sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009
Como mensurar a saúde de uma igreja?
Crescimento físico não é a única dimensão a ser avaliada. Por isso, com o passar do tempo outras áreas passam a ser objeto de acompanhamento visando conferir o estado da saúde.
As dimensões emocional, cognitiva, social, espiritual, intelectual e econômica estão entre as que recebem maior atenção. Para cada uma dessas áreas, parâmetros são estabelecidos a partir de estudos científicos. A credibilidade dos resultados para definir o estado da saúde da pessoa depende dos pressupostos epistemológicos adotados. Conseguir consenso nisso é sempre um desafio.
Admitimos o fato de haver dimensões difíceis de serem medidas, mas isso não justifica a ausência de parâmetros. Também é importante esclarecer que tanto o desinteresse quanto a fixação por medições podem indicar, igualmente, que há algo errado.
Geralmente nos baseamos, por exemplo, na freqüência aos cultos e à Escola Bíblica; na receita financeira mensal; no valor das ofertas missionárias; no percentual de membros contribuintes; no número de congregações; na quantidade de ministérios em funcionamento e no número de pessoas engajadas neles; na organização e limpeza do espaço físico ou na manifestação oral de satisfação das pessoas. Esses indicadores têm seu valor, mas qual seria o grau de profundidade deles para constatarmos a saúde da igreja?
A definição de igreja como corpo de Cristo nos oferece o mais importante parâmetro de verificação: a pessoa de Cristo. Paulo escreveu: “Até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo” (Ef. 4.13). Assim, uma igreja saudável é aquela que mais evidencia através de seus membros, a personalidade do Cristo.
Conquanto tenhamos o parâmetro – Cristo -, a indagação persiste: que indicadores podem ser usados para constatar-se o quanto uma igreja se identifica com o Cristo? Ele disse que os frutos seriam a evidência (Mt. 7.20), o discurso não (Mt. 7.21); que deixar tudo e segui-lo é evidência (Mt. 19.27-30), mas pelos motivos errados não (Jô 6.26); que o desapego aos bens materiais (Lc. 18.22) e a manifestação da solidariedade é evidência (Mt. 25.34-36), mas se não for por amor, diz Paulo, não vale (I cor. 13.3). Pode, então, alguém, mensurar a saúde de uma igreja?
A resposta é: devemos sim, estabelecer uma série de indicadores para nos ajudar a buscar e preservar a saúde da igreja. Porém, isso deve ser feito com humildade, pois, somente Deus, que conhece nossas intenções, é capaz de avaliar sua igreja. Talvez por isso Paulo tenha dito que o importante é cada um ser fiel e, conquanto ele mesmo tenha feito uma série de avaliações da espiritualidade corintiana, afirmou não se importar com os julgamentos humanos (I Cor. 4.1-3).
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Marcadores: Administração, Igreja, Reflexão bíblica, Teologia
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
Administração, Missões e Teologia
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Nos amores da adolescência, o que importava era estar ao lado da pessoa amada, trocando beijos e abraços, fazendo juras de amor e sonhando com um futuro “numa ilha de fantasias”. Não era o momento para considerações sobre implicações econômicas do casamento, orçamento familiar, filosofia de educação dos filhos, escala de valores e prioridades, divisão do tempo com outras necessidades individuais e conjugais, enfrentamento de adversidades físicas, emocionais, relacionais, enfim, não havia lugar para o mundo real.
Quando ouço alguém falar que dinheiro de missões é intocável, penso duas coisas: ou a pessoa está jogando pra platéia, usando aquelas frases de efeito que disparam instintivos améns quase unânimes ou demonstra ignorância a respeito da inter-relação existente entre diversos elementos no desenvolvimento da missão da igreja. Não refiro-me ao desvio de finalidade de ofertas designadas. Falo da incapacidade de enxergarem que as convenções serão ineficientes e ineficazes em seus propósitos se não valorizarem, inclusive financeiramente, os aspectos da formação teológica e de administração de seus líderes.
Penso ser importante deixar claro que missões, no sentido usado entre nós batistas, faz parte da missão, mas missões, nem é nossa única missão, nem pode existir isolada da administração e da teologia.
Sou um admirador do Pr. Fernando Brandão. Louvo a Deus por sua chegada à direção da Junta de Missões Nacionais e, observando elementos que conheço para “ouvir clinicamente” uma pessoa, não percebi até agora evidências de que não se trate de pessoa sincera e honesta. Dos lábios dele tenho ouvido uma expressão, referente à saúde financeira de Missões Nacionais, que, para não ser distorcida, merece reflexão: “Não é coisa de administração nem gestão humana, é de Deus”.
Compreendo seu espírito humilde, "joãobatistiano" do "convém que ele cresça...", mas é inegável que Deus está usando sua experiência e conhecimentos em gestão financeira, bem como sua ética, amor ao Reino e carisma, no processo de recuperação da saúde de Missões Nacionais. Se assim não fosse, não precisaríamos incluir qualidades de administrador dentre os critérios de seleção de nossos dirigentes. Bastaria descobrir quanto tempo eles passam orando e lendo a Bíblia. Mas todos sabemos que não é assim.
Ao fazer essa consideração, meu objetivo é esclarecer que administração, definida na linguagem religiosa paulina como dom, não é algo menos espiritual ou necessário do que "amor por missões". Muito menos, reconhecer a participação humana no sucesso da missão, falta de honra a Deus. Afinal, não somos seus cooperadores? Assim, vejo como equívoco comum em nossas igrejas, o discurso de que administração não faz parte da espiritualidade cristã. Não por acaso, o principal motivo de queda de pastores não são desvios éticos ou doutrinários, mas esgotamento administrativo.
A administração é a estrada sobre a qual a missão da igreja viaja e a teologia, seu combustível. Se enfatizarmos missões e nos descuidarmos da administração e da teologia, o cumprimento da missão "desacelera". Quando, por exemplo, declaramos a ação de Deus em nossos empreendimentos, estamos fazendo uma afirmação teológica, portanto, passível de análise. É a ausência de estímulo à reflexão teológica uma das principais causas do surgimento de líderes nocivos à saúde da igreja e da sociedade e a principal causa dos membros de nossas igrejas serem presas fáceis de seus discursos biblicamente diabólicos, como na tentação de Jesus.
Lamentavelmente missões parece estar para os batistas, assim como o futebol para os brasileiros. O investimento previsto para hospedar a Copa do Mundo de 2014 é 230% maior (ou numa linguagem mais correta, duas vezes mais 30% superior) do que o orçamento anual de educação do país. Se compararmos nossos investimentos em missões com os em educação encontraremos proporção semelhante ou ainda pior.
Da mesma forma, se compararmos o "amor" que manifestamos por missões (não com a missão) com o que manifestamos pela administração das organizações batistas, o resultado será o mesmo. Estamos tão neurotica e medievalmente condicionados a livrar individuos de um inferno futuro que não percebemos o "inferno" que muitas igrejas vivem por ineficiência administrativa ou influencia de teologias construidas nos e não de joelhos.
Todos ficamos encantados com os momentos devocionais das assembléias da CBB. Duas coisas, porém me preocupam: a primeira, é que a supervalorização de tais momentos pode indicar a pobreza deles no cotidiano de nossas igrejas. A carência pode ser tal que precisamos encontrar alguma fonte para suprí-la. Assim, acreditamos que o que nos falta o ano todo em nossas igrejas deve ser suprido em doses cavalares durante uma assembléia.
A segunda é com a negação da importância das sessões administrativas. Já fui, por oito anos, executivo de instituição denominacional. Sei o quanto se sofre durante os dias das assembléias por termos que ouvir alguns discursos destituídos de fundamentos sólidos a respeito do trabalho que desenvolvemos. Mas não podemos, por isso, desestimular a participação democrática daqueles que representam os interesses das igrejas locais, que são a razão de ser da existência das convenções batistas.
Fui a Brasília com o pensamento focado na defesa de dois temas. Um deles decidi aguardar mais este ano e, a depender de como as coisas caminharem, levantarei na próxima assembléia. Durante toda a assembléia fiz uso do microfone três vezes. Duas em defesa da criação da Câmara de Ação Social (o segundo dos meus temas-foco) que foi aprovada. O outro uso do microfone, foi em favor dos direitos de participação nos conselhos da CBB, dos membros das igrejas fiéis ao Plano Cooperativo, oriundos de convenções estaduais cujos administradores retiveram indevidamente o repasse do Plano Cooperativo nacional. Sobre isso escreverei oportunamente.
Pois bem, reconheço que há oradores que alugam os microfones e cujas intervenções nos debates, tanto em quantidade quanto em qualidade, seriam dispensáveis. Devemos cuidar, entretanto, de não usar isso para inibir aqueles que têm somente aquele espaço para fiscalizar as instituições financiadas por suas igrejas e se calam por receio de serem estigmatizados como falastrões. Diga-se de passagem, alguns não falam nas assembléias, mas manifestam suas insatisfações, inclusive retendo o Plano Cooperativo ou não enfatizando ofertas especiais.
Todos sabemos o pensamento que diz que, se o poder corrompe, o poder absoluto corrompe absolutamente. Portanto, é, também, visando evitar brechas para corrupção, malversação dos recursos financeiros enviados mensalmente às convenções, bem como garantir a finalidade da nossa "filiação" que devemos estimular a participação consciente de cada representante das igrejas nas sessões administrativas das assembléias.
Penso que estamos num momento crucial em relação aos investimentos que as convenções estaduais e nacionais fazem com o dinheiro dos dízimos, devolvidos até com sacrifício às igrejas. Chegou a hora de aprofundarmos a administração da coisa batista, a partir de dados objetivos, transparentes, sem receios ou amarguras, amando não só missões, mas também a educação e a administração, a fim de cumprirmos nossa missão integral, ajudando o ser humano em todas as dimensões de sua vida, a partir da comunhão com Deus.
Postado por edvardeoliveira@gmail.com às 22:03:00 4 comentários
Marcadores: Administração, Educação Teológica, Etica, Missões, Política Denominacional, Teologia
Um dia de pescador
Postado por edvardeoliveira@gmail.com às 21:30:00 3 comentários
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sábado, 14 de fevereiro de 2009
Indicadores Sociais: "a resposta, meu amigo, está no ar"
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sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
O custo da falta de educação
Nos primeiros 35 dias de 2009, aproximadamente 7 pessoas foram assassinadas por dia, na região metropolitana de Salvador. Drogas são a principal causa apontada.
O Brasil vai investir 35 bilhões de reais na realização da Copa do Mundo de Futebol, em 2014, segundo a FGV. O investimento representa 230% (2 vezes + 30%) acima do orçamento previsto para educação em 2009.
A Bahia, juntamente com Pernambuco, é o estado brasileiro no qual o poder judiciário é o mais lento no país. Salvador deverá investir 235 milhões na reforma da Fonte Nova, se for escolhida como uma das sedes.
O futebol está para o Brasil assim como missões para a CBB. O investimento dos batistas em educação provavelmente também. A idéia reinante em parte da liderança batista é simples: salva-se individuos do inferno futuro, mesmo que as igrejas caminhem num "inferno" presente por ineficiência e ineficácia adminitrativa e falta de investimento em educação teológica e cristã.
Em termos de prioridade, nos batistas somos um retrato do Brasil. Ou o Brasil é um retrato nosso?
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Marcadores: Atuação Social, batistas, Educação, Esporte, Política Econômica
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
A primeira vez numa Assembléia da CBB
Eu estava com uma camiseta do tipo pólo e ao meu lado um jovem com terno. Claro, imaginei tratar-se de pastor. Cumprimentei-o e não demorou muito ele comentou rindo:
- "Tô de paletó pois quero me exibir" E continuou: - "Minha esposa não queria que eu o usasse, mas eu seria capaz de vir a pé. É a primeira vez que participo de uma "convenção".
Comecei então a observar seu comportamento durante a programação. Seus olhos brilhavam de prazer. Quando mais de 3000 pessoas começaram a cantar "A Deus demos glória..." ele olhou pra mim, emocionado e disse: - "tem coisa melhor do que isso". A programação continuou e, após o "cântico da colheita" ele olhou, com olhos cheios de lágrimas, e comentou: "Eu não aguentei não, pastor, eu chorei"
De fato, o momento era bonito, o ambiente agradável, a música de boa qualidade, fato que gerou um novo comentário, após ouvir "mestre o mar se revolta" ao som de uma harpa muito bem tocada. - "É de lavar a alma".
Com sua máquina digital, fotografando tudo, em dado momento ele virou para nós e pediu permissão para nos fotografar. De repente nos sentimos importantes por entrarmos para a história daquele jovem pastor.
Tudo foi muito bonito e inspirativo naquela manhã. Nenhuma proposta em discussão, nenhum debate, nenhuma questão de ordem, nada de manifestações da advocracia batista.
Postado por edvardeoliveira@gmail.com às 18:41:00 2 comentários
Marcadores: batistas, pastores, Política Denominacional
Meu problema com uma operadora de celular
Postado por edvardeoliveira@gmail.com às 09:10:00 1 comentários
Marcadores: pessoal, Política Econômica