segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Obediência à palavra - I João 2:5

“Mas, se alguém obedece à sua palavra, nele verdadeiramente o amor de Deus está aperfeiçoado. Desta forma sabemos que estamos nele:” (1 João‬ ‭2:5‬)

Minha relação com a Bíblia é de reconhecimento, intimidade e gratidão. Nela medito diariamente. Os que me ouvem pelos púlpitos por onde passo sabem que minhas prédicas são preferencialmente textuais ou expositivas. Sinto-me, portanto, confortável para chamar a atenção à interpretação equivocada da expressão  "palavra" como sinônimo de Bíblia nos textos sagrados. Considero esse uso ignorância histórico-teológica ou conveniência político-psicológica.

Considero essencial que cada vez que a expressão "palavra" aparece na Bíblia, tenhamos conviccão de que o sentido é ou não técnico, como sinônimo de Escrituras, e a quais Escrituras se referia no contexto, de acordo com a cronologia da formação da Bíblia. Isso evita generalizações equivocadas, uso desonesto para com o ouvinte e ideologias político-religiosas opressoras, além de aumentar a precisão hermenêutica e nos preservar do mero papel publicitário de colportores.

"Se alguém obedece a sua palavra" ou "não obedece aos seus mandamentos", no texto de João, por exemplo, refere-se aos ensinos de Jesus e não tecnicamente à Bíblia, aos 10 mandamentos, etc. Essa ênfase não desvaloriza a Bíblia, não contraria nossa crença no pressuposto teológico da inspiração divina de seus autores, pelo contrário, possibilita maior precisão no ensino, focaliza nossa obediência àquele a quem entregamos nossa vida, nos remete a usar Jesus como crivo, como chave hermenêutica, em nossas leituras bíblicas, pois ele é o Senhor, a ele entregamos nossas vidas e dele somos servos.

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