quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

A finalidade do trabalho de uma diretoria

Li um texto de Randy Komisar, publicado no site Harvard Business Review, afirmando que nós necessitamos de gerentes, não porque as pessoas precisam de um chefe, mas porque elas precisam de alguém para resolver questões que as fazem parar de fazer seus trabalhos. Isso me fez pensar no quanto é essencial sabermos qual a finalidade dos cargos ou funções que ocupamos.

Se numa organização com a complexidade da Convenção Batista Baiana, que lidera a cooperação de aproximadamente 600 igrejas e mais de 400 congregações (cada uma com múltiplos ministérios)19 associações; quase 60 missionários mantidos diretamente por ela; 4escolas de formação ministerial ou de responsabilidade social com centenas de alunos e funcionários; 5 organizações de formação cristã; 2 organizações auxiliares (pastores e diáconos)1 acampamento com 240 mil m2 com dezenas de casas e cabanas; diversas organizações parceiras e ainda lida com os desafios de um Estado como a Bahia e anseios de milhares de pessoas, repito, se numa instituição como esta não soubermos claramente qual é a finalidade do nosso cargo, as pessoas envolvidas terão dificuldade de fazer o que lhes compete.

À luz disso, diria que o papel da diretoria de uma Convenção é: 1) não atrapalhar as igrejas, órgãos e entidades a ela vinculados, na realização de suas tarefas; 2) pensar estrategicamente antecipando alternativas que facilitem a caminhada dos cooperantes no cumprimento dos objetivos; 3) intervir somente quando surgem obstáculos à realização do que se almeja.

Quanto melhor estiverem transcorrendo os trabalhos, menos a diretoria aparecerá. Se uma diretoria aparece muito em uma organização, de duas uma: ou a organização está indo mal ou os dirigentes sentem necessidade política ou psicológica de aparecerem.

Nesse espírito a atual diretoria interveio no funcionamento do Escritório da CBBA a fim de que cada pessoa pudesse fazer bem feito seu trabalho pela saúde da Convenção. Saneamos sua administração e organizamos suas finanças, a fim de que, doravante, nossos pensamentos e energias possam ser focados nas atividades fins. (Tem sido um alento ter os balancetes mensais atualizados e o Conselho Fiscal examinando-os e ajudando-nos a fazer os ajustes nos processos).

Nesse mesmo espírito a diretoria interveio no Colégio Taylor Egídio e no Acampamento (CENTRE); acompanhou atentamente os passos do Seminário de Feira e participa agora dos rumos do Seminário de Salvador (que, legalmente, está em processo de tornar-se filial doSTBNE-Feira); deu alguma atenção aos problemas financeiros da UFMBBA; está atenta ao processo de reativação da JUBAB; acompanhou algumas igrejas com problemas e está iniciando uma agenda de aproximação com a Escola Kate White.

Entregar o Escritório reorganizado ao novo Secretário Geral permitiu que nos voltássemos parao último ponto macro da agenda de transição: a reforma do estatuto. Tal reforma não tem a ver primeiramente com aspectos estruturais ou administrativos. Ela tem a ver com a distribuição de atribuições, responsabilidades, poder. Se conseguirmos efetuar uma reforma norteada porclareza: 1) na definição da finalidade de cada órgão ou entidade; 2) na definição de atribuições (eliminando superposição de poder); 3) na composição e na forma de renovação da liderançafortalecendo a democratização e possibilidade de alternância nos cargos, se atingirmos isso, eliminaremos a maioria das causas que transformaram as reuniões deliberativas das últimas assembléias em momentos desconfortáveis, provocando retração na cooperação e lentidão no avanço missionário.

A obra missionária na Bahia avançará significativa e ainda mais saudavelmente se entendermos como essencial compreender que “obra missionária” não se refere somente ao envio de pessoas para plantar novas igrejas, mas à ação sinérgica das igrejas, associações, órgãos e entidades na educação cristã, no preparo teológico-ministerial da liderança, na responsabilidade social e proclamação do evangelho. Isso acontecerá mais eficazmente se, especialmente nós, dirigentes,tivermos clareza de nossos papéis e exercitarmos adequada e eticamente nossas atribuições.

O que você pensa sobre isso?


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