sábado, 7 de novembro de 2015

Minhas dúvidas


As dúvidas?
São minhas
Com elas faço o que julgar melhor
Posso guardá-las
Acariciá-las
Abraçá-las
Alimentá-las
Só não quero abandoná-las
Pois elas me fazem companhia
Comigo dialogam noite e dia
E fazem com que eu não me sinta só

Se eu quiser dividí-las,
Eu posso
Elas são minhas.
Mas não pense em querer de mim tirá-las
Pensando com isso ajudar-me
Pois, sem elas, com que irei ocupar-me
Quando tu,
seguindo teu dia-a-dia,
Deixar-me?

Não pense que elas me fazem mal
Que sinto-me infeliz por abrigá-las
Que me sinto inseguro por admití-las
Que tenho medo ou me sinta culpado por não desprezá-las
Não, elas não são uma ameaça à minha vida
Não me causam dor, muito menos feridas
Elas foram por mim incorporadas,
Elas foram por mim absorvidas

Se pretendo contigo dividí-las?
Talvez, mas não sinto necessidade
Nem necessidade das minhas tens
Pois já tens as tuas em teu coração.
Não as abafe,
Não as despreze,
Não as demonize
Dialogue com elas
Torne-as tuas amigas.
Isso te fará sentir-se gente
E sendo gente atrairás pra ti mais gente
Gente capaz de abrigar na mente
Que ter dúvidas
Não é sinal de ser demente
Muito menos de ser descrente.
É tão somente
Prova de que és gente.

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