Fidelidade
“Se formos infiéis, ele permanece fiel; não
pode negar-se a si mesmo.” (II Tim. 2:13)
Fidelidade
é uma atitude que, como todas as atitudes, se constrói em nosso ser desde o ventre
de nossas mães. Antes mesmo de se ter consciência do fato ou dominar a
linguagem que a expresse, houve uma vivência sentida em nosso ser, através da
relação mãe-filho e, na sequência, pai-filho, filho-irmãos, filho-amigos, filho-instituições
e assim por diante.
Ainda
nem éramos capazes de pensar quando nosso corpo pedia algo e era atendido.
Nosso corpo sentia uma necessidade, manifestava-se e era suprido. Nem tínhamos consciência da fonte que atendia
nossos desejos, mas sempre que reclamávamos algo, de algum “lugar” a resposta
chegava. Assim, fomos descobrindo que havia algo ou alguém atento à nossa vida.
Na
medida em que nossos órgãos do sentido – tato, paladar, olfato, audição e visão
– se desenvolviam, o ser que respondia às nossas necessidades ia sendo
delineado em nossas mentes e com ele as comunicações iam se aperfeiçoando,
incluindo nessas, além da comunicação corporal, a linguagem oral e
sucessivamente outras formas de comunicação.
Assim,
antes mesmo de conhecermos a palavra fidelidade, já se gravava em nosso ser que
havia uma fonte que, na hora certa, respondia nossos anseios; alguém que
cumpria o que ia sendo prometido em nosso relacionamento. Essa fonte era,
depois saberíamos, fiel.
Fidelidade
é qualidade de uma pessoa que cumpre seus compromissos e se desenvolve em nós
através de 3 maneiras: a experiência, o exemplo e os discursos.
Por
experiência, refiro-me ao ocorrido na narrativa acima. O próprio ser humano, na
medida em que desenvolve a capacidade de abstração, torna-se capaz de
relacionar o que viveu desde o ventre da mãe com o significado da palavra fiel.
Isso aponta pra nós o caminho mais eficaz para o desenvolvimento dessa atitude
em nossos filhos: ser fiel.
O
segundo caminho, intrinsecamente ligado à experiência, é o do exemplo. Trata-se
das percepções que temos de que as pessoas que nos cercam agem de maneira fiel
nos relacionamentos que estabelecem umas com as outras; que elas cumprem o que
prometem nas diversas circunstâncias da vida; que cumprir o que se promete é
algo que faz bem a todos.
A
terceira forma, o discurso, tem a ver com o uso da palavra para clarear o
conceito fidelidade, exemplificar e demonstrar os benefícios que advém de seu
uso e os prejuízos sofridos por quem não o leva a sério e pelos que o cercam. Embora
seja eficaz àqueles que já desenvolveram a capacidade de abstração, o discurso não
produz o mesmo resultado que o exemplo e a experiência. Talvez porque, o
discurso seja capaz de nos fazer pensar, mas não agir. A ação depende dos
sentimentos que envolvem nosso ser diante da realidade descrita.
A
Bíblia nos ensina que fidelidade é fruto do Espírito Santo de Deus. Uma pessoa
infiel, portanto, seria alguém que não foi tocado por Deus no mais íntimo de seu
ser. Quando a alma é tocada pelo Espírito de Deus, Espírito de Jesus, Espírito
Santo, como preferirem, nosso ser reage produzindo, dentre outras atitudes, a
fidelidade.
Essa
atitude de fidelidade nos acompanha por toda a vida, em todas as circunstâncias
e torna-se nossa reação natural. Ela passa a fazer parte de nossa natureza. Ela
não se deixa condicionar pela infidelidade alheia. Por isso Deus é fiel, mesmo
quando somos infiéis. É a natureza dele. E a nossa, é semelhante à dele?
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