O Essencial na Cooperação Batista
"Não importa a igreja que tu és,
Se aos pés do Calvário tu estás,
Se o teu coração é igual ao meu,
Dá-me a mão e meu irmão serás"
Já dizia Rubem Alves que o povo cantou a Reforma
Protestante antes de entendê-la. Isso ratifica a importância da música como
veículo de idéias e estimula-nos a investir mais nesta importante área de
nossas igrejas. Meu objetivo, porém, não é falar de música, mas da letra de uma
música que influenciou minha vida mais do que eu poderia imaginar.
Era final dos anos 60 e, criança, ouvia minha
mãe cantando: "Não importa a igreja que tu és, se aos pés do calvário tu
estás, se o teu coração é igual ao meu, dá-me a mão e meu irmão serás".
Daí pra frente cantei-a durante a adolescência, sem saber que ela era fruto do
surgimento de novas denominações religiosas, bem como uma ferramenta para
facilitar a aceitação delas, pelos membros das chamadas igrejas tradicionais
(batistas, presbiterianas, metodistas, congregacionais, etc.).
Hoje entendo não somente a importância
estratégica dela para os objetivos das igrejas emergentes, mas também seu
significado para além da superfície das palavras.
Ela, primeiramente, me estimula a entender,
diferenciar e classificar as coisas e as idéias em torno de: é muito importante
para o desenvolvimento do Reino? Ou: é importante? Ou: é pouco importante? Ou:
é sem importância?
Creio que a Convenção Batista Baiana dará um
salto de qualidade e de velocidade no cumprimento de sua missão, se cada líder,
cada igreja, diante do que nos diferencia usasse essas perguntas. Há situações
em que, parece-me, investimos muito do nosso tempo e energia naquilo que é sem
importância significativa para o Reino.
Depois, a letra me fez pensar que devemos
diferenciar o essencial do acidental. De tudo que devemos guardar, guardemos o
nosso coração, pois ele é essencial à vida, diria o sábio bíblico. Como igreja,
no que é acidental somos diferentes, mas somos iguais no que é essencial. Todos
fomos criados para amar, todos somos pecadores, todos morreremos, todos
prestaremos contas a Deus e Ele nos julgará segundo sua reta justiça e não
seguindo as percepções de cada um. Não nos esqueçamos dessa essência.
Finalmente, ela aponta o essencial na vida de
uma igreja: estar efetivamente aos pés do calvário. Isto é, viver humilde e
submissamente à pessoa de Jesus, o Cristo.
Um livro que marcou a vida de muitos da minha
geração foi "Em seus passos, o que faria Jesus?". Através da leitura
dele, a centralidade de Jesus ganhou importância em minha vida. Descobri que o
essencial na fé cristã é conhecer e continuar conhecendo a vida, o caráter, os
ensinos de Jesus e, movido por sua amorosa graça, empenhar-nos em nos
identificarmos com ele não para alcançar uma salvação futura, mas por termos
sido salvos por ele já neste presente tempo.
Conhecer doutrinas é importante, mas, MAIS
importante é conhecermos Jesus e procurarmos ser um fiel retrato de sua vida em
nossas relações com as coisas e as pessoas.
O essencial na cooperação batista ou em nossa
caminhada como Convenção Batista Baiana, é focarmos no Jesus da desprezível
Nazaré, que caminhava com pecadores, lavava os pés de seus amigos e abençoava
seus inimigos.
Se isso for levado graciosamente a sério,
alimentaremos a real motivação para nos reunirmos e contribuirmos. De mãos
dadas pensaremos, planejaremos, executaremos e avaliaremos a caminhada
denominacional. Com corações alegres e generosos contribuiremos com orações,
conhecimentos, tempo e dinheiro para o avanço do evangelho do Reino no coração
de cada pessoa em nossa cidade, estado, país e mundo.
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