sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Presidenta ou presidente

Presidente ou presidenta?

A nova presidenta do STF prefere ser chamada de presidente
(http://www.implicante.org/blog/a-nova-presidente-do-stf-diferente-de-certas-pessoas-prefere-ser-chamada-de-presidente/)

Sim ela prefere. E daí?  

Vivemos numa democracia e cada um se comunica de acordo com suas ideologias. A lingua é livre e a comunicação viva.

Sim, existe um padrão legal, fruto de convenção política, e é importante que quem se submete a provas de escolaridade ou deseja participar de concursos para algo o conheça e cumpra a lei. 

Portanto, vamos diferenciar o legal do correto.

Correto é você não usar o padrão legal pra mentir, difamar, produzir sentenças injustas, escrever sentenças protelatórias que beneficiam corruptos e mantém inocentes atrás das grades. 

Correto é você que teve acesso a bons professores e escolas, não usar o padrão legal da lingua portuguesa  para humilhar aqueles que não tiveram a mesma oportunidade, discriminando-o como se tivesse o rei na barriga só porque concentrou seus esforços em obedecer rigorosamente a lei.

Correto é você conhecer que a lingua foi imposta por homens e não mulheres e que, portanto, não é destituida do machismo que, por exemplo, para referir-se a um grupo de pessoas formado por 9 mulheres e um homem, obrigado-nos a usar o gênero masculino, como se elas não estivessem presentes em maioria.

Correto é você usar sua ligua para amar, abençoar, lutar pelo direito, pela justiça em favor do empobrecido, marginalizado, explorado.

Você e eu não somos especialistas em todas as áreas da vida. Correto é reconhecer isso e usar o que sabemos para fazer o melhor visando abençoar o outro porque o outro, naquilo que faz melhor do que você, não te humilha.

O que espero da nova presidente do STF não é que ela fale presidente ou presidenta, mas que ela contrate administradores para criar processoas administrativos que agilizem a pauta; que ela modernize o seu sistema judiciário, que ela combata a corrupção, inclusive a corrupção política também existente na casa que dirigirá.

Na verdade, se é que ela pronunciou-se sobre isso, penso que deveria estar muito mais preocupada em exercer corretamente a função em favor da construção de justiça nesse emaranhado legal fomentador de injustiça do que marcar território ideológico, posição política ou preocupada com título. Afinal é paga, bem paga, com dinheiro do nosso suor, para atender as demandas de interesses públicos e não corporativos.

Gosto dela e desejo que ela faça o bem, bem melhor do que seus antecessores e antecessora (sim, eu sei que, pelo padrão legal, antecessores inclui uma antecessora, mas também gosto de quebrar esta lei)

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