domingo, 24 de janeiro de 2010

Ainda sobre OPBB versus Pastoras


"Segundo o presidente da OPBB, pastor Orivaldo Pimentel, não houve uma decisão para a aceitação pela OPBB de qualquer pastora, mas apenas daquelas que atendam aos pré-requisitos da entidade e que tenham se filiado à mesma através das sessões estaduais antes da Assembleia de 2007"

Pastores, pastoras e povo batista em geral, de todo o Brasil, estão atentos e prontos a denunciar eventuais lucubrações que possam vir a ocorrer, no sentido de se tentar interpretar a decisão tomada pela assembléia de Cuiabá 2010, da Ordem dos Pastores Batistas do Brasil, de maneira desfavorável às pastoras, dificultando o reconhecimento do direito que nunca deveria ter sido negado a todas elas e muito menos agora, a algumas delas, diante da decisão da tomada.


O que esperamos dos dirigentes da OPBB, agora sob a presidência de Lécio Dornas:

1. que as pastoras beneficiadas pela decisão de Cuiabá, não tenham privilégios que os pastores não têm;
2. que às pastoras, não sejam feitas exigências que não eram feitas aos pastores à epóca da filiação, na seção que as recebeu;
3. que a direção nacional, portanto, não se envolva no processo de filiação das pastoras, se não se envolve na dos pastores; 
4. que a aplicação das normas seja feita em espírito de amor e justiça e não de acordo com a filosofia: "para os amigos as facilidades da lei; para os inimigos, os rigores da lei", pois as pastoras não são nossas inimigas. São seres humanos, criadas igualmente à imagem e semelhança de Deus, resgatadas igualmente pelo sacrifício do Cristo, comissionadas igualmente para ir por todo o mundo, fazer discípulos e batizá-los "em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho mandado".


Quando penso no lugar onde trabalho como pastor e nas condições que me são oferecidas e comparo com o lugar onde a maioria das pastoras está trabalhando e as condições que a elas têm sido oferecidas, sinto vergonha só de pensar na humilhação a que têm sido submetidas, sendo tratadas como "vocacionadas de segunda classe" que não estão à altura de compartilhar a mesma organização.


A Associação dos Diáconos Batistas do Brasil não só aceita diaconizas, mas é presidida por uma delas.
A Ordem dos Advogados do Brasil é composta também de Advogadas.
Entre os pastores batistas, entretanto, há quem justifique que a Ordem é dos "pastores" e não das "pastoras". 

Para alguns colegas, dividir a Ordem com mulheres parece ser vergonhoso, ainda que a maioria de nós pastores divida teto, mesa e cama diariamente com uma delas.



Não estou aqui semeando conflitos.
Não confunda paz com ausência de tensão. Ausência de tensão é sinônimo de morte não de paz. 
Paz que não é construida em bases amorosas e justas não é paz, é ausência de vida.

Nem estou aqui semeando divisão.
Unidade que não é contruída em bases amorosas e justas não é unidade, é opressão. 

Muito menos estou aqui defendendo posições antibíblicas.
Posições bíblicas saudáveis são aquelas cuja fundamentação se dá em bases hermenêuticas sólidas e não incoerentes.

Se sou contrário à liderança da mulher por "razões bíblicas", deveria ser, também, contrário à liderança delas em todas as áreas da vida e não somente no ministério.

Se defendo o silêncio da mulher na igreja (igreja gente, não templo), por "razões bíblicas", deveria ser, também, contrário a que se manifestassem em todas as atividades da igreja.

Se aplico literalmente textos bíblicos para manter a mulher na condição de cidadã de segunda categoria, assim deveria agir, também, em relação a roupas, cabelo, uso de bijuterias, maquiagem, diálogo em público, ocupação de assento no templo, só pra exemplificar.


Que Deus nos ajude a sermos misericordiosos em nossas dificuldades naturais de enxergamos e interpretarmos as realidades de maneira compatível com o espírito do evangelho que produz vida e que haja em nós o firme propósito de nos guiarmos pelo espírito que vivifica e não pela letra fria que produz morte.

8 comentários:

Ivo Augusto Seitz 24 de janeiro de 2010 às 16:36  

Sem poder estar presente, oro para que Deus conduza o presidente Lécio Dornas no resgate histórico das dignas irmãs chamadas por Deus para o ministério. Ivo Augusto Seitz, Porto Alegre, RS.

Prof. Valdinei 24 de janeiro de 2010 às 17:02  

Obrigodo pelo edificante comentários.
Pr. Valdinei

Anônimo 25 de janeiro de 2010 às 10:38  

ENTÃO RESPONDA : POR QUE PROLIFERA AS PASTORAS NAS IGREJAS ECUMÊNICAS , LIBERAIS QUE ACEITAM HOMOSEXUALISMO DE SEUS LIDERES. IGREJAS OUTRORA QUE UM DIA LEVANTARAM A BANDEIRA DA REFORMA, E PORQUE TAMBEM AS IGREJAS NEO-PENTECOSTAIS,PENTECOSTAIS,DE COMUNIDADES COM SUAS BISPAS E SUA DOUTRINA CADA DIA MAIS CONFUSA , E SEUS ESCANDALOS DIARIOS ?
E PORQUE ESSA MODA DE PASTORAS ESPALHOU NOS DIAS TRABALHOSOS QUE ESTAMOS VIVENDO?

OS VERDADEIROS BATISTAS NÃO SE CONFUNDEM E NÃO FICAM COPIANDO EXEMPLO DO MUNDO PARA APLICAR NAS IGREJAS.
ESTÃO MESCLANDO O QUE EXISTE DE PIOR A CADA DIA VISANDO A RECONSTRUÇÃO DO ÉDEN NA TERRA E A TORRE NOVAMENTE.
DEUS TRARÁ SEU JUIZO.

Anônimo 25 de janeiro de 2010 às 13:23  

Pr. Edvar,

Parabéns pela iniciativa. Sei que vou parecer simplista (mal dos jovens), mas não aguento mais ver o quão anacrônico está o pensamento oficial dos batistas em relação à consagração e/ou ordenação de pastoras. Estou certo de que quase a totalidade da nova geração de pastores e seminaristas batistas já tem isso como ponto pacífico. No espírito [não na letra] do Evangelho, tanto homens como mulheres podem ser vocacionados a qualquer ministério cristão, incluindo o pastoral, visto que em Cristo não há macho nem fêmea, mas todos são um. O que está estampado aos nossos olhos é que muitos só se apegam aos supustos impedimentos bíblicos, quando esses servirem aos seus próprios interesses. O que nos consola é que o Espírito de Deus não depende da OPBB, da CBB ou de qualquer instituição humana para agir, embora prefira atuar com a cooperação dos seus servos e servas. Enquanto se discute o sexo dos anjos, Deus está fazendo a sua obra vocacionando, consagrando e usando a quem Ele quer.

Abraço Fraterno,

Danilo F. Gomes
danilodfg@hotmail.com

Durvanil J Souza 25 de janeiro de 2010 às 15:29  

Não entendo porque essa discriminação contra a mulher pastora, Não consigo encontrar na bíblia qualquer referência conta o ministério feminino, ao contrário vejo o próprio Jesus Cristo, estimulando e sendo auxiliado por mulheres, assim como o Apóstolo Paulo.
Fico a pensar que os pastores contrários às pastoras, tem "simumes" ou medo de perder liderança para elas.

Está no tempo de acabar com essa discriminação boba e meramente da mente humana de gente mesquinha....
Durvanil J. Souza

Liliane Ravani 26 de janeiro de 2010 às 22:56  

Gostei.
Liliane Ravani

batiskidsMG 24 de maio de 2010 às 17:20  

Em 1917 as portas do Seminário Teolóico Batista do Norte do Brasil fechou as portas para a mulher Josefa da Silva, vocacionada por Deus ao ministério do ensnino Bíblico às crianças do Amazonas: Teologia era assunto de homens. Para resolver o problema croiu-se o SEC (Seminário de Educadoras Cristãs, hoje Seminário de Educação Cristã)mais tarde em 1922 nasceu o Instituto Batista de Educação Religiosa, o IBER também para preparo das mulheres vocacionadas.
Interessante é que ao longo da história dos Batistas Brasileiros as portas das igrejas tal como as do STBNB estiveram fechadas para as educadoras, salvo as casadas com pastores que exerciam e muitas ainda exercem o ministério educaciol, num pacote 2 em 1 (leve um pastor e ganhe uma educadora). Hoje ser casada com um pastor é sinônimo de ministério... com Associação, congressos específicos etc.
Não nos iludamos, as igrejas batistas, em mais de 80 não reconheceram as educadoras preparadas por suas próprias instituições. As portas das igrejas batistas estão tão fechadas para as pastoras como estão para as educadoras.

Para saber mais acesse o
senhorinhaglb.blogspot.com no marcador Educação Cristã e plano Diretor da Educação Religiosa Batista no Brasil.

Minha causa primeira é a das educadoras mas se como mulheres não conseguimos nos realizar vocacionalmente como educadoras, quem sabe pelo menos algumas de nós possam como pastoras!

Senhorinha Gervásio

Joversi 26 de janeiro de 2014 às 13:21  

Gostei da base bíblica deste artigo... péra... ah, é... NÃO TEM NENHUMA!
Vergonha que joguemos fora anos de sã doutrina!