Fragilidade e força maternas
A fragilidade dos filhos é, a meu
ver, uma das marcas mais fortes impressas na mente do ser mãe. Sua compreensão dessa
fragilidade não é teórica, é vivencial. Elas, como ninguém,sabem o quanto e até
quando eles precisaram delas, pois estiveram presentes durante sua infância e
juventude.
Mesmo numa sociedade em que
também saem de casa em busca do sustento financeiro da família, elas continuam
em primeiro lugar no ranking de proximidade.Daí mães de 80 anos, chamarem filhos
de 60 de “meu menino”, “minha menina”. Aos olhos delas filhos sempre serão
assim e isso não é ruim, exceto se, por distúrbio, elas não permitirem que eles
sigam suas vidas, por não acreditar que são capazes de se defender, de prover
seu próprio sustento.
A meu ver, essa proximidade faz
com que elas tenham maior consciência da fragilidade humana e as tornam, de
modo geral, mais sensíveis, cuidadosas, talvez até se arriscando menos do que
os pais. Mas, se quem estiver correndo risco são os filhos, elas se tornam
verdadeiras leoas, se expõem à morte por eles.
Assim sendo, o que me impressiona
nas mães é essa mistura de força e fragilidade. Força real, fragilidade
aparente. Sim, pois embora, por uma única expressão de Pedro as mulheres foram
estigmatizadas como sexo frágil, estigma compreensível numa sociedade que
dependia da força física bruta, o fato é que são tão e quiçá mais resistentes
do que os homens.
Essa minha percepção pode até não
ser comprovada através de metodologia científica e nem é minha intenção que
seja. Ela é fruto de experiência como filho de uma mãe exemplo de fragilidade e
força. Uma mãe de seis filhas e dois filhos que sempre manteve em dia as
tarefas domésticas comuns e ainda trabalhava pelo aumento da renda familiar;que
perdeu o marido relativamente jovem, quando apenas duas das filhas estavam
casadas, mas que soube manter a família unida e todos os filhos tementes a Deus
e batalhadores do próprio sustento.
Ela – minha percepção – é também
fruto de conviver nesses 31 anos de casado com uma mãe que deu tudo de si para
que seus filhos – que também são meus – crescessem e se tornassem pessoas
íntegras, autônomas, que proporcionam infinitamente mais alegrias do que
preocupações.
Nesse sentido, deixo aqui este
meu singelo reconhecimento àquelas que merecem toda nossa reverência, todo
nosso respeito, todo nosso amor, nossas mães.
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