Para onde está soprando o Espírito de Deus?
“O vento
sopra onde quer. Você o escuta, mas não pode dizer de onde vem nem para onde
vai. Assim acontece com todos os nascidos do Espírito" (Jo. 3.8)
Trago
em meu coração a intuição de que estamos em um momento crucial em nossa
caminhada ministerial como igreja. Um momento especial para refletir sobre o
que ocorre ao nosso redor e, através disso, buscar perceber em que direção "o" pneuma está soprando, a fim de seguir com ele, sendo instrumentos seus. De onde
vem e para onde vai não é determinante, afinal, dizemos viver pela fé. Essencial
é nos agarrarmos a "Ele".
Digo
isso ao olhar para o interior da igreja e perceber que vivemos um momento em
que predomina a sensação de bem-estar. Há espaço ministerial e político para
agirmos cooperativa e ministerialmente nas diversas dimensões da vida. Temos
uma estrutura organizacional e física que nos permitem caminhar bem; uma
situação financeira que, se não é suficiente para suprir todas as necessidades
ministeriais ou realizar tudo que a percepção faz brotar em nossos corações,
está acima da média da condição da maioria absoluta das igrejas com perfil
doutrinário semelhante ao nosso.
Algo,
porém, tem merecido minha atenção. Estamos com duas das sete áreas ministeriais
precisando de ministro; dois líderes de ministérios importantes sendo sondados
para deixar nossa igreja e atuar em outros estados e mais um vivendo um momento
desafiador em face de enfermidade grave da esposa. Tenho percebido que alguns membros não
estão apresentando a mesma disposição e regularidade em
relação à caminhada da igreja. Percebido, finalmente que, a despeito da
abertura para alternância e diálogo, novos líderes, comprometidos, estáveis, fiéis
e regulares em seus compromissos, não têm ascendido.
Talvez,
a coincidência disso com minha responsabilidade na presidência da Convenção
Batista Baiana em um momento desafiador e consequente presença reduzida no
cotidiano, me torne mais atento e sensível aos pequenos movimentos que ocorrem
ao meu redor. Mas não deixa de ser motivo para uma reflexão, para um olhar
crítico sobre si mesmo.
Sinto,
por isso penso que talvez seja o momento de fazermos um balanço geral do que
temos sido até aqui e para onde devemos ir. Momento de cada membro da igreja,
especialmente aqueles que ocupam cargo de liderança, fazer um balanço de suas
próprias vidas na perspectiva da relação com Deus e consequente ação no mundo.
Hora de pararmos para, juntos, repensarmos nossa vida como igreja.
Alguém
dirá que isso é coisa de coração irrequieto, empreendedor, workaholic até; que,
de uma maneira geral, as áreas ministeriais estão cumprindo suas finalidades e,
portanto, basta manter o rumo. Talvez sim, talvez não. Pelo sim, pelo não,
sinto que a hora é de, no mínimo, pararmos para ouvir mais atentamente o que
Deus tem a nos dizer sobre nossa vida, individual e coletivamente.
Não
se trata, portanto, de rever estruturas físico-organizacionais ou apenas
reavaliar as atividades que são desenvolvidas. Trata-se, tão somente de sintonizarmos
nosso coração com o coração de Deus a fim de identificarmos a direção do vento
e nos certificarmos de que estamos seguindo no mesmo rumo.
Se
este sentimento for só meu, ore por mim; se for nosso, oremos uns pelos outros
e busquemos reposta que nos redirecionem, se for o caso.
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