sábado, 4 de outubro de 2014

Cuba, USA e PT: símbolos e realidades

Há momento na vida que nos guiamos por símbolos, pela dificuldade de lidarmos com a realidade. O amadurecimento nos leva a, paulatinamente, sermos capazes de diferenciar símbolo de realidade e administrá-los.

Na política há casos emblemáticos. Cuba, USA e PT são exemplos.

Cuba. Uma é a Cuba simbólica, outra a real.

A simbólica é aquela que representa em nosso imaginário a resistência de um povo empobrecido diante de um enriquecido do planeta; a resistência da "colônia" ao império; a luta entre David e Golias. Isso a torna admirável àqueles que, reconhecendo a profunda e injusta desigualdade, veem nela o que deveria estar presente na vida de todos: a luta por justiça social, a capacidade de resisitir, símbolo que eu também admiro.

A realidade porém, retrata elementos que não são tão admiráveis. Um deles, pra minha personalidade, é a impossibilidade do exercício da liberdade de iniciativa, da liberdade de ir e vir, do controle estatal sobre a privacidade.

Conheço pessoas cujo discurso é ferrenho em defesa dos direitos individuais, da dignidade humana, da liberdade de escolha, mas quando falam de Cuba suas línguas travam, seus olhos se fecham e tudo que elas conseguem fazer é aplaudir a Ilha que, para elas, NÃO parece ser a Ilha da fantasia. É.

USA. Um é o país simbólico, outro o real.
O simbólico é aquele em que as coisas funcionam. A justiça é ágil, o bem-estar social e a ética predominam, a cidadania individual é respeitada, o acesso aos bens materiais que torna a vida mais confortável é mais "fácil", a liberdade individual é respeitada. Esses elementos eu também admiro.

A realidade, porém, nos apresenta elementos discutíveis. A coisificação do ser, o massacre impiedoso fora de suas fronteiras quando seus interesses são afetados, a massificação ideológica através do marketing, são exemplos que questiono.

Conheço pessoas cujo discurso em defesa dos USA imaginário é tão forte que tornam-se incapazes de perceber que também há elementos nocivos no modelo de vida predominante que precisam ser questionados.

PT. O partido do imaginário e o real.
Aqui parece ser desnecessário entrar em detalhes. Apenas dizer que ocorre o mesmo. Para uns o PT é idolatrado como Deus, para outros, ridicularizado como o cão. Enquanto isso não for administrado em nossas cabeças seremos regidos pelo mesmo princípio que regeu a ditadura militar brasileira: Brasil, ame-o ou deixe-o.

Pra mim, PT não é Deus, nem demônio. É um partido que não tem controle sobre minha mente e coração. Eu o controlo em minha mente e coração, não o inverso. Esse fato me deixa livre para apoiá-lo e criticá-lo sempre que eu assim entender e não porque pessoas de quem gosto e admiro querem.

Nessas eleições presidenciais não o quero mais no cargo máximo. O real venceu o imaginário. Ponto. Vou com Marina 40. E tenho o maior respeito por quem pensa diferente e vai com Levy Fidelix. Já dizia minha avó: uns gostam do olho, outros do remelo e gosto não se discute, no máximo se dialoga e se respeita!

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