Por que uns são generosos e outros avarentos com sua igreja?
“Então Maria pegou um frasco de nardo puro, que
era um perfume caro, derramou-o sobre os pés de Jesus e os enxugou com os seus
cabelos. E a casa encheu-se com a fragrância do perfume.”
“"Por que este perfume não foi vendido, e o
dinheiro dado aos pobres? Seriam trezentos denários".”Ele não falou isso por se interessar
pelos pobres, mas porque era ladrão; sendo responsável pela bolsa de dinheiro,
costumava tirar o que nela era colocado”
(João 12:3,5,6)
Participar de cultos é fácil. Ser membro
de igreja é fácil. Levantar a mão em público declarando crer em Jesus é fácil.
Defender teses sobre teologia, religião, ética, etc é fácil. Cantar ou tocar
nos cultos é fácil. Até manifestar compromisso com Jesus Cristo no cotidiano é
fácil. Tudo é fácil, dependendo do tipo de experiência vivido com Deus, de como
ela afetou nossas vidas, do valor que damos a ela.
Um homem doou uma oferta elevadíssima
em dinheiro para determinada igreja. Ao ser questionado sobre a sensatez de seu
ato retrucou: “você sabe quanto vale ter perdido um filho para o mundo das
drogas e, quando não acreditava mais ser possível, poder abraçá-lo novamente, totalmente
transformado, porque a igreja, movida pelo amor de Deus, o ajudou a se
libertar?”.
A questão de sermos generosos (pessoas cujos
interesses próprios não dominam absolutamente sobre suas vidas) ou avarentos (pessoas cujo dinheiro
ou bens, mesmo em pequena quantidade, são o deus de suas vidas), tem a ver com
o valor dado ao amor de Deus, ao significado do que Jesus fez e a importância
disso em nossas vidas.
Ser generoso é extremamente fácil para
quem experimentou de maneira contundente o amor de Deus ou é sensível e capaz
de avaliá-lo, ainda que abstratamente.
Àqueles, porém, que não se deixaram
tocar por um ato amoroso divino, dar um centavo para que outros sejam
alcançados por manifestações de amor é um sacrifício violento. Para esses, seus
interesses estão acima de tudo. Todo relacionamento só tem valor se proporcionar
a eles algum benefício, de preferência de graça. O medo, não o amor, rege suas
decisões quando o assunto é dar.
Para eles, graça tem o mesmo sentido
de desgraça, pois sempre é usada como justificativa para reter pra si, para não
dar, para jamais dividir com alguém ou ir além do que se define padrão de
cooperação. A desculpa ou a avaliação míope de que a igreja não tem
necessidade, de que seria “rica”, é apenas discurso de avareza.
Contribuir ou não, financeiramente,
para o desenvolvimento ministerial da igreja não tem a ver com poder
aquisitivo, mas com o poder que o medo, o egoísmo, a avareza, exercem sobre nossas
vidas. Onde reina o amor, reina a confiança, a fidelidade, o altruísmo e a
cooperação.
Cada vez que chega dezembro, me
pergunto: como pode uma pessoa declarar-se crente em Jesus Cristo e passar um
ano inteiro sem participar com um centavo no sustento do ministério da igreja?
Como pode uma pessoa que é abençoada um ano inteiro pelas ações da igreja
passar em branco no que se refere ao seu sustento? Se ela participa de algo
promovido pela igreja é porque, no mínimo, isso produz algum bem em sua vida.
Conversando com um dinamarquês que não
frequentava igreja, perguntei-lhe sobre o porquê de ser dizimista. Sua resposta
foi: “acredito na importância da igreja para a sociedade”. Simples. E nós, o
que nos move a contribuir ou deixar de contribuir?
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