quinta-feira, 16 de junho de 2016

Fidelidade aos valores do Reino e ao espírito constitucional



“Aquele que roubava, não roube mais; antes trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade.” (Ef. 4:28).


A chegada desta semana, como a maioria das semanas desses últimos dois anos de Lava Jato, vem acompanhada de decisões ligadas ao altíssimo escalão do estado brasileiro, cujo resultado afetará diretamente nossas vidas. 


Refiro-me à possibilidade do presidente do Senado aceitar ou rejeitar pedido de impeachment contra o Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, bem como a do Supremo Tribunal Federal – STF, de rever sua decisão quanto à prisão de criminosos condenados em segunda instância, independente do direito que têm a novos recursos. São duas decisões que fazem parte do pacote anticadeia, defendido pelos acusados de corrupção na Lava Jato.


É sabido por todos, que a corrupção assola nosso país. Do síndico do condomínio à presidência da República, há indícios fortíssimos – em alguns casos provas – de que ela reina soberana.


É sabido por todos nós que este nível de corrupção é frontalmente prejudicial à população não apenas pela soma do valor financeiro que representa, mas também porque financia decisões políticas, econômicas e sociais que, em vez de trazer benefícios à população, ao país, beneficia gangs de colarinho branco instaladas nos altos escalões. 


É crido por muitos que o processo de impeachment da presidenta Dilma Roussef não está sendo levado adiante por consciência moral da maioria dos agentes políticos.  Em que pese os indiscutíveis erros técnicos e éticos cometidos por seu governo, são poucos os que não concordam que a motivação maior, pelo menos de parte importantíssima dos “representantes” políticos, é defender-se, com os próprios braços, da possibilidade de prisão por roubos e outros crimes cometidos.


Nesse contexto estamos assistindo articulações gravadas, de conversas da cúpula do maior partido político – o PMDB –, para derrubar a presidenta, assumir o poder e assim se defender, repito, usando os próprios braços para desestruturar instituições, modificar decisões e leis que podem levar seus integrantes à condenação.


Como a luz da aurora, vai ficando cristalino que o processo para estancar as ações da Polícia Federal, Ministério Público e Receita Federal segue um roteiro: 1) derrubada da presidenta – fato que não significa necessariamente que ela seja vítima -; 2) derrubada do Procurador Geral da República; 3) derrubada da decisão de possibilidade de prisão de ladrões condenados em segunda instância.


A esse roteiro poderia ser acrescida a tentativa de mudança na cúpula da Polícia, a redução de recursos para desqualificar os órgãos de combate à corrupção e tantos outros.


O fato é que estamos diante de uma realidade tenebrosa: ou nos posicionamos contra os corruptos para não perdermos esta batalha ou, pelo pecado da omissão, seremos derrotados para o desespero de toda a população brasileira.


O texto constitucional e os poderes constituídos não foram criados para proteger bandidos, mas para que desfrutássemos de “vida quieta e sossegada, em toda a piedade e honestidade”. (I Tim 2:2)


A hora, portanto, não permite que esperemos pela ação de quem está ao nosso lado. É hora de cada um chamar pra si a responsabilidade e usar as ferramentas espirituais, políticas, sociais, econômicas, enfim, que dispõe.  A hora exige fidelidade aos princípios da palavra de Deus que norteiam nossas vidas: ”e não comuniqueis com as obras infrutuosas das trevas, mas antes condenai-as.” (Ef. 5:11); “porque noutro tempo éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor; andai como filhos da luz”. (Ef. 5:8).



Que Deus tenha misericórdia de nós.

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