segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Por que uns são generosos e outros avarentos com sua igreja?

“Então Maria pegou um frasco de nardo puro, que era um perfume caro, derramou-o sobre os pés de Jesus e os enxugou com os seus cabelos. E a casa encheu-se com a fragrância do perfume.”
“"Por que este perfume não foi vendido, e o dinheiro dado aos pobres? Seriam trezentos denários".”Ele não falou isso por se interessar pelos pobres, mas porque era ladrão; sendo responsável pela bolsa de dinheiro, costumava tirar o que nela era colocado” (João 12:3,5,6)

Participar de cultos é fácil. Ser membro de igreja é fácil. Levantar a mão em público declarando crer em Jesus é fácil. Defender teses sobre teologia, religião, ética, etc é fácil. Cantar ou tocar nos cultos é fácil. Até manifestar compromisso com Jesus Cristo no cotidiano é fácil. Tudo é fácil, dependendo do tipo de experiência vivido com Deus, de como ela afetou nossas vidas, do valor que damos a ela.

Um homem doou uma oferta elevadíssima em dinheiro para determinada igreja. Ao ser questionado sobre a sensatez de seu ato retrucou: “você sabe quanto vale ter perdido um filho para o mundo das drogas e, quando não acreditava mais ser possível, poder abraçá-lo novamente, totalmente transformado, porque a igreja, movida pelo amor de Deus, o ajudou a se libertar?”.

A questão de sermos generosos (pessoas cujos interesses próprios não dominam absolutamente sobre suas vidas) ou avarentos (pessoas cujo dinheiro ou bens, mesmo em pequena quantidade, são o deus de suas vidas), tem a ver com o valor dado ao amor de Deus, ao significado do que Jesus fez e a importância disso em nossas vidas.

Ser generoso é extremamente fácil para quem experimentou de maneira contundente o amor de Deus ou é sensível e capaz de avaliá-lo, ainda que abstratamente.

Àqueles, porém, que não se deixaram tocar por um ato amoroso divino, dar um centavo para que outros sejam alcançados por manifestações de amor é um sacrifício violento. Para esses, seus interesses estão acima de tudo. Todo relacionamento só tem valor se proporcionar a eles algum benefício, de preferência de graça. O medo, não o amor, rege suas decisões quando o assunto é dar.

Para eles, graça tem o mesmo sentido de desgraça, pois sempre é usada como justificativa para reter pra si, para não dar, para jamais dividir com alguém ou ir além do que se define padrão de cooperação. A desculpa ou a avaliação míope de que a igreja não tem necessidade, de que seria “rica”, é apenas discurso de avareza.


Contribuir ou não, financeiramente, para o desenvolvimento ministerial da igreja não tem a ver com poder aquisitivo, mas com o poder que o medo, o egoísmo, a avareza, exercem sobre nossas vidas. Onde reina o amor, reina a confiança, a fidelidade, o altruísmo e a cooperação.

Cada vez que chega dezembro, me pergunto: como pode uma pessoa declarar-se crente em Jesus Cristo e passar um ano inteiro sem participar com um centavo no sustento do ministério da igreja? Como pode uma pessoa que é abençoada um ano inteiro pelas ações da igreja passar em branco no que se refere ao seu sustento? Se ela participa de algo promovido pela igreja é porque, no mínimo, isso produz algum bem em sua vida.

Conversando com um dinamarquês que não frequentava igreja, perguntei-lhe sobre o porquê de ser dizimista. Sua resposta foi: “acredito na importância da igreja para a sociedade”. Simples. E nós, o que nos move a contribuir ou deixar de contribuir?


0 comentários: