Juventude missionária
Penso que a realização deste evento em nossa sede chega em boa hora. Primeiro, porque estamos enfatizando os desafios missionários, especialmente os da América Latina, nestes tempos de terremotos que ressalta nossa pobreza em diversas dimensões. Depois, porque é visivelmente crescente a presença jovem em nossos cultos.
Penso que os desafios dos tempos em que vivemos estão exigindo um olhar especial para a juventude. O mundo está passando por um processo profundo nas relações de poder. O poder norte-americano está enfraquecido, o da comunidade européia não se consolidou, os emergentes (Bric) se destacam na economia e aproveitam para ocupar espaços políticos, os tigres asiáticos começam a dialogar entre si, o radicalismo do oriente médio não arrefece e a África continua sendo campeã de miserabilidade social.
Diante deste quadro amedrontador, é fundamental que nossos olhares estejam voltados para a juventude, pois, a qualidade de vida, das relações interpessoais que reinará em nosso planeta, depende do investimento que nela fizermos.
Mais do que nunca precisamos ter clareza do perfil de jovens que estamos precisando e investir pesadamente nele. Pessoalmente estou convencido de que precisamos de jovens que apresentem, primeiramente, confiança, intimidade e compromisso com o doador da vida. Da qualidade da relação mantida com Deus depende a qualidade de vida intrapessoal, interpessoal e extrapessoal.
Depois, precisamos de jovens com boa educação. Por boa educação refiro-me não somente à capacidade de dominar conteúdos produzidos por terceiros, mas sobretudo, à competência para analisar de forma crítico-criativa os conteúdos disponíveis e reelaborar a compreensão que se tem da realidade, oferecendo alternativas de saída para situações desafiadoras da vida.
Assim, se queremos construir dias melhores, precisamos entender que uma juventude missionária não é somente aquela que se envolve com a dimensão religiosa da vida. É claro que precisamos de jovens que se dediquem exclusivamente a atividades religiosas. Entretanto, precisamos muito de jovens que se envolvem com todas as dimensões da vida sem perder o referencial de comunhão com o sagrado.
Meu desafio, então, para os mais jovens é que mantenham a “cabeça no vento e os pés no chão”. Invistam na comunhão com Deus sem perder de vista a realidade que os cerca. Pensem nas coisas que são de cima não no sentido de alienação, mas no sentido de busca de respostas para a caminhada que tem diante de si, no aqui e agora. Fortaleçam a perspectiva de missão, pois o mundo está precisando muito que a juventude recupere a dimensão missionária do viver.
0 comentários:
Postar um comentário