quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Uma trilha para encarar as adversidades

“...já aprendi a contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade.”  (Filipenses 4:11-12)

Paulo aprendeu. Ainda estou aprendendo. Ensinar como Paulo conseguiu é infinitamente mais fácil do que efetivamente conseguir. Elaborar um discurso diante de um computador, numa sala com ar-condicionado, torna tudo mais fácil. Agir quando circunstâncias adversas nos abatem, quando o essencial nos falta, quando as necessidades não são supridas, como se dizia antigamente, “são outros quinhentos”.

Receita não existe, mas uma trilha pode ser apontada.

O aprendizado de Paulo começou no relacionamento com Deus, pois é Ele quem desencadeia o processo de mudança e nos aperfeiçoa. A forma dele encarar a vida não se deu só porque desejou, ainda que isso seja parte essencial do processo, nem foi fruto de um mágico estalar de dedos ou de um levantar de braço “aceitando a Jesus”.

Essa atitude teve o amor como seu mais importante ingrediente. O amor deve crescer em nós “em ciência e todo entendimento”, pois tem poderes inimagináveis. Quando somos tocados por ele, brota em nós um processo de mudança interior que cresce e altera nosso modo de viver. Quando ele se torna nosso bem supremo – afinal, “Deus é amor” -, nosso modo de nos olharmos e de olharmos o mundo muda, ganhando novos e positivos significados.

O amor as causas divinas tornou-se tão forte na vida de Paulo que, mesmo na adversidade, ele conseguia destacar os benefícios que isso trazia à proclamação do evangelho.

Quando se deparava com pessoas cujo agir era movido por intenções eticamente discutíveis, em vez de amargurar-se ele procurava encontrar algo de bom e isso parecia ocupar sua mente. Essa postura fazia com que ele sempre se enxergasse no lucro. Se meu viver é Cristo, morrer pra mim é lucro, dizia ele em outras palavras. Quem encara a morte como lucro, encara as vida com outros olhos.

Destaque-se também seu empenho em conhecer a Jesus e identificar-se com seus sentimentos, fato que inverteu a ordem em sua escala de valores. “O que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo”, afirmou ele.

Paulo tornou-se referência não por ser o que gostaria ou ser tudo o que todos gostaríamos. Porém, até mesmo o fato dele reconhecer que não havia chegado onde gostaria ou deveria – a estatura do Cristo – também se tornou dado importante. Em vez de lamentar pelo que não conseguia, ele empenhava-se em direção ao alvo desejado.

As ansiedades, próprias de quem se envolve num projeto de vida dessa natureza, ele recomendava que fossem canalizadas para Deus, na oração, entendida como diálogo franco, sincero, recheado de pedidos e agradecimentos. Recomendava ainda, que o pensamento deveria girar em torno do louvável – aquilo que é verdadeiro, honesto, justo, puro, amável e de boa fama -.

Por viver centralizado em Jesus, em vez de achar-se merecedor somente de coisas boas, ele reconhecia poder “todas as coisas em Cristo que me fortalece”. Daí o “...já aprendi a contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade.”  (Fp 4:11-12)

Sua vida girava em torno não apenas do que lhe trazia “dádivas” – ele diz que nem as buscava -, mas daquilo que poderia frutificar na vida alheia.

Portanto, chegar à condição em que Paulo declarou estar, era resultado de mudanças no relacionamento com Deus, manifestas em: viver na esfera do amor; girar em torno de Jesus e seus sentimentos; conviver com suas próprias limitações; incluir a oração como essencial à vida; pensar no bem alheio e alterar sua escala de valores.


Acha fácil essa trilha?

1 comentários:

yanapataro@gmail.com 17 de fevereiro de 2014 às 09:05  

Ministração muito boa !!! Sair saciada e com vontade de Buscar mais a Deus !!!!Que o nosso desafio seja doar-se mais para viver o que Cristo nos ensina !!! Uma semana de desafios porém uma semana com a certeza que nunca estamos só , mesmo nas diversidades !!!!