Sobre mergulhos e voos
Em meio à preparação de uma das mensagens do domingo, me pego, de repente, pensando assim:
- por mais extraordinário que seja um mergulho nas profundezas do mar;
- por mais enriquecedora que essa experiência seja;
- por mais que a narração do que lá vimos e das coisas incomuns que descobrimos impressione nossos ouvintes (ou leitores) e nos faça sentir, meio que vaidosamente incomuns, superiores até, em relação a eles;
- por mais isso e mais aquilo...
... viver lá não nos realiza como seres humanos.
Querer viver lá é uma forma de negação da própria condição humana, um protesto contra aquilo que não gostei de viver onde e nas condições em que nasci e que me machucou, que me fez sangrar, que doeu.
Sempre, por isso, precisaremos, no mínimo, voltar à superfície das águas para um contato com nossa vocação.
Podemos até passar muito tempo por lá, mas um dia nossa alma termina por valorizar muito mais, por mais banais que sejam, as experiências "superficiais" .
É nesse momento que encontramos a harmonia desejada , que nos reencontramos, que nos reconciliamos com nossa história de vida.
Do pó viemos e nossa alma não descansa enquanto para ele não voltar!
E, se preferir, o mesmo pode ser dito em relação a voar até as “nuvens”!!!
Ou não?
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