segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Jesus e a rivalidade

Fazendo uma leitura bíblica para iniciar a preparação da mensagem que compartilharei no próximo domingo, à tarde, me deparo com o seguinte registro de João: “Os fariseus ouviram falar que Jesus estava fazendo e batizando mais discípulos do que João, embora não fosse Jesus quem batizasse, mas os seus discípulos. Quando o Senhor ficou sabendo disso, saiu da Judeia e voltou uma vez mais à Galileia.” (João‬ ‭4:1-3)

Deixei de lado o foco da preparação da mensagem para refletir em como, até mesmo na realização de atividades relacionadas ao Reino de Deus, pessoas com segundas intenções, especialmente travestidas de roupagem religiosa, encontram uma forma de criar conflitos.

João batizava. Os discípulos de Jesus batizavam. Batizar é um ato simbólico, cujo significado inclui reconciliação, pacificação de relacionamentos. Mas aos ouvidos fariseus, isso era o menos importante. Importante para eles era gerar conflito e, para isso, nada melhor do que semear a competição, fazendo uma maliciosa comparação: "Jesus" batiza mais do que João.

Quem nunca vivenciou isso nos corredores de nossas instituições religiosas? Quem nunca se deparou com alguém comparando as qualidades de um líder em relação a outro? A pregação de um pastor em relação a outro? A eficiência administrativa de um dirigente em relação a outro? O conhecimento bíblico de um professor em relação a outro?

Não é problema reconhecer as qualidades de alguém. A quem honra, honra. A questão é a comparação maliciosa, geradora de rivalidade, que visa enfraquecer alguém, semeando desavença.

Tocou-me, entretanto, o fato de Jesus se retirar do ambiente. Sua presença ali não seria benéfica aos propósitos do Reino. Permanecer ali serviria de munição para os fariseus. Certamente também criaria problemas entre os discípulos dele e os de João e isso não fazia parte de seu ministério.

Não que Jesus não se envolvesse em conflitos. Ele virou as mesas dos cambistas, tratou o rei Herodes como "raposa velha", enfim, ele era pacificador, mas não era pacifista. A diferença é que ele sabia escolher quais conflitos precisavam ser enfrentados e quais ser evitados.

Esse conflito - quem batizava mais - não agregaria nada de útil ou benéfico à vida das pessoas ou ao seu ministério. Diante disso, sua atitude foi exemplar: "deixou a Judéia e retornou à Galiléia".

Fica a dica. Quando o ambiente dá sinais de favorecer a rivalidade entre agentes do Reino, melhor seguir o exemplo de Jesus: retirar-se.

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