quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Amar o Próximo - 29.07.12 - 98/100 dias de oração pelo Brasil


Definir emoções ou atitudes, dando-lhes um nome é uma necessidade humana. Dar nomes é a forma usada para nos relacionarmos com as realidades por nós percebidas. Porém, devemos ter consciência de que os nomes dados nem sempre conseguem satisfazer tudo o que experimentamos. Sempre fica uma brecha para que a definição de uma pessoa a respeito da emoção ou da atitude não se assemelhe exatamente a de outra. É o caso da experiência de amar.

O amor é comumente definido como sentimento nas canções que falam da paixão; como sinônimo de fazer sexo, na gíria hippie, a partir dos anos 60; como atitude, em autores como Cecil Orborne ou mesmo como uma decisão, uma escolha, nas palavras de Jesus quando diz: 
"Vocês ouviram o que foi dito:'Ame o seu próximo e odeie o seu inimigo!' 
Mas eu lhes digo: Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem, para que vocês venham a ser filhos de seu pai ue está nos céus. Porque ele faz raiar o sol sobre os maus e os bons e derrama chuva sobre justs e injustos.Se vocês amarem aqueles que os amam, que recompensa vocês receberão? Até os publicanos fazem isso! E se saudarem apenas os seus irmãos, o que estarão fazendo de mais? Até os pagãos fazem isso!"

Isso sem falar nos equívocos que cometemos em nome do amor. Dar uma moeda a uma pessoa, no sinal de trânsito, seria uma manifestação de amor? Não há unanimidade. Henry Drummond, pastor escocês, em seu extraordinário livreto "A maior coisa do mundo" (disponível no Brasil sob o título "O Dom Supremo", numa versão de Paulo Coelho), defende que não necessariamente.

Se não bastasse isso, ainda há a questão da motivação, quando declaramos amar uma pessoa. Nietzsche, por exemplo, como percebia as relações pela ótica do poder, defendeu que quando justificamos nossos atos em favor de alguém como sendo por amor, na verdade o amor seria a nós mesmos. 

Todas essas compreensões e uma infinidade de outras que podem ser encontradas em livros, confirmam o desafio que é a comunicação humana, a criação de conceitos e suas definições. Isso, porém, não anula a existência de uma experiência conhecida como amor. Uma experiência que, conquanto possa envolver emoção, sexo, caridade e, num nível mais profundo da consciência ou inconsciência humana, algo que pode ser entendido como egoismo, é, na verdade, a nossa mais preciosa experiência.

É o amor que damos ou recebemos que nos faz ficar em pé, que dá sentido à existência, que renova nossa esperança, que revigora nossas forças para que continuemos vivendo, mesmo em meio às mais profundas adversidades. 

A meu ver, em face da influencia de Jesus sobre minha história, amar é uma escolha de vida. Cercada ou não de emoção, a decisão de amar é essencial à nossa caminhada. Tão essencial para o outro, quanto seria para nós mesmos, se estivéssemos em seu lugar. Daí a regra de ouro:"Assim, em tudo, façam aos outros o que vocês querem que eles lhes façam; pois esta é a Lei e os Profetas". (Mt 7.12).
Não podemos deixar de escolher fazer ao outro, aquilo que deveria ser feito em nosso favor, se estivéssemos em situação semelhante, no lugar dele.

É um desafio, em algumas situações, especialmente as caracterizadas por emoções traumáticas, de crueldade ou injustiça. Os primeiros discípulos de Jesus reconheceram isso quando lhes foi ensinando que deveriam perdoar alguém, 70 x 7 vezes, num mesmo dia, se a pessoa reconhecesse o erro e pedisse perdão. Tão desafiador que a reação deles foi: "Aumenta a nossa fé" (Mt. 17.5).  Mas é o melhor norte a ser cultivado, referencial a ser seguido, segundo as palavras de Jesus. 

Amar é a  maior coisa do mundo, a maior necessidade humana, é tudo de que precisamos para viver.

Abraços do seu pastor,

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