sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Aos colegas que estão sofrendo no pastorado

Saudade de um tempo que não volta mais.
As lembranças são boas,
mas insuficientes para aplacar a melancolia.
Tempos de sonhos com a alma ingênua,
sem noção dos corredores,
muito menos dos bastidores.
Tempos em que se sentia as coisas
como elas se apresentavam aos olhos.
A expectativa era o ministério,
A palavra,
A caminhada,
O companheirismo.
Depois nos damos conta
Da instituição
Das leis,
Da estrutura,
Da organização
Das reuniōes,
Da administração
Das ideologias
Das competições
Do poder
Do prestígio
Da vaidade
Da falsidade
De repente o "o que" se distancia do "por quê"
A motivação é substituida pela manipulação
A conveniência engole a convição
E aquilo que era pra ser simples como as pombas
Torna-se astuto como a serpente
E é gente engolindo gente
Em vez de gente acolhendo gente
Nos afastamos do eixo
Nos afastamos uns dos outros
Perdemos o rumo
O sentido
A alegria
Cresce a amargura
A graça se dissolve na desgraça
A amizade se dilui na desconfiança
Perdemos o compromisso
Perdemos a aliança
E nos esquecemos do:

- "Pai, pequei contra os céus e perante ti
Já não sou digno de ser chamado teu filho
Recebe-me como um dos teus empregados..."

- “Assim também vocês, quando tiverem feito tudo o que for ordenado, devem dizer: ‘Somos servos inúteis; apenas cumprimos o nosso dever’.”

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