Indicadores Sociais: "a resposta, meu amigo, está no ar"
Segundo matéria publicada pela Rede Globo nessa semana, a Bahia, juntamente com Pernambuco, possui o judiciário mais lento do país.
Por outro lado, o Jornal A Tarde, dessa sexta-feira, informa que 83% da população de Salvador - uma das 10 cidades mais ricas do Brasil - tem renda inferior a 3 salários mínimos (em fevereiro, R$ 1.395,00).
Segundo o Correio da Bahia, 1.420.000 famílias baianas são alcançadas pelo Bolsa Família. Para uma família entrar no programa, a renda per capta de seus membros deve ser inferior a R$ 137,00. (Pasmem, 12 milhões e trezentos mil famílias no país se encaixam neste critério).
Não disponho de dados oficiais, mas posso afirmar, por pesquisa e comparação pessoal, que em Salvador, o aluguel é mais de duas vezes mais caro do que em Pernambuco. A justificativa é que Salvador teria somente 20% de vazio urbano, dos quais 10% seriam protegidos como reserva ambiental. Assim, pela escasses de terreno, seu custo se tornaria elevado.
O fato é que, segundo veiculado na mídia, Salvador necessitaria de 7 bilhões de reais para que o problema do déficit habitacional fosse resolvido até 2025.
Complicando este belo quadro social, o Prefeito João Henrique teria afirmado, textualmente: "O que acontecia: a gente acabava deixando de pagar a merenda escolar, os remédios do posto de saúde para pagar as despesas do carnaval."
(O Jornal A Tarde, de hoje, garante que tem a entrevista gravada; o prefeito, declara que não disse.)
Será que cruzando essas poucas informações a respeito da nossa cidade poderíamos entender o elevadíssimo indice de violência registrado nessas primeiras semanas do ano? O que justiça lenta, brutal concentração de renda e falta de priorização da educação e saúde teria a ver com isso?
A outra pergunta é: o que, como cidadãos, poderíamos fazer? Que tipo de movimento poderíamos desenvolver a fim de que o foco dos gestores - do executivo, do legislativo e do judiciário - se concentrasse na busca de soluções, dentro do seu raio de poder, visando alterar este quadro social?
E a igreja, o que tem a ver com isso? À luz de nossos discursos e ações, nos identificamos mais com o sal, segundo Jesus ou com o ópio, segundo Karl Marx? Os cultos que celebramos sensibilizam os participantes para uma nova postura social ou funcionam como anestésico da consciência? A educação em nossas EBDs favorece a conformação ou a reação?
Ou será que já desisitimos do nosso papel neste mundo e giramos em função da vida celestial futura?
Como diria Bob Dylan: "a resposta, meu amigo, está no ar".
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