A infidelidade na política
Fiel
é qualidade de pessoa que cumpre o que promete. Todos nós, em algum momento da
vida, deixamos de cumprir algo que prometemos. Isso, entretanto, não nos
caracteriza como pessoas infiéis.
Infiel
é a pessoa cuja atitude de desrespeito ao outro a leva ao não cumprimento contínuo,
regular, de suas promessas e não se importa em justificar de maneira plausível,
crível, a excepcionalidade de seu ato de infidelidade.
Por
sermos limitados, nem sempre mensuramos devidamente o preço da promessa feita
ou não conseguimos prever situações adversas às que imaginávamos quando assumimos
um compromisso. Quando isso ocorre, a pessoa fiel é vocacionada por sua voz
interior a reconhecer o erro, reparar as conseqüências danosas ao outro e a se
empenhar para repactuar o compromisso em termos favoráveis a ambas as partes.
Fidelidade
não é a marca, por exemplo, da maioria dos políticos na política brasileira.
O
governo #DilmaComTemer foi eleito usando
informações falsas, de manipulação imoral, comum na política em um país no qual
os eleitores têm um “complexo de vira-latas” e não desenvolveram a consciência
de que autoridade é, primeiramente, quem confere autoridade e não quem a exerce.
A Constituição é clara: “todo poder emana do povo e em seu nome será exercido”
(Art. 1º).
Já
o governo #TemerSemDilma quer legitimar-se através de um processo de
impeachment da presidenta eleita, cujo ritual até aqui seguiu a legalidade mas,
pelos diálogos entre destacados dirigentes políticos, gravados e publicados, está
patente que houve um complô de fugitivos da polícia escondidos atrás de um
discurso de moralidade, quando, na verdade a
imoralidade era a verdadeira força motriz de seus discursos.
O
que os dois governos têm em comum é que os grupos que disputam o poder (independente
de diferenças ideológicas e prioridades sociais e econômicas), o fazem não com
a intenção de serem fiéis ao que prometem à população, mas, antes, ao que
prometem uns aos outros, aos aliados. O povo é só um detalhe para legitimar aos
olhos do mundo o controle do poder que lhes abastece as contas, de preferência
no exterior.
Infidelidade
é justamente o oposto ao que a vida nos ensina, ao que a Bíblia nos revela em
relação ao amor de Deus por nós e ao que constatamos na vida de Jesus em
relação à sua missão. Mas, parece-nos ser ingenuidade lutar mesmo, almejar que
as pessoas investidas por nós de autoridade sejam fiéis.
Enquanto
nós mesmos não acreditarmos que essa virtude é essencial e não investirmos para
que nossas crianças aprendam por experiência, através de exemplos e discursos
coerentes que a fidelidade é essencial à vida saudável, continuaremos apanhando
de homens e mulheres, cujos compromissos pouco ou nada têm a ver com as
necessidades da população.
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