O problema está na liderança
Estou convencido de que não existe igreja problemática. O que existe é liderança despreparada. Falo com a autoridade de quem faz parte de liderança de igreja há 35 anos e tem razoável consciência das bobagens que já fez, dos problemas que criou. Se você ainda não pensou no assunto, confira se tenho ou não razão.
Os membros das igrejas se caracterizam por anseios comuns. Eles se engajam na comunidade visando construir um relacionamento de paz com Deus e com a vida. Como todo ser humano, eles apresentam qualidades positivas e negativas. Nenhum deles é só virtude ou vício, qualidade ou defeito.
Em geral, gostam mesmo de participar dos cultos, cantar, orar, contribuir, ouvir uma palavra de Deus, ajudar o semelhante e ser ajudado em suas necessidades. Quando enfrentam adversidades, querem alguém que faça papel de pastor para lhes emprestar os ouvidos e ajudá-los a encontrar um norte nas estradas da vida.
Líderes não. Conquanto se aproximem da Igreja por motivos e necessidades semelhantes aos da maioria, diferenciam-se por uma maior autonomia, pela predisposição para encontrar soluções – se forem bem preparados - e ajudar pessoas na tomada de decisão. Daí sua capacidade de mobilização. Mesmo ausentes dos “bastidores”, por não ocupar cargo algum na estrutura organizacional, pelos “corredores” influenciam o posicionamento alheio, afetando os rumos da instituição.
Não tenha dúvidas: sempre que perceber movimento em sua comunidade, saiba que por detrás há um mentor, um articulador intelectual, um agente mobilizador, um líder, esteja ele consciente ou não do seu papel. Se for problema, em vez de dizer que a igreja é problemática, acredite, trata-se de liderança mal preparada.
Quando a liderança é despreparada, os membros da igreja preferem não se envolver. Ou, como alguém já disse, preferem ficar “do lado de cá do gasofilácio” – caixa de recolhimento de dízimos – pois “do lado de lá” guerras de egos inflamados disputando prestígio, poder e fama, e atividades desorganizadas e ineficazes são comuns.
Em 2009, a Convenção Batista Brasileira enfatizará o despertar e preparo de líderes. Penso que três aspectos devem merecer atenção, se almejarmos liderança preparada: o espiritual, o emocional e o técnico.
Em relação ao espiritual há uma necessidade urgente de distinguirmos espiritualidade de doutrina, ética, moral ou envolvimento em atividades religiosas, por exemplo. Esses quatro elementos fazem parte da caminhada espiritual, mas não retratam, necessariamente, espiritualidade.
A essência da espiritualidade é subjetiva. Trata-se de relação individual e mística com Deus que faz com que nos prostremos admirados, encantados e dominados pelo respeito diante do Criador e nos sintamos impulsionados em direção a uma busca profunda por comunhão íntima com Ele. Dessa experiência brota o interesse e a luta por qualidade de vida para todos, em todas as dimensões.
Quanto ao aspecto emocional, conquanto a comunhão com Deus exerça influência sobre ele, isso não significa que os desajustes da nossa personalidade, fruto da multiplicidade de traumas vividos desde o útero materno, são curados num estalo de dedos.
A comunhão com Deus influencia a estrutura do nosso caráter, nos anima a procurar cura para nossas feridas, mas os elementos doentios da matriz de nossa personalidade podem precisar de tratamento especializado. Sinceridade espiritual, leituras ou títulos acadêmicos ou sociais não são suficientes. Há casos em que somente horas no “divã” podem ajudar líderes a se tornarem agentes de soluções e não de problemas.
Quanto ao preparo técnico, ele tem a ver com saber pensar e fazer a atividade que lideramos. Quanto maior for o conhecimento e experiência que o líder tiver da área em que atua, mais eficiente e eficaz será na direção. Um dos problemas de nossas instituições é que criamos estruturas e cargos sem clareza da finalidade e dos resultados que almejamos e depois saímos procurando – perdoe-me a linguagem politicamente incorreta - “coxos, cegos, mudos e aleijados” para preenchê-los.
Liderança despreparada não tem clareza da missão, visão e valores da instituição; não é capaz de focar suas energias no essencial; coloca interesses particulares acima dos da coletividade e seus objetivos pessoais estão acima dos do empreendimento. Em vez de ser bênção, transforma-se em maldição, manchando a imagem da organização com a fama de problemática. Entretanto reafirmo: não há igreja problemática. Problemáticos somos nós, seus líderes, por não nos prepararmos adequadamente. Concorda?
Os membros das igrejas se caracterizam por anseios comuns. Eles se engajam na comunidade visando construir um relacionamento de paz com Deus e com a vida. Como todo ser humano, eles apresentam qualidades positivas e negativas. Nenhum deles é só virtude ou vício, qualidade ou defeito.
Em geral, gostam mesmo de participar dos cultos, cantar, orar, contribuir, ouvir uma palavra de Deus, ajudar o semelhante e ser ajudado em suas necessidades. Quando enfrentam adversidades, querem alguém que faça papel de pastor para lhes emprestar os ouvidos e ajudá-los a encontrar um norte nas estradas da vida.
Líderes não. Conquanto se aproximem da Igreja por motivos e necessidades semelhantes aos da maioria, diferenciam-se por uma maior autonomia, pela predisposição para encontrar soluções – se forem bem preparados - e ajudar pessoas na tomada de decisão. Daí sua capacidade de mobilização. Mesmo ausentes dos “bastidores”, por não ocupar cargo algum na estrutura organizacional, pelos “corredores” influenciam o posicionamento alheio, afetando os rumos da instituição.
Não tenha dúvidas: sempre que perceber movimento em sua comunidade, saiba que por detrás há um mentor, um articulador intelectual, um agente mobilizador, um líder, esteja ele consciente ou não do seu papel. Se for problema, em vez de dizer que a igreja é problemática, acredite, trata-se de liderança mal preparada.
Quando a liderança é despreparada, os membros da igreja preferem não se envolver. Ou, como alguém já disse, preferem ficar “do lado de cá do gasofilácio” – caixa de recolhimento de dízimos – pois “do lado de lá” guerras de egos inflamados disputando prestígio, poder e fama, e atividades desorganizadas e ineficazes são comuns.
Em 2009, a Convenção Batista Brasileira enfatizará o despertar e preparo de líderes. Penso que três aspectos devem merecer atenção, se almejarmos liderança preparada: o espiritual, o emocional e o técnico.
Em relação ao espiritual há uma necessidade urgente de distinguirmos espiritualidade de doutrina, ética, moral ou envolvimento em atividades religiosas, por exemplo. Esses quatro elementos fazem parte da caminhada espiritual, mas não retratam, necessariamente, espiritualidade.
A essência da espiritualidade é subjetiva. Trata-se de relação individual e mística com Deus que faz com que nos prostremos admirados, encantados e dominados pelo respeito diante do Criador e nos sintamos impulsionados em direção a uma busca profunda por comunhão íntima com Ele. Dessa experiência brota o interesse e a luta por qualidade de vida para todos, em todas as dimensões.
Quanto ao aspecto emocional, conquanto a comunhão com Deus exerça influência sobre ele, isso não significa que os desajustes da nossa personalidade, fruto da multiplicidade de traumas vividos desde o útero materno, são curados num estalo de dedos.
A comunhão com Deus influencia a estrutura do nosso caráter, nos anima a procurar cura para nossas feridas, mas os elementos doentios da matriz de nossa personalidade podem precisar de tratamento especializado. Sinceridade espiritual, leituras ou títulos acadêmicos ou sociais não são suficientes. Há casos em que somente horas no “divã” podem ajudar líderes a se tornarem agentes de soluções e não de problemas.
Quanto ao preparo técnico, ele tem a ver com saber pensar e fazer a atividade que lideramos. Quanto maior for o conhecimento e experiência que o líder tiver da área em que atua, mais eficiente e eficaz será na direção. Um dos problemas de nossas instituições é que criamos estruturas e cargos sem clareza da finalidade e dos resultados que almejamos e depois saímos procurando – perdoe-me a linguagem politicamente incorreta - “coxos, cegos, mudos e aleijados” para preenchê-los.
Liderança despreparada não tem clareza da missão, visão e valores da instituição; não é capaz de focar suas energias no essencial; coloca interesses particulares acima dos da coletividade e seus objetivos pessoais estão acima dos do empreendimento. Em vez de ser bênção, transforma-se em maldição, manchando a imagem da organização com a fama de problemática. Entretanto reafirmo: não há igreja problemática. Problemáticos somos nós, seus líderes, por não nos prepararmos adequadamente. Concorda?
3 comentários:
Impossível não concordar!!!!! rsrs
Meu caro Pr. Edvar,
Você está absolutamente certo em seus comentários. Gostaria muito que esse texto fose lido por muitos "líderes".
J. Octávio
Li o artigo há dias atrás e não consigo esquecê-lo. Só os legalistas para discordar de uma visão tão contemporânea.
L. Henrique - RJ
Postar um comentário