “ameaça para o reino”), “para que eu também vá adorá-lo” (leia-se, exterminá-lo).

O Soberano, entretanto, não imaginava que, depois de descobrirem exatamente onde estava o suposto perigo, os tais homens teriam uma revelação indicando que deveriam mudar o caminho da volta para não o ajudarem na execução de plano tão maquiavelicamente elaborado.


Também não previa que os pais do menino receberiam uma revelação e resolveriam mudar-se de localidade, visando preservar a vida daquele que, na sua ótica, representava uma ameaça.

Ao descobrir que os visitantes, também conhecidos como magos, foram infiéis, ele ordenou, desesperada e furiosamente, a morte de todos os meninos com idade inferior a dois anos, da cidade (e região circunvizinha) apontada pelos “pelos chefes dos sacerdotes e mestres da lei”.

Esse dia ficou marcado pela profunda tristeza que provocou. Foi um verdadeiro infanticídio movido por interesses políticos. “Ouviu-se uma voz em Ramá, choro e grande lamentação; é Raquel que chora por seus filhos e recusa ser consolada, porque já não existem”. (Mt. 2.18).

E hoje, como temos reagido à morte de milhares de crianças em consequência da corrupção assustadora, presente nas diversas esferas da sociedade, especialmente na administração pública? Como nos sentimos diante do número assustador de crianças cujas vidas não seguem um curso saudável em face da profunda injustiça social? Lamentamos, reagimos, somos coniventes ou simplesmente nos omitimos silenciando?

* Em palavra-chave ou referência bíblica, escreva Mt 2 e de ok, no site indicado

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Sinais da generosidade de Deus com a I. B. da Graça.SSA