quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Nosso reconhecimento não é sua maior recompensa

As razões que levam uma pessoa a se envolver nas atividades de uma igreja são diversas. Paulo identificou isso e escreveu: “Verdade é que também alguns pregam a Cristo por inveja e porfia, mas outros de boa vontade; Uns, na verdade, anunciam a Cristo por contenção, não puramente, julgando acrescentar aflição às minhas prisões. Mas outros, por amor, sabendo que fui posto para defesa do evangelho.” (fil. 1.15-17)

Curioso é que isso não acontece somente na igreja. Líderes religiosos do judaísmo demonstravam o mesmo comportamento, fato que levou Jesus a denunciar os motivos de suas obras de caridade, de suas orações e jejuns (Mt. 6:2,5,16) e a declarar de forma objetiva: “eles já receberam sua recompensa”.

O prejuízo de quem faz a obra de Deus em função do que os outros pensam, fugindo de vaias e mendigando aplausos, é simples: sua recompensa vem das pessoas, é passageira.


Aqueles, porém, que concentram o foco de suas ações no imperativo divino de amar e, portanto, fazer por amor a Deus, podem até passar despercebidos diante da multidão ou, pior, serem por ela apedrejados, mas garantem para si a maior recompensa que alguém pode receber: o prazer de saber que o que faz está em sintonia com a vontade divina e é eterno.

Isso não significa que não devamos reconhecer o trabalho alheio. “Daí a césar o que é de César”, disse Jesus (Mc. 12.17). Paulo, na mesma linha, afirma: “Portanto, dai a cada um o que deveis: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra.” (Rom. 13.7)

Portanto, se é equívoco fazer a obra de Deus esperando aplauso humano - “Assim também vós, quando fizerdes tudo o que vos for mandado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos somente o que devíamos fazer.” (Lc. 17.10) -, é também equívoco não deixar de reconhecer o trabalho feito. Daí o ensino paulino: “E rogamo-vos, irmãos, que reconheçais os que trabalham entre vós e que presidem sobre vós no Senhor, e vos admoestam;” (I Tes. 5.12).

Uma igreja batista não tem dono. Seu governo é democrático. São seus membros que a fazem funcionar. A crença num ser superior e a comunhão vivida com ele é a mola propulsora que move pessoas a se doarem voluntariamente. Os recursos necessários ao funcionamento – conhecimento, dinheiro, disposição, disponibilidade, etc – são dedicados por cada um de acordo com sua realidade de vida. Julgar se o que cada um oferece está além ou aquém da possibilidade ou se suas motivações são adequadas, é tarefa divina. A nós cabe reconhecer e agradecer.

Nesse espírito, registramos aqui nosso reconhecimento e agradecimento aos que trabalharam entre nós em 2009, desejando que, em 2010, continuem “firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor.” (I Cor. 15.58)

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