Escolhas, caminhos e consequências
Nossos caminhos são nossos caminhos. Os caminhos de Deus são os caminhos de Deus. Jamais conseguiremos fazer Deus trilhar por nossos caminhos. Deus - assim demonstram fartos textos da literatura bíblica - não nos obriga a trilhar por seus caminhos.
Deus quer que trilhemos por seus caminhos, mas respeita as escolhas que fazemos e os caminhos pelos quais trilhamos. Se assim não fosse, perderíamos um dos, talvez, principais diferenciais humanos: a liberdade, a capacidade de fazer escolhas refletidas, considerando-se passado, presente e futuro.
Conquanto respeite nossas escolhas, por seu amor nos alerta das consequências que os rumos tomados, que os caminhos escolhidos, podem produzir em nossa existência. Daí as palavras do profeta Jeremias:
"Maldito é o homem que confia nos homens, que faz da humanidade mortal a sua força, mas cujo coração se afasta do Senhor. Ele será como um arbusto no deserto; não verá quando vier algum bem. Habitará nos lugares áridos do deserto, numa terra salgada onde não vive ninguém. “Mas bendito é o homem cuja confiança está no Senhor, cuja confiança nele está. Ele será como uma árvore plantada junto às águas e que estende as suas raízes para o ribeiro. Ela não temerá quando chegar o calor, porque as suas folhas estão sempre verdes; não ficará ansiosa no ano da seca nem deixará de dar fruto”.” (Jeremias 17:5-8)
Isso não é coação, muito menos promessas falsas, mas um alerta sobre as consequências das escolhas irrefletidas que fazemos. Ele nos alerta por querer nosso bem. Tanto é que, quando estamos no caminho errado ele usa meios para nos alertar.
Mas nós, em nossa insensibilidade espiritual, em nosso falso conforto produzido por ambientes, conhecimentos ou circunstâncias aparentemente seguros, seguimos pelos caminhos escolhidos, sem nos darmos ao cuidado de pelo menos perguntar: estamos no caminho certo? Este caminho se parece com os caminhos que Deus escolheria? Nem sempre. Na maioria das vezes simplesmente nada perguntamos. Não colocamos um mínimo de dúvida sobre as escolhas que estamos fazendo. Não paramos para orar, refletir, rever os planos...
E Deus continua com seus convites, com suas constatações seguidas de palavras de ânimo que servem de alerta: ““Venham, todos vocês que estão com sede, venham às águas; e vocês que não possuem dinheiro algum, venham, comprem e comam! Venham, comprem vinho e leite sem dinheiro e sem custo. Por que gastar dinheiro naquilo que não é pão, e o seu trabalho árduo naquilo que não satisfaz? Escutem, escutem-me, e comam o que é bom, e a alma de vocês se deliciará com a mais fina refeição. Deem-me ouvidos e venham a mim; ouçam-me, para que sua alma viva. Farei uma aliança eterna com vocês, minha fidelidade prometida a Davi."
E continua:
"Busquem o Senhor enquanto é possível achá-lo; clamem por ele enquanto está perto. Que o ímpio abandone o seu caminho; e o homem mau, os seus pensamentos. Volte-se ele para o Senhor, que terá misericórdia dele; volte-se para o nosso Deus, pois ele dá de bom grado o seu perdão. “Pois os meus pensamentos não são os pensamentos de vocês, nem os seus caminhos são os meus caminhos”, declara o Senhor. “Assim como os céus são mais altos do que a terra, também os meus caminhos são mais altos do que os seus caminhos; e os meus pensamentos, mais altos do que os seus pensamentos. Assim como a chuva e a neve descem dos céus e não voltam para eles sem regarem a terra e fazerem-na brotar e florescer, para ela produzir semente para o semeador e pão para o que come, assim também ocorre com a palavra que sai da minha boca: ela não voltará para mim vazia, mas fará o que desejo e atingirá o propósito para o qual a enviei. Vocês sairão em júbilo e serão conduzidos em paz; os montes e colinas irromperão em canto diante de vocês, e todas as árvores do campo baterão palmas. No lugar do espinheiro crescerá o pinheiro, e em vez de roseiras bravas crescerá a murta. Isso resultará em renome para o Senhor, para sinal eterno, que não será destruído.”” (Isaías 55:1-3, 6-13)
Porém , por não darmos ouvidos e nos firmarmos em ambientes, conhecimentos e estruturas "aparentemente" sólidos, seguimos por caminhos errados e, quando paramos para ouvir a voz de Deus a situação está tão desesperadora que tudo o que ouvimos é: "Jerusalém, Jerusalém, você, que mata os profetas e apedreja os que são enviados a você! Quantas vezes eu quis reunir os seus filhos, como a galinha reúne os seus pintinhos debaixo das suas asas, mas vocês não quiseram!” (Lucas 13:34)
Sim, todos nós nos enganamos. Todos tomamos decisões equivocadas. Uma coisa, porém, é fazer escolhas erradas por limitação de percepção; outra, por insensibilidade ou maldade espiritual. E isso, só cada um pode dizer por si. Ninguém pode julgar o outro.
Como estão nossas escolhas? De que qualidade é o piso por onde estão caminhando nossos pés? Na caminhada temos parado para refletir sobre os próprios caminhos, sobre as escolhas feitas? Ou temos preferido simplesmente desprezar a voz de Deus e seguir desorientados espiritualmente? Por que não parar agora, rever a vida, buscar orientação de Deus em oração, refletir nas palavras dele ouvidas por tantos nas Escrituras e reorientar os rumos? Este é o tempo, essa, uma oportunidade. Aproveite!
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