Alternância no Poder - Resposta à reação da diretoria da CBBA
À diretoria daCONVENÇÃO BATISTA BAIANA
Irmãs e irmãos,Recebi a declaração preparada por esta diretoria, em resposta a dois parágrafos de artigo publicado n’O Jornal Batista Baiano, intitulado “Alternância no poder”.
Primeiramente agradeço a atenção dada ao assunto, uma vez que alertei sobre o problema em Itabuna, alertei alguns dirigentes, por e-mail, antes da assembléia de Ipiau e, em face da repetição do fato, entendi que deveria colocar o tema em debate perante o povo batista.
Saliento, também, que tratei do assunto institucionalmente, sem fazer referência a qualquer pessoa em particular. Também defendi uma idéia, aplicando-a ao pastorado local, às assembléias legislativas e ao judiciário, portanto, sem pensar em colocar carapuça na cabeça de ninguém.
Em relação à minha presença em Ipiau
Compreendo o equívoco cometido por esta diretoria ao estabelecer o pressuposto de que eu estava em Ipiau e não me pronunciei. Na verdade, estive na sessão de quinta-feira, na qual fui indicado para o CONSELHO da CBBA e declinei por defender não somente alternância, mas também a descentralização de poderes. Já na sessão de sexta, em que houve eleição da diretoria, não compareci, pois já estava retornando para Salvador.
Compreendo o equívoco, até porque não nos conhecemos, mas lamento acusação implícita de leviandade, ao acusar-me falsamente de que teria silenciado na assembléia e depois levantado a questão no jornal.
Em relação à interpretação da cláusula estatutária
Penso que teremos um bonito debate na próxima assembléia, caso a diretoria mantenha a interpretação exposta na declaração, por três razões:
A interpretação parece ser favorável à perpetuação de pessoas no exercício do poder e não à alternância. Parece-me que o povo baiano como um todo está dizendo nas urnas que não quer mais isso e, se não conseguimos estar na vanguarda, neste assunto, certamente seguiremos à reboque das mudanças de mentalidade baiana, próprias da democracia;
A interpretação não apresenta uma exegese, pois exegese trata de análise dos termos do texto e neles fundamenta a tese. Já o fundamento da interpretação da diretoria não está nos termos do texto, mas na interpolação de uma idéia contida na expressão “no mesmo cargo” que é “apócrifa”;
A Convenção Batista Brasileira adota o mesmo princípio e, basta ler os livros dos mensageiros, desde que isso foi aprovado e nunca mais encontramos uma mesma pessoa circulando de cargo em cargo dentro da diretoria, perpetuando-se no poder. Portanto, basta consultar qualquer advogado não comprometido com a política denominacional que, com certeza, discordará da interpretação dada pela diretoria.
Em Relação à Maria Assis:
A bem da ética cristã, tomei o cuidado de, antes mesmo de elaborar o artigo, chamar Maria Assis em meu gabinete e expor minhas intenções, deixando claro não tratar-se de nada pessoal em relação a ela. Seria insensatez de minha parte não conversar com ela, uma vez que temos trabalhado juntos há quase 4 anos e nossas divergências têm sido tratadas tête-à-tête.
Se não nos tratássemos com um mínimo de respeito, jamais sendo o pastor da igreja e ela ministra de Proclamação, conseguiríamos, por exemplo, que em 2008 nossa igreja levantasse mais de cem mil reais para Juntas missionárias e trans-chapada, além de mantermos 3 congregações, ajudando no sustento de dois obreiros nelas e, inclusive, comprando um terreno para uma delas no valor de trinta e seis mil reais. Igreja que não confia em seus líderes não contribui financeiramente.
Coloco isso apenas como evidência de que entre nós não há tratamento desrespeitoso. O que tenho que dizer, digo a ela (ou a quem quer que seja), sem mandar recado.
Em relação ao STF
De fato, houve um erro, reconhecido antes da publicação do texto, mas, conquanto tenha solicitado a correção, ela não foi feita. De qualquer forma, considero o destaque irrelevante, primeiro porque, repito, não tenho a pretensão de ser perfeito e, segundo, porque é questão insignificante diante do problema que estamos tratando. É uma pena também a utilização deste detalhe como tentativa de desmoralização da minha pessoa.
Finalmente, declaro estar com o coração aberto para dialogar sobre o assunto, sempre no espírito de separar idéias de questões pessoais, pois creio não interessar ao desenvolvimento do Reino que nós, parte de sua liderança, estejamos investindo nossas energias remoendo amarguras pessoais.
Esta diretoria pode contar com minha boa vontade em relação aos desafios que têm diante de si.
Atenciosamente
Edvar Gimenes de Oliveira,
pastor
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