quinta-feira, 30 de abril de 2015

A colheita do PT

(Numa democracia, senhor é o povo, partidos devem ser servos)

"Mas suponham que esse servo diga a si mesmo: ‘Meu senhor se demora a voltar’, e então comece a bater nos servos e nas servas, a comer, a beber e a embriagar-se."

"O senhor daquele servo virá num dia em que ele não o espera e numa hora que não sabe e o punirá severamente e lhe dará um lugar com os infiéis."

“Aquele servo que conhece a vontade de seu senhor e não prepara o que ele deseja, nem o realiza, receberá muitos açoites."

"A quem muito foi dado, muito será exigido; e a quem muito foi confiado, muito mais será pedido." (‭Lucas‬ ‭12‬:‭45-48‬ NVI)

xxx

Lia esse texto nessa manhã. Pensei na minha vida e na prestação de contas das oportunidades de servir que cairam em minhas mãos. Tenho alguma consciência do que fiz de bom e do que não faria novamente em situação semelhante. Tenho uma opinião do resultado geral. 

Sim, ainda me enquadro dentre os que creem na prestação de contas a um ser superior. Nisso sou filosoficamente kantiano e teologicamente jesusiano. Crer e ensinar que não prestaremos contas a nada transcedental dos nossos atos, a não ser sofrer em sí as consequências das leis naturais e do Estado, me parece pouco quando penso no conjunto da ações maldosas da sociedade e nos aspectos negativos da natureza humana.

Mas, reconheço,  todo pensamento traz consigo suas fragilidades, por isso compartilho isso sem qualquer tipo de pretensão de impor a quem quer que seja esta minha intuição.

Seja no futuro, diante de um ser superior que denominamos DEUS, seja no presente, colhendo as consequências do que plantamos diante dos semelhantes, o fato é que sofremos as consequências positivas ou negativas de nossas escolhas.

Nesse sentido penso na colheita do PT. Por que no PT e não nos outros? Os outros seriam menos desviados do que o PT? Penso no PT porque se a ele mais foi dado, dele está sendo mais requerido.

Fico lendo o que chamaria, usando a linguagem popular da astrologia, o "inferno astral do PT" e pensando: ele recebeu um depósito elevado de confiança do povo brasileiro. Ele teve  o respaldo político e legal pra plantar um novo futuro. Mas escolheu fazer igual, apenas mudando a quantidade, seja do bem, seja do mal. No essencial - empenho para alterar as estruturas políticas ou tributárias, por exemplo, que são injustas e danosas à maioria - ele preferiu deixar pra depois. 

Se isso não bastasse, alguns dos seus principais líderes, optaram por se tornarem "consultores" dos não menos gananciosos detentores do capital  para encher seus próprios bolsos, a se manterem fiéis às razões que levaram o povo a lhes dar poder, que seria nos alegrar com uma sociedade menos injusta, com um povo mais feliz com suas "panelas" menos vasias.

Pareceu-me que seu empenho pela mudança de valores éticos controvertidos foi maior do que pela mudança daqueles em torno do qual há consenso na maioria.

Militei eleitoralmente pelo PT e, mesmo diante de todos os erros dos quais estou convencido de terem sido praticados por ele, ainda não me tornei um antipetista. Votei e votarei em petistas, mas não mais pelo partido, mas por eles e ideais com os quais comungo.

Partidariamente, mesmo não enxergando ainda para onde ir, politicamente falando, optei por romper com o ídolo de barro e iniciar uma nova busca de alternativa em direção à utopia. Prefiro a incerteza, os riscos desta busca à ilusão de que seria possível colocar remendo novo em panos velhos.

Hoje sinto-me triste com as derrotas do Partido. Cada uma ue chega ao meu conhecimento, sinto como uma punhalada. Mas fico mais tristes ainda quando me lembro de suas mentiras eleitorais - que não me enganaram - e de como se tornou refém de pessoas e modelos por ele combatidos. Tudo porque, quando podia ter avançado nas mudanças optou por usufruir da situação.

Até mesmo diante de possível recuperação da economia, por exemplo, ficará a lembrança de que o remédio usado foi o veneno que ele demonizou para reeleger-se. E essa mentira será lembrada, de novo, em 2016.

Sim PT: "A quem muito foi dado, muito será exigido; e a quem muito foi confiado, muito mais será pedido.". Prepare-se, portanto, pois ainda temos quase 4 anos pela frente. ARREPENDA-SE.  Esse é o caminho para, pelo menos, diminuir os efeitos do calote moral dado em seus eleitores. É o caminho para diminuir o trabalho daqueles que, atingidos pelo cupido, no estrito sentido freudiano, lutam desesperadamente em sua defesa, como que caiu no oceano "sem lenço e sem documento".


terça-feira, 21 de abril de 2015

Encontro de Casais com Cristo

A história comprova o impacto ocorrido na vida de milhões de pessoas que tiveram a oportunidade de um encontro com Jesus Cristo. É impossível conhecer a vida e ensinos de Jesus sem que algo positivo não ocorra. Suas palavras e, sobretudo, a força do amor que sua vida retrata são o que de melhor existe em favor da saúde humana, em todas as dimensões.

Ressalve-se, porém, que não devemos confundir encontro com Jesus com encontro com uma religião. A religião é a institucionalização da caminhada de um grupo de pessoas com Deus. Por isso, em que pese benefícios que possa produzir, a necessidade de estruturação e normatização das relações, bem como interesses interpessoais de natureza política, econômica ou social, acaba se sobrepondo e até se contrapondo à finalidade de contribuir para o império do amor divino no coração humano.

Isso não significa que dizer sim a Jesus signifique dizer não à religião. Significa que, a exemplo do que deve ocorrer em relação a todas as atividades humanas – família, política, educação, economia, saúde, lazer... - também deve ocorrer em relação à religião: vivermos em contínuo processo de avaliação e ajustes entre nossa realidade e o exemplo de vida de Jesus.

O Encontro de Casais com Cristo não é receita milagrosa para solucionar problemas conjugais. Ninguém participe deste evento com essa expectativa, a fim de que não venha a decepcionar-se. O ECC é um evento que visa proporcionar aos casais a oportunidade de confrontarem aquilo que vivem em seus casamentos com aquilo que Jesus propõe como princípio de vida para relacionamentos interpessoais saudáveis.

Assim sendo, é essencial que os participantes estejam com os corações abertos, especialmente cientes das áreas de convivência conjugal que apresentam fragilidade. E mais: é essencial que cada um vá para o Encontro aberto a conhecer ou reconhecer seus pontos fracos na relação e não os pontos fracos do outro.

Vivemos cercados por informações e exemplos de pessimismo, suspeita e deslealdade. A mídia descobriu que desgraça humana “da ibope” e aumenta o interesse do patrocinador por vender por qualquer meio, mas parece não se dar conta de que ibope de desgraça banaliza, realimenta, fortalece e amplia ainda mais a desgraça. Isso realça a importância do ECC, pois ele se torna alternativa para reabastecer a esperança, animar a confiança e reanimar a fidelidade.

O ECC não conta com o poder científico-tecnológico das comunicações, mas conta com o poder da dedicação daqueles que nele e por ele trabalham, visando, com muito amor, na maioria dos casos distante dos holofotes, proporcionar aos participantes uma oportunidade impar de superar obstáculos e construir relacionamentos conjugais saudáveis – santos na linguagem sacerdotal – de acordo com os propósitos da vida e ensinos de Jesus.


Como igreja, devemos orar por todos os envolvidos e contribuir para que não faltem recursos de qualquer natureza à realização deste importante evento.