Iniciei, recentemente, a mensagem: “Brilhar para a glória de Deus”, da série: “Imperativos de Jesus”, mencionando a situação de corrupção endêmica no Brasil, presente nos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, no Exército e também nas igrejas. Tal realidade foi ilustrada por artigos das revistas CARTA CAPITAL (nº 666, de 05.10.2011) E VEJA (nºs 39 e 40 de 28.09 e 05.10 de 2011) e do site “The Lausanne movement” (“Leaders in India Gather toAddress Corruption”) que, embora se refira à realidade da Índia, retrata realidades presentes no Brasil. Saliente-se também que, ainda que o destaque seja desproporcional à publicidade dada, sabemos que o envolvimento da classe empresarial é determinante na maioria dos casos de corrupção em pauta nas mídias, em todas as esferas onde ocorrem. Em outras palavras: por detrás de cada corrupção, interesses empresariais são tão ou mais fortes do que individuais.
Alegra-nos saber que a Convenção Batista Brasileira focará, em 2012, o tema integridade. É extremamente oportuno que as igrejas batistas do Brasil estudem e debatam este assunto, pois, ou estancamos a corrupção ou a corrupção estanca nossas vidas.
O que isso tem a ver com a campanha pró Missões Nacionais? Isso é importante porque a corrupção afeta diretamente a qualidade de vida de toda a sociedade. A qualidade da segurança, da saúde, da educação, dos transportes, da alimentação, da habitação, enfim, depende fundamentalmente da honestidade e justiça nos relacionamentos interpessoais de uma sociedade. Então, se queremos impactar o Brasil, não podemos deixar de lado a preocupação e até priorização deste assunto.
Impactar significa provocar forte reação em dada realidade, alterando-a. Portanto, se nossa intenção é levar a sério o tema proposto pela Junta de Missões Nacionais da CBB, alguns aspectos precisam ser considerados:
1. Ter clareza teológica do projeto de vida desejado por Deus para a humanidade. Em nossa tradição protestante, reconhecemos os textos bíblicos como fonte de revelação do Cristo, parâmetro de humanidade desejada por Deus. Portanto, sem conhecimento do Cristo, sua história, sua vida, seus ensinos e, consequentemente das Escrituras que o revelam, podemos saber o que não queremos, mas não saberemos como alcançar o que queremos;
2. Ter clareza da realidade que nos cerca, não somente em relação ao que nos afeta direta e visivelmente, mas também das causas espirituais, técnicas e políticas geradoras de tal situação. Por isso, estudos individuais e debates coletivos nos ajudam no impacto que queremos causar;
3. Manifestar compromisso com a construção de uma sociedade pautada nos valores universais do reino de Deus. Digo universais e não somente bíblicos, pois há valores sócio-culturais de uma época e local cuja transferência de forma simples e irrefletida não impactariam positivamente nossa realidade;
4. Agir, priorizando a disponibilização de recursos como conhecimento, tempo, dinheiro e outros bens a serviço do reino de Deus. Não basta conhecer o Cristo, a realidade e vislumbrar um projeto de vida se não tivermos consciência de que cada um de nós é chamado a fazer uma parte.
Dar uma oferta para sustentar missionários, plantar igrejas, manter escolas, orfanatos, centros de recuperação de dependentes químicos e de qualificação para inclusão sócio-espiritual é uma parte das ações possíveis para impactar o Brasil. É algo que todos podemos fazer, pois ninguém é tão pobre que não possa participar. Que Deus, então, fale tão profundamente aos nossos corações que impactar o Brasil, com nossas vidas apaixonadas pelo evangelho integral, seja nossa principal motivação como discípulos e servos de Jesus Cristo.
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