sábado, 23 de agosto de 2014

O Essencial na Cooperação Batista

"Não importa a igreja que tu és,
Se aos pés do Calvário tu estás,
Se o teu coração é igual ao meu,
Dá-me a mão e meu irmão serás"

Já dizia Rubem Alves que o povo cantou a Reforma Protestante antes de entendê-la. Isso ratifica a importância da música como veículo de idéias e estimula-nos a investir mais nesta importante área de nossas igrejas. Meu objetivo, porém, não é falar de música, mas da letra de uma música que influenciou minha vida mais do que eu poderia imaginar.

Era final dos anos 60 e, criança, ouvia minha mãe cantando: "Não importa a igreja que tu és, se aos pés do calvário tu estás, se o teu coração é igual ao meu, dá-me a mão e meu irmão serás". Daí pra frente cantei-a durante a adolescência, sem saber que ela era fruto do surgimento de novas denominações religiosas, bem como uma ferramenta para facilitar a aceitação delas, pelos membros das chamadas igrejas tradicionais (batistas, presbiterianas, metodistas, congregacionais, etc.).

Hoje entendo não somente a importância estratégica dela para os objetivos das igrejas emergentes, mas também seu significado para além da superfície das palavras.

Ela, primeiramente, me estimula a entender, diferenciar e classificar as coisas e as idéias em torno de: é muito importante para o desenvolvimento do Reino? Ou: é importante? Ou: é pouco importante? Ou: é sem importância?

Creio que a Convenção Batista Baiana dará um salto de qualidade e de velocidade no cumprimento de sua missão, se cada líder, cada igreja, diante do que nos diferencia usasse essas perguntas. Há situações em que, parece-me, investimos muito do nosso tempo e energia naquilo que é sem importância significativa para o Reino.

Depois, a letra me fez pensar que devemos diferenciar o essencial do acidental. De tudo que devemos guardar, guardemos o nosso coração, pois ele é essencial à vida, diria o sábio bíblico. Como igreja, no que é acidental somos diferentes, mas somos iguais no que é essencial. Todos fomos criados para amar, todos somos pecadores, todos morreremos, todos prestaremos contas a Deus e Ele nos julgará segundo sua reta justiça e não seguindo as percepções de cada um. Não nos esqueçamos dessa essência.

Finalmente, ela aponta o essencial na vida de uma igreja: estar efetivamente aos pés do calvário. Isto é, viver humilde e submissamente à pessoa de Jesus, o Cristo.

Um livro que marcou a vida de muitos da minha geração foi "Em seus passos, o que faria Jesus?". Através da leitura dele, a centralidade de Jesus ganhou importância em minha vida. Descobri que o essencial na fé cristã é conhecer e continuar conhecendo a vida, o caráter, os ensinos de Jesus e, movido por sua amorosa graça, empenhar-nos em nos identificarmos com ele não para alcançar uma salvação futura, mas por termos sido salvos por ele já neste presente tempo.

Conhecer doutrinas é importante, mas, MAIS importante é conhecermos Jesus e procurarmos ser um fiel retrato de sua vida em nossas relações com as coisas e as pessoas.

O essencial na cooperação batista ou em nossa caminhada como Convenção Batista Baiana, é focarmos no Jesus da desprezível Nazaré, que caminhava com pecadores, lavava os pés de seus amigos e abençoava seus inimigos.

Se isso for levado graciosamente a sério, alimentaremos a real motivação para nos reunirmos e contribuirmos. De mãos dadas pensaremos, planejaremos, executaremos e avaliaremos a caminhada denominacional. Com corações alegres e generosos contribuiremos com orações, conhecimentos, tempo e dinheiro para o avanço do evangelho do Reino no coração de cada pessoa em nossa cidade,  estado, país e mundo.

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