quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Sim, sim; não, não!

“Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna.” (Jesus, em Mt. 5.37)

“Antes, como Deus é fiel, a nossa palavra para convosco não foi sim e não.” (Paulo, em II Cor. 1.18)

É horrível conviver com quem diz sim quando gostaria mesmo de dizer não ou diz não quando poderia dizer um alegre e sonoro sim. Não poderia, pelo menos, ter coragem pra dizer: agora não posso dizer sim, nem não, ou: agora não quero dizer sim, nem não? Por que optar por negar os sentimentos, a percepção, a realidade?


Seria uma profunda covardia ou uma profunda necessidade de aprovação? Não percebe que a alegria que produz em que ouve o que gostaria e não o que deveria é falsa? Não sabe que a satisfação gerada por uma resposta falsa vai desembocar, a qualquer momento, numa profunda dor gerada pela frustração?


Melhor seria, então, dizer sim, quando se quer dizer sim e não quando se quer dizer não! Se alguma dor tiver que ser experimentada, que seja na companhia da honestidade, da sinceridade, da lealdade.


Agindo de forma contrária, quando a verdade vier à tona, o sofrimento será dobrado. Ela virá acompanhada da sensação de traição que não somente reinou no momento em que a palavra foi dita, mas também durante todo o tempo que se seguiu a ela.


Dizer sim, quando o que deve ser dito é sim, ou não, quando o que deve ser dito é não, é muito mais simples. Isso exige muito menos conexões, elaborações. E se a situação for tão complicada que os efeitos do sim ou do não ainda não estão claros é muito mais simples dizer: ainda não sei o que dizer!


O risco, ao contrariar o próprio sentimento ou pensamento, é muito maior.


Além disso, a relação corre mais solta, mais leve quando se rege pela coerência. O adepto do sim, sim; não, não, passa a impressão de que está de bem com a vida; de que não vive regido pela crença de que é possível estar bem com todo mundo, em todo o tempo, em todas as situações; de que não vive dependurado na tênue linha da vida que se guia pela política e não pela verdade em amor.


E o riso, então? Já prestou atenção no riso de quem a palavra vai pra um lado e o sentimento ou o pensamento vai pro outro?

Não me entenda mal. Não estou aqui propondo um sim seco, muito menos um não árido. Reconheço que não é fácil colocar um sim ou um não constrangido na companhia de um belo sorriso. Porém, quando a atitude faz parte da filosofia de vida, está internalizada e a consciência está tranqüila, mesmo não sendo o que se gostaria para a ocasião, sempre será menos desagradável do que o produto de uma falsidade.


Então, coloquemos um sim, sim ou um não, não, no coração e tenhamos um 2010 melhor!!!

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