quarta-feira, 16 de junho de 2010

Igreja e Planejamento


Neste domingo a Assembléia de Membros da IBG apreciará uma proposta de planejamento organizacional que norteará nossas ações até o final de 2011. É a primeira vez, neste ministério, que pudemos pensar de maneira mais objetiva num horizonte de longo prazo.

Claro que isso não significa que trabalhávamos sem rumo. O fato de uma instituição não ter uma declaração formal de missão ou visão ou um planejamento organizacional escrito não é sinônimo, necessariamente, de caminhada sem rumo.

Na verdade, todas as ações organizacionais ou patrimoniais implementadas nesse período foram regidas por uma cosmovisão espiritual e eclesiástica, por um sentido subjetivo de missão e, posteriormente, por uma declaração formal de missão e de visão estratégica.

A vantagem do documento é que o rumo foi pensando coletivamente e, portanto, uma vez aprovado passa a representar a visão do grupo e as ações podem ser avaliadas de maneira mais objetiva.

Se qualquer planejamento é trilha e não trilho, numa igreja esta compreensão é ainda mais forte. Isso porque a igreja, como nenhuma outra instituição, trabalha visando, primeiramente, a dimensão espiritual, subjetiva, do ser humano. Mensurar os resultados de qualquer ação nessa dimensão da vida, num universo tão grande de pessoas, é muito difícil, pra não dizer impossível.

O que uma palavra – ministério da igreja – representa, para a reorganização interior de uma pessoa ou de seus relacionamentos com os semelhantes, com o meio ambiente e com Deus, não há como avaliar matemáticamente. Apenas verificamos através da mudança no comportamento, nas estruturas de vida ou pelo depoimento de quem se sente beneficiado.

O que podemos objetivar e avaliar são as ações promovidas pela igreja no sentido de alcançar o coração das pessoas, visando ajudá-las a viver de maneira saudável – santa – aos olhos de Deus e dos semelhantes. 

Daí estarmos atentos para não transformarmos um planejamento em um fim em si mesmo, muito menos tratar a igreja como uma fonte de captação de recursos para alimentar a economia e a política de um sistema religioso no qual a vida, especialmente a humana, é apenas um detalhe.

Trabalhar com um planejamento é muito bom, desde que nunca percamos de vista que a razão da existência da igreja é trabalhar pela preservação e expressão plena da vida em todas as dimensões, segundo a compreensão que temos dos objetivos divinos para sua criação.

0 comentários: