segunda-feira, 1 de julho de 2019

Relações trabalhistas no ministério pastoral batista

Uma pessoa me questionou: por que pastores batistas nada falam sobre as mudanças na legislação trabalhista?

Simples.

1. Pastor batista não tem carteira de trabalho;

2. Pastor batista não é subordinado às leis trabalhistas;

3. Pastor batista não tem estabilidade no "emprego";

4. Pastor batista, quando muito, negocia com a igreja local suas condições de trabalho (e da parte que representa a igreja nas decisões salariais, há generosos e mesquinho, há patrões e empregados, há desempregados e super bem empregados, há de direita e de esquerda, há economicamente conservadores e liberais, enfim, e poucos se interessam em avaliar a complexidade da instituição e do trabalho pastoral);

5. Férias, 13o,  Fundo de Garantia, Plano de Saúde, INSS, tudo precisa ser acordado entre as partes;

6. A relação entre um pastor e uma igreja batista pode ser rompida  pelo simples desejo de uma das partes;

7. Não existe indenização demissória, exceto se tiver sido acordada no início da caminhada;

8. Pastor batista nem entra com ação na justiça do trabalho porque seu trabalho não é considerado profissão, mas sacerdócio;

9. Há pastor batista com salário (prebenda) digno, mas a maioria vive em condições salariais semelhantes a da maioria empobrecida da população brasileira;

10. A relação de trabalho entre um pastor  e uma igreja batista é classificada como ultraliberal.

Se isso é bom ou ruim, seria outro assunto. Mas é assim. 

Talvez por isso as discussões sobre desregulamentação  das relações de trabalho no Brasil não provocam reações significativas da parte pastoral batista.