sábado, 10 de maio de 2014

Fragilidade e força maternas

A fragilidade dos filhos é, a meu ver, uma das marcas mais fortes impressas na mente do ser mãe. Sua compreensão dessa fragilidade não é teórica, é vivencial. Elas, como ninguém,sabem o quanto e até quando eles precisaram delas, pois estiveram presentes durante sua infância e juventude.

Mesmo numa sociedade em que também saem de casa em busca do sustento financeiro da família, elas continuam em primeiro lugar no ranking de proximidade.Daí mães de 80 anos, chamarem filhos de 60 de “meu menino”, “minha menina”. Aos olhos delas filhos sempre serão assim e isso não é ruim, exceto se, por distúrbio, elas não permitirem que eles sigam suas vidas, por não acreditar que são capazes de se defender, de prover seu próprio sustento.

A meu ver, essa proximidade faz com que elas tenham maior consciência da fragilidade humana e as tornam, de modo geral, mais sensíveis, cuidadosas, talvez até se arriscando menos do que os pais. Mas, se quem estiver correndo risco são os filhos, elas se tornam verdadeiras leoas, se expõem à morte por eles.

Assim sendo, o que me impressiona nas mães é essa mistura de força e fragilidade. Força real, fragilidade aparente. Sim, pois embora, por uma única expressão de Pedro as mulheres foram estigmatizadas como sexo frágil, estigma compreensível numa sociedade que dependia da força física bruta, o fato é que são tão e quiçá mais resistentes do que os homens.

Essa minha percepção pode até não ser comprovada através de metodologia científica e nem é minha intenção que seja. Ela é fruto de experiência como filho de uma mãe exemplo de fragilidade e força. Uma mãe de seis filhas e dois filhos que sempre manteve em dia as tarefas domésticas comuns e ainda trabalhava pelo aumento da renda familiar;que perdeu o marido relativamente jovem, quando apenas duas das filhas estavam casadas, mas que soube manter a família unida e todos os filhos tementes a Deus e batalhadores do próprio sustento.

Ela – minha percepção – é também fruto de conviver nesses 31 anos de casado com uma mãe que deu tudo de si para que seus filhos – que também são meus – crescessem e se tornassem pessoas íntegras, autônomas, que proporcionam infinitamente mais alegrias do que preocupações.


Nesse sentido, deixo aqui este meu singelo reconhecimento àquelas que merecem toda nossa reverência, todo nosso respeito, todo nosso amor, nossas mães.

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