Na caminhada da vida
Desço a ladeira da Floriano ainda meio sonolento, enfrento a escadaria, subo à esquerda pelo viaduto da Gabriela. Olho do lado, vejo prédios e um barranco gramado. Olho embaixo e lá está uma família – pai, mãe e filho - sob o viaduto, enrolada em cobertas sujas. Penso na chuva, nas conseqüências e prossigo. Delicio-me com o verde, com a vista do Vale do Canela, com os pássaros e carros.


O sistema de irrigação automático está ligado jogando água de cima na calçada que fica em baixo. Passo correndo e cruzo a parada de ônibus. Vejo mais água molhando a calçada. Aproximo-me, examino o esguicho e corrijo a direção da água. Faço o mesmo com o segundo e atravesso a rua.
A paisagem é agradável. O verde e o vento das árvores impressionam. A temperatura está ótima. A cidade está sonolenta ou sou eu? Desço em direção ao Hospital Português, vejo o flanelinha orientando a madame, e seus colegas, jovens, fortes e desempregados sentados na grama esperando novos clientes.



Passo por perto. Ouço o pedido de moeda pra comprar o pão. Não tenho nenhuma. Confesso que pensei: o que tenho te dou. Levanta-te e anda. Não tive coragem de copiar Pedro. O que faria depois? Prossegui. A curva acabou e me deparei com outro símbolo eleitoral: a Avenida Centenário. Gente esportivamente vestida fazendo caminhada. Carros pra lá e pra cá.
Entro na farmácia. Peço um remédio. A moça está me atendendo, chega alguém e, sem pedir licença dirige-se a ela. Ela pára de me atender e, sem pedir licença, dá atenção ao mal educado. Vou para o caixa, pago a conta e saio.
A senhora chama o táxi. O motorista encosta o carro e fica na dele. Ela tenta abrir a porta. Está trancada. O motorista nem percebe. Seu colega da um grito. Ele olha, abre a porta, ela entra.
Atravesso a rua. Vejo pistas de bicicletas, pedestres, calçadas, bancos, gramados, flores, árvores. Tudo muito bonito, inaugurado às vésperas das eleições municipais. Inicio a caminhada observando o movimento. Gente que sobe, gente que desce. Roupas esportivas coloridas, um mundo ideal.
Passo por um, por dois, por dez e vou me perdendo em meio a tanta gente que aproveita a manhã pra caminhar. De repente ela me olha insistentemente. Uma jovem senhorita, senhorinha, senhora, enfim, uma mulher. Sou homem. Não estou sozinho. A memória me acompanha e acorda a consciência. Sou homem, mas casado, mas pastor e, “pior”, mas me acho cristão. Desvio o olhar. Finjo que não vi. Abaixo a cabeça. Aperto o passo. Mudo de assunto.
Entro na farmácia. Peço um remédio. A moça está me atendendo, chega alguém e, sem pedir licença dirige-se a ela. Ela pára de me atender e, sem pedir licença, dá atenção ao mal educado. Vou para o caixa, pago a conta e saio.
A senhora chama o táxi. O motorista encosta o carro e fica na dele. Ela tenta abrir a porta. Está trancada. O motorista nem percebe. Seu colega da um grito. Ele olha, abre a porta, ela entra.
Atravesso a rua. Vejo pistas de bicicletas, pedestres, calçadas, bancos, gramados, flores, árvores. Tudo muito bonito, inaugurado às vésperas das eleições municipais. Inicio a caminhada observando o movimento. Gente que sobe, gente que desce. Roupas esportivas coloridas, um mundo ideal.
Passo por um, por dois, por dez e vou me perdendo em meio a tanta gente que aproveita a manhã pra caminhar. De repente ela me olha insistentemente. Uma jovem senhorita, senhorinha, senhora, enfim, uma mulher. Sou homem. Não estou sozinho. A memória me acompanha e acorda a consciência. Sou homem, mas casado, mas pastor e, “pior”, mas me acho cristão. Desvio o olhar. Finjo que não vi. Abaixo a cabeça. Aperto o passo. Mudo de assunto.


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