Mães
Faço ressalvas à maneira idealizada como nos referimos ao papel de mãe. É como se elas não fossem seres humanos limitados pelas condições biológicas, psicológicas e ambientais. Essa idealização, embora seja com a intenção de reconhecimento, muita vez acaba se tornando um fardo difícil de ser carregado. Não podemos, entretanto, deixar de reconhecer a capacidade acima da média que elas possuem de superar desafios.
Elas são mulheres, esposas, profissionais, etc, porém, em que pese a capacidade de desenvolverem diversos papéis sociais, seguramente nenhum deles exerce mais força sobre sua vida do que o de mãe, diante de uma necessidade da prole.
Claro que as exceções existem, mas são exceções. O que prevalece é o sentimento de mãe dominá-las sempre que percebe os filhos em situação adversa. É a primeira e instintiva reação. Somente razões muito fortes conseguem inibir o instinto materno de materializar-se e, ainda assim, isso não se dá sem que o coração aperte e elas sofram.
Elas abrem mão da vez, do sono, da comida, da agenda, do passeio, da profissão, se o que estiver em jogo forem necessidades dos rebentos. Toda a criatividade e energia são arregimentadas do mais profundo do seu ser e canalizadas em favor do bem estar do fruto de seu ventre.
Daí nosso apego, daí a poesia de Carlos Drummond de Andrade:
"Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga quando sopra o vento e chuva desaba,
veludo escondido na pele enrugada,
água pura,
ar puro,
puro pensamento.
é tempo sem hora,
luz que não apaga quando sopra o vento e chuva desaba,
veludo escondido na pele enrugada,
água pura,
ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é breve
e passa sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
com o que é breve
e passa sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino feito grão de milho."
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino feito grão de milho."
Às mães, nossa gratidão. Às mães, nosso reconhecimento.
0 comentários:
Postar um comentário