terça-feira, 21 de agosto de 2012

Fui eleito, e agora? (Convenção Batista Baiana)



“No essencial, unidade. No não essencial, liberdade. Em tudo, o Amor.” 

                                                                              (Agostinho)

Não almejava a presidência, mas decidi não dizer não, em caso de indicação. Não almejava, porque não sou de ocupar cargo pelo cargo.  Não tenho vocação para “rainha Elizabeth” e sei o que ela – a presidência - significaria diante da agenda pastoral na Igreja Batista da Graça. Mas, não disse não porque acompanho com olhos clínicos a caminhada da CBBA e sei, por experiência e formação, que poderia contribuir para potencializar suas estruturas.

Fui eleito, e agora? Agora vamos caminhar norteados pelos seguintes princípios e metas iniciais:

1)      Respeito à liberdade. Em termos de princípios, sou batista à moda antiga. No Novo Testamento, a liberdade é colocada como sinônimo de salvação. Ela fez parte da visão estratégica de Jesus (Lc. 4.19); é uma vocação (Gal 5.13); é indicação da presença do Espírito do Senhor na igreja (II Cor. 3:17) e deve ser exercida visando o serviço amoroso ao próximo (Gal. 5:13).

Além disso, documentos disponíveis, por exemplo, em “ 4 frágeis liberdades” de Walter B. Shurden, comprovam o respeito dos batistas à liberdade: a) de reconhecimento da autoridade e interpretação da Bíblia; b) do indivíduo, seus pensamentos e crenças; c) da igreja local, seu vínculo com Jesus, sua autonomia e espírito de cooperação; d) de religião para todos;

2)      Defesa da cooperação. Não menos presente no Novo Testamento e na história dos batistas, a cooperação é essencial à vida humana e, portanto, à vida da Igreja. Os princípios, doutrinas, eclesiologia, patrimônio e qualificação da liderança, são resultado de cooperação. Não existe cooperação entre membros de uma igreja local que não esteja vinculada à cooperação com membros de outras igrejas. Uma igreja que quebra este princípio está colocando uma corda em seu próprio pescoço.

Cada batista coopera livremente com sua igreja e cada igreja, livremente com as demais partes da denominação e do reino de Deus.  Isso se dá de 3 formas: a) através da oração; b) através do know-how, do que cada um conhece e sabe fazer, e c) através do suporte financeiro.  Uma igreja que não se norteia por essas três possibilidades está ensinando a seus membros, com seu exemplo, que elas não são essenciais. Por isso, os membros poderão fazer o mesmo em relação a ela, sem que tenha autoridade para reprová-los.

3)       Incentivo à transparência – Quando oramos e dividimos conhecimentos, ambos – oração e conhecimento – continuam sob nosso controle.  O dinheiro, entretanto, ao ser entregue, sai do nosso controle e passa a ser controlado por outrem. Daí esperarmos que seja administrado de maneira democrática, transparente, disciplinada e austera.

Quem administra recursos financeiros de igreja ou outras instituições denominacionais deve fazê-lo de forma transparente. É direito do administrador, ser fiscalizado e um dever seu, ser transparente. Quem administra dinheiro alheio, além de ser honesto precisa parecer honesto.

Tudo que uma instituição denominacional faz com o dinheiro que recebe deve ser publicado com tal transparência que qualquer pessoa possa olhar e enxergar, com facilidade, como as coisas estão do outro lado. Todo investimento feito em funcionamento organizacional, construção, manutenção ou conservação patrimonial e em pessoal deve tornar-se público. Transparência deve ser regra geral. Sigilo, exceção baseada em critérios transparentes. Se nos envergonhamos de algo, que o “algo” seja corrigido e não escondido.

Com base nesses princípios, nos primeiros seis meses trabalharemos em torno de 3 metas:
a)      Saneamento financeiro. Levantaremos detalhadamente a situação nesta área, especialmente dívidas. Definiremos um orçamento de custeio para 12 meses baseado nas obrigações legais, contratuais e acordos denominacionais, separado do de investimento. Adotaremos o necessário para que, na medida da urgência possível, deixemos de usar empréstimos bancários e paguemos em dia nossos credores;
b)      Plano de Transparência. Usaremos a página da CBBA na internet para possibilitar a qualquer pessoa acesso à vida de todas as instituições da Convenção. Se não for conveniente a publicação de algo, isso será  exceção criteriosa e publicamente definida. Nesse caso, a informação deverá estar disponível à diretoria, aos líderes oficialmente reconhecidos pela convenção e aos membros de igreja devidamente autorizados por ela. Não deverá haver sigilo absoluto em hipótese alguma. Na democracia, a transparência é a mais eficaz arma contra a malversação dos recursos e corrupção;
c)      Reestruturação organizacional – Considerando já existir um GT de avaliação das estruturas e um processo em andamento de reforma estatutário-regimental, defenderemos estruturas bem definidas em termos estratégicos, táticos e operacionais, com atribuições claras e sem superposições; que possibilitem a agilidade dos processos sem risco à integridade doutrinária e patrimonial e com descentralização e alternância no poder. Entenda-se poder como fruto das atribuições delegadas pela Assembléia aos ocupantes de cargos ou funções e não propriedade intrínseca de seus ocupantes por critérios contrários à vida e ensinos de Jesus (Mc 10.44; Jo 13:14).

Essas intenções serão perseguidas, sem prejuízo às atividades essências da Convenção e mais caras ao povo batista. Por estarem amparadas em princípios da Palavra de Deus, as desejaremos com ardor.

domingo, 19 de agosto de 2012

Desenvolvimento Econômico do Brasil - 31.07.12 - 100/100 dias de oração pelo Brasil

Lembro-me dos anos do "milagre brasileiro", na década de 70. Era adolescente e, mesmo a filosofia da época sendo 'primeiro aumentar o bolo para depois distribuí-lo', experimentei os efeitos benéficos da fase. Foi nela que iniciei, aos 15 anos, minha vida de trabalhador remunerado. Ainda que sob ditadura e visão social a meu ver equivocada, algumas migalhas caíram da mesa...

Hoje vivemos um novo momento de crescimento econômico e o bolo está sendo dividido junto com ele. Em partes ainda pequenas, muito menores do que desejamos e necessitamos, mas seus benefícios podem ser percebidos. Desejamos que assim continue e se amplie até que os sinais de justiça social na área de distribuição de renda brilhe intensamente.

Nesse período de férias, almoçando na casa de uma família dinamarquesa, o hospedeiro destacava que a Dinamarca é uma grande classe média. Há problemas, como em qualquer meio humana, mas não se constituem o que chamamos de "problema social". Ainda em 2009, quando a crise mundial dava os primeiros sinais, o parlamento dinamarquês decidiu que o Estado investiria em obras estruturais para aquecer a economia e manter empregos. Hoje há grandes obras sendo realizadas em cada canto por onde se passa.

Dizia também que os níveis baixíssimos de corrupção favoreciam o desenvolvimento econômico do seu país. Atuando numa empresa multinacional que está iniciando suas atividades em São Paulo, já estava bem informado deste entrave ao desenvolvimento do Brasil. O triste é que todos sabemos disso, mas preferimos tirar nossa "casquinha", em vez de lutar para removê-la.

Diversos são os entraves ao mais rápido, sólido e profundo desenvolvimento do país. As deficiências na infraestrutura, nas estruturas institucionais e na qualificação técnico-educacional da população estão entre as mais citadas. Pouco se fala do perfil ético-moral que caracteriza parcela significativa de nossos dirigentes e da nossa passividade diante dele.

Qualquer grupo que deseja desenvolver-se, precisa não somente fazer um diagnóstico adequado da realidade, mas dispor-se a implementar o que for necessário para atingir seu objetivo. Se queremos ver o desenvolvimento econômico do Brasil, que busquemos conhecer sua realidade, os obstáculos a serem vencidos e, não somente agir em seu raio de influência e conhecimento, mas também unir-se a outros, inclusive de áreas diferentes, na busca de soluções que beneficiem a todos e não somente uma parcela dominante.

Abraços do seu pastor,

Adolescentes Viciados em Drogas e Álcool - 30.07.12 - 99/100 dias de oração pelo Brasil


Adolescência é uma fase essencial à vida humana. É nela que, depois de viver o período no qual a verdade dos pais é a verdade absoluta, o ser humano vive uma busca intensa por suas próprias verdades. Daí ser comum, nesta idade, o conflito entre pais e filhos. Geralmente o problema maior é dos pais que, por não entenderem o processo de desenvolvimento do filho, continua a exigir uma postura incompatível com a idade.

Nessa fase, a pessoa vive um dilema: em alguns momentos quer ser tratada como criança; noutros, como adulto. Dá um  nó na cabeça adulta, não poder prever ou controlar quando e onde essa necessidade se manifesta. Nó maior é a perda de controle sobre sua "criança".

Nessa fase os hormônios estão à flor da pele e a crise existencial se manifesta. Extravasar todos os sentimentos decorrentes é um desafio tanto para quem vive a adolescência, quanto para quem acompanha quem passa por ela. Os ideais norteiam a caminhada. A luta pela coerência entre o que se acredita e o que se faz é fortíssima. A frustração também. Na caminhada vai-se percebendo que, nem tudo o que pensamos e sentimos pode tornar-se realidade na hora e na forma desejada.

Sendo uma fase de definições, carências e conflitos interiores, muitos se tornam presas fáceis das drogas. E aquilo que surge para "solucionar" problemas de curto prazo, pode tornar-se o problema de toda uma vida ou do fim dela. Por isso é fundamental que aprofundemos nosso conhecimento sobre este momento especial da vida e busquemos sabedoria para lidarmos com ele.

A sociedade brasileira está em processo de envelhecimento. O número de adolescentes se tornará menor a cada dia. Isso poderá aprofundar as diferenças entre faixas etárias e provocar maiores conflitos, caso não saibamos entender o que se passa, tanto em nível individual, quanto social. Orar por nós mesmos, para que saibamos ajudar pessoas na adolescência é um bom primeiro passo. Quem ora com sinceridade, se compromete com a causa pela qual ora. É hora, portanto, de orarmos pelos adolescentes e trabalharmos para que as drogas não façam parte de suas "soluções". É hora de orar por aqueles que já caíram na cilada e buscarmos formas de ajudá-los a saírem da armadilha.

Abraços do seu pastor,

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Amar o Próximo - 29.07.12 - 98/100 dias de oração pelo Brasil


Definir emoções ou atitudes, dando-lhes um nome é uma necessidade humana. Dar nomes é a forma usada para nos relacionarmos com as realidades por nós percebidas. Porém, devemos ter consciência de que os nomes dados nem sempre conseguem satisfazer tudo o que experimentamos. Sempre fica uma brecha para que a definição de uma pessoa a respeito da emoção ou da atitude não se assemelhe exatamente a de outra. É o caso da experiência de amar.

O amor é comumente definido como sentimento nas canções que falam da paixão; como sinônimo de fazer sexo, na gíria hippie, a partir dos anos 60; como atitude, em autores como Cecil Orborne ou mesmo como uma decisão, uma escolha, nas palavras de Jesus quando diz: 
"Vocês ouviram o que foi dito:'Ame o seu próximo e odeie o seu inimigo!' 
Mas eu lhes digo: Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem, para que vocês venham a ser filhos de seu pai ue está nos céus. Porque ele faz raiar o sol sobre os maus e os bons e derrama chuva sobre justs e injustos.Se vocês amarem aqueles que os amam, que recompensa vocês receberão? Até os publicanos fazem isso! E se saudarem apenas os seus irmãos, o que estarão fazendo de mais? Até os pagãos fazem isso!"

Isso sem falar nos equívocos que cometemos em nome do amor. Dar uma moeda a uma pessoa, no sinal de trânsito, seria uma manifestação de amor? Não há unanimidade. Henry Drummond, pastor escocês, em seu extraordinário livreto "A maior coisa do mundo" (disponível no Brasil sob o título "O Dom Supremo", numa versão de Paulo Coelho), defende que não necessariamente.

Se não bastasse isso, ainda há a questão da motivação, quando declaramos amar uma pessoa. Nietzsche, por exemplo, como percebia as relações pela ótica do poder, defendeu que quando justificamos nossos atos em favor de alguém como sendo por amor, na verdade o amor seria a nós mesmos. 

Todas essas compreensões e uma infinidade de outras que podem ser encontradas em livros, confirmam o desafio que é a comunicação humana, a criação de conceitos e suas definições. Isso, porém, não anula a existência de uma experiência conhecida como amor. Uma experiência que, conquanto possa envolver emoção, sexo, caridade e, num nível mais profundo da consciência ou inconsciência humana, algo que pode ser entendido como egoismo, é, na verdade, a nossa mais preciosa experiência.

É o amor que damos ou recebemos que nos faz ficar em pé, que dá sentido à existência, que renova nossa esperança, que revigora nossas forças para que continuemos vivendo, mesmo em meio às mais profundas adversidades. 

A meu ver, em face da influencia de Jesus sobre minha história, amar é uma escolha de vida. Cercada ou não de emoção, a decisão de amar é essencial à nossa caminhada. Tão essencial para o outro, quanto seria para nós mesmos, se estivéssemos em seu lugar. Daí a regra de ouro:"Assim, em tudo, façam aos outros o que vocês querem que eles lhes façam; pois esta é a Lei e os Profetas". (Mt 7.12).
Não podemos deixar de escolher fazer ao outro, aquilo que deveria ser feito em nosso favor, se estivéssemos em situação semelhante, no lugar dele.

É um desafio, em algumas situações, especialmente as caracterizadas por emoções traumáticas, de crueldade ou injustiça. Os primeiros discípulos de Jesus reconheceram isso quando lhes foi ensinando que deveriam perdoar alguém, 70 x 7 vezes, num mesmo dia, se a pessoa reconhecesse o erro e pedisse perdão. Tão desafiador que a reação deles foi: "Aumenta a nossa fé" (Mt. 17.5).  Mas é o melhor norte a ser cultivado, referencial a ser seguido, segundo as palavras de Jesus. 

Amar é a  maior coisa do mundo, a maior necessidade humana, é tudo de que precisamos para viver.

Abraços do seu pastor,

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Justiça Social no Brasil - 28.07.12 - 97/100 dias de oração pelo Brasil


Todos queremos justiça social, desde que a chegada dela não implique em alterar nosso status quo. Isso porque justiça social implica não somente em justa distribuição de renda, mas também de oportunidades, para que se tenha acesso à informação, aos cargos e funções decisórias, à educação, saúde, segurança, habitação e a transporte, por exemplo. 

No caso da igreja, a grande questão da não inclusão do tema justiça social em sua lista de prioridades, se deve ao fato de que não há como agir nesse campo sem que as diferenças político-econômicas se evidenciem, sem que os constrangimentos das desigualdades venham à tona e sem que se corra o risco de perder determinados privilégios.

Se tem dúvidas quanto isso, passe a observar quais são os temas relacionados à vida social que são abordados por nós. Pegue qualquer revista ou jornal de qualquer denominação evangélica ou até mesmo faça um levantamento dos temas sociais abordados em congressos denominacionais e verificará que eles têm algo em comum: tratam de temas que não colocam a igreja em rota de colisão com os poderes políticos e econômicos estabelecidos. Até mesmo quando nos envolvemos na busca por um lugar nos parlamentos ou em cargos executivos eletivos, o fazemos pensando em ter alguém que defenda nossos interesses e não em pessoas que tenham visão pública e entendimento ético consistente.

Optamos por tratar das questões do corpo, não porque seja o mais importante da vida humana, mas por sua generalidade e, consequentemente, por combater-se questões que não alteram as relações de poder estabelecidas (apenas aumentam a culpa individual e força-se uma maior dependência sacerdotal para que ela seja perdoada). O que discuto aqui, não é a importância da ética da corporalidade, mas a "exclusivização", absolutização até, dela em nossos discursos e ações, em detrimento das demais áreas, especialmente as políticas e econômicas.

Entretanto, não há como agir em prol da justiça social, sem que as relações de poder sejam revistas. E para serem revistas é preciso que sejam analisadas, avaliadas. E para que isso ocorra, é preciso relacionar teoria a casos concretos. E fazer essa relação, nos coloca em rota de colisão. Daí, repito, rarissimamente termos acesso, nos meios denominacionais evangélicos, a temas relacionados à ética na economia e na política, em linguagem "popular".

O que significa pra nós "orar pela Justiça Social no Brasil"? Um desencargo de consciência? Um ajuste à imagem institucional? Queremos mesmo nos envolver para que algo seja mudado?

Abraços do seu pastor,

sábado, 11 de agosto de 2012

Mulheres Vítimas de Violência Doméstica - 27.07.12 - 96/100 dias de oração pelo Brasil

Há homens vítimas da violência doméstica? Certamente que sim, mas em proporções incomparáveis à sofrida pelas mulheres. A força bruta, o histórico predomínio econômico-financeiro, o desenvolvimento de uma cultura machista e o vigilante controle para sua manutenção, na qual a mulher se tornou uma ferramenta a serviço da comodidade do homem, um objeto para satisfazer suas necessidades sexuais, são alguns elementos que estão por detrás da violência contra a mulher.

E a igreja, o que tem a ver com isso? Lembro-me da experiência contada por uma amiga, Assistente Social, trabalhando numa Delegacia de Polícia. Uma mulher compareceu perante ela para  registrar uma ocorrência contra seu marido que a agrediu fisicamente. Ele a acompanhou. Enquanto ela era atendida pela delegada, ele ficou conversando com a Assistente Social. Evangélico, justificou a agressão em "bases bíblicas". Se a Bíblia determinou a submissão e a mulher desobedeceu, não lhe restou outra alternativa, senão a penalidade física.

O poder faz isso. Mal entendido e sentido, ele não permite que enxerguemos a possibilidade de convivência entre visões paralelas. Diálogo, portanto, não faz parte do seu vocabulário. Só deve haver uma visão de mundo, de realidade, dos fatos, enfim. Se não há afinidade, o outro é que está cego e, portanto, qualquer meio se torna válido para ajustar a pessoa divergente à minha verdade. Se não se ajusta ao meu modo de pensar através da força do argumento, que seja pela força física. Mas tem que se ajustar...

Não existe ser humano "naturalmente" submisso. Existem homens e mulheres que se ajustam à base da relação custo-benefício. Em outras palavras, ninguém se submete a ninguém por uma convicção ou prazer inerentes à sua natureza. A submissão sempre é resultado de conveniência. Avalia-se, consciente ou inconscientemente, o que se ganha ou se perde dependendo da postura adotada e, assim, adota-se um discurso, um comportamento, uma postura. Por isso, sempre que alguém se apresenta submisso sem que haja algum tipo de ganho que dê sentido à sua atitude, certamente há um processo de adoecimento emocional latente que, um dia, pode explodir de alguma forma geralmente negativa, no mínimo pra si mesmo.

Se há mulheres vítimas de violência é porque nós homens não aprendemos a lidar com o poder. A igreja colabora com isso sempre que defende a manutenção de qualquer tipo de relacionamento entre homens e mulheres, seja na família, na ministério eclesiástico, na vida profissional, enfim, que não seja movido por uma consciência de que ambos foram criados à imagem e semelhança de Deus e, portanto, que não seja caracterizado por interdependência, diálogo, amor e mútua submissão.

A igreja contribui para a violência contra a mulher quando insiste em interpretar literalmente (prefiro popularmente) os textos que favorecem a manutenção do doentio status quo histórico-cultural masculino e não adota o mesmo critério para todos os textos bíblicos. (A incoerência em termos de critérios hermenêuticos e a principal evidência do machismo impregnado na cultura eclesiástica)

Há violência contra a mulher dentro de lares "cristãos", mesmo "evangélicos", e isso se dá de diversas maneiras, inclusive física. O que podemos fazer contra?

Abraços do seu pastor,