O Brasil à beira de um abismo?
Nessa semana um profundo sentimento de que o pior poderia acontecer em nosso país começou a invadir meu coração. Lembrei-me de que a Ucrânia vivia em paz, mas no momento em que resolveu-se tirar um presidente corrupto, o país desabou e entrou em guerra que até hoje não cessou.
Difícil pra nós pensar em guerra por razões políticas, mas a possibilidade de uma guerra civil é maior, talvez, do que estamos calculando.
1) Grandes empresários estão sendo presos e há muitos outros mais do que imaginamos com as barbas de molho;
2) Políticos que ocupam ou ocuparam os principais cargos em nível nacional ou estadual estão com os dias contados para responder em juizo por seus maus feitos, com grande probabilidade de serem presos;
3) A presidente tem o mais baixo índice de popularidade das últimas décadas, portanto não tem credibilidade;
4) A economia está parando;
5) A inflação corroendo salários;
6) Os juros voltando a patamares indesejáveis;
7) Os indicadores de desemprego aumentando;
8) O dólar subindo num sinal de que investidores estão em estado de alerta.
Ontem, após ver a capa de uma revista semanal, pensei em mudar a foto do meu perfil no Facebook, pra chamar a atenção dos meus amigos. Independente da ideologia da revista ou da veracidade da notícia, ela serve par nos mostrar que chegamos à beira do abismo.
Por uma questão de coerência, se o juiz Sérgio Moro receber delação de Leo Pinheiro, da OAS, nos termos que a Revista publicou, ele não terá outra opção senão a de fazer o que fez até aqui: prender preventivamente. Sabe o que isso significa se Lula for preso?
Entendo que, se ele tiver culpa no cartório deve mesmo ser preso, como devem ser presos os dos outros partidos na mesma situação, mesmo que não haja - e não haverá - cela suficiente, pois a lei é para todos. Mas ninguém é tão ingênuo a ponto de pensar que não haverá uma ida às ruas com manifestações violentas.
Sim, vislumbrei a possibilidade de uma guerra civil, daí a mudança de minha foto no perfil do Facebook.
Ao ler há pouco um texto de Cristovão Buarque, n'O Globo, constato que o sentimento começa a ser público. Alegra-me quando ele diz: "Ainda é tempo de evitar a tragédia e o desastre, mas esta ideia parece ingenuidade diante da nossa incapacidade como líderes nacionais. Neste momento, a culpa é de todos nós, por não estarmos à altura do desafio histórico do momento. E se não encontrarmos uma saída negociada, o povo na rua convocará por cima da Constituição uma eleição geral antecipada, com impeachment de todos."
Os desfecho apresentado por ele é mais otimista do que o meu.
Creio que já passou o tempo de ficarmos como expectadores admirados diante de cada notícia de mais uma descoberta e de mais uma decisão séria do Poder Judiciário.
Creio que já passou a hora de ficarmos discutindo quem é mais ou quem é menos culpado.
Creio que já passou a hora de ficarmos comentando que o Brasil está em crise.
A hora é de assumirmos, ainda que atrasado, que o problema é meu e seu e todos sofreremos duramente se não for encontrada uma saída negociada, com reconhecimento de erros, com aceitação de punição para todos e não apenas para os do partido adversário ao nosso.
É hora das igrejas redobrarem as orações e os compromissos de ser sal e luz em meio a tão densas trevas, a fim de que o povo que está em trevas possa ver uma grande luz e superemos mais este momento difícil de nossa história.
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