sábado, 23 de agosto de 2014

Sua vocação, a igreja e a Convenção Batista

Deus vocaciona indivíduos. Assim nos demonstra a história. Ele os vocaciona para uma missão, um ministério. As missões e os ministérios são múltiplos. Podem manter-se os mesmos por toda uma vida ou podem sofrer variações na trajetória. Mas, como disse, a história aponta que Deus vocaciona indivíduos e, diante do chamado, cada um responde da melhor maneira que suas circunstâncias permitem.

Todos somos vocacionados a viver a vida de tal forma que, em todas as suas dimensões, ela se desenvolva de maneira saudável, ou, numa linguagem sacerdotal, santa. Daí sermos chamados em Cristo para viver em comunhão com Deus, demonstrando isso em todas as áreas de atuação.

Nosso chamado não se restringe, portanto, ao desenvolvimento de atividades no campo da religião. Deus nos chama para sermos sal e luz na saúde, na economia, na educação, no lazer, enfim, e também na religião. Seja, porém, para qual área for o nosso chamado, ele deve ser desenvolvido tendo Jesus como parâmetro.

O dinheiro, conquanto seja necessário, não deve reger nosso chamado, ser senhor de nossas vidas. Não é em função dele que desenvolvemos nossa vocação. Ele é necessário, mas não preenche as necessidades mais profundas de nossa existência. Deus deve ser o Senhor de nossas vidas no desenvolvimento de nossa vocação e tudo o que temos e somos deve ser vivido de acordo com os valores do seu Reino, em favor da vida.

A sociedade tem mecanismos de preparação dos indivíduos para o exercício de suas vocações que, geralmente, não inclui o preparo espiritual. Cientes de que isso causa danos à vida, especialmente na convivência humana, à igreja cabe investir no preparo de seus membros a fim de que suas ações sejam norteadas pelo compromisso com o Reino de Deus.

À Igreja, como agência cuja missão visa primeiramente (não exclusivamente) o fortalecimento da dimensão espiritual da vida, cabe redobrar seus esforços para que a espiritualidade ocupe prioridade em nossa escala de valores, ajudando vocacionados ao ministério do desenvolvimento espiritual, a se prepararem da melhor maneira possível.

A despeito, entretanto, do papel da igreja, o vocacionado não deve responsabilizá-la pelo desenvolvimento ou não de sua vocação de preparar-se e  dedicar-se com exclusividade ao seu chamado espiritual. A ele cabe procurar os meios adequados para cumprir o chamado que move seu coração, pois ele prestará contas a Deus do seu chamado.

À igreja, pela natureza de sua missão, cabe reconhecer o vocacionado e apoiá-lo no desenvolvimento do seu chamado. Ela não deve ser confundida com uma empresa que oferece preparo visando contar com mão de obra qualificada para disputar e manter seu espaço no mercado. Embora a igreja precise de pessoas preparadas para o bom funcionamento de suas estruturas, ela não deve perder de vista sua natureza espiritual e sua missão no mundo e não girar em torno de si mesma.


À igreja cabe ajudar o vocacionado no preparo e sustento, a fim de que ele cumpra da melhor maneira possível, mas se a igreja falhar nesse papel, cabe ao vocacionado encontrar maneiras de desenvolver a sua vocação. O chamado é dele.

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