segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

É Natal, manifeste seu afeto!

                                   "Só sabemos fazer o que foi feito conosco.
Só conseguimos tratar bem aos demais se fomos bem tratados.
Só sabemos nos tratar bem se fomos bem tratados.
Se só fomos ignorados, só sabemos ignorar.
Se só fomos odiados, só sabemos odiar.
Se só fomos maltratados, só sabemos maltratar.
Não há como fugir desta engrenagem de aço: ninguém é feliz sozinho.
Ou o mundo melhora para todos ou ele acaba.”
(J.A. Gaiarsa, apresentando “Carícia Essencial” de Roberto Shinyashiki)

É Natal, não importa se a data é 25 de dezembro. Pela tradição, essa data se caracteriza pela intensificação da confraternização, da reconciliação, da atenção dispensada, do reconhecimento, da manifestação de afeto. Que bom que temos uma data na qual tais manifestações são lembradas, ratificadas, revigoradas.

Não por acaso tudo isso ocorre na data que simboliza o nascimento de Jesus, manifestação do amor de Deus pela humanidade. O natal é Deus se confraternizando, se reconciliando com a humanidade; é Deus manifestando atenção e afeto à sua criação, através da palavra, do sentido que “se fez carne e habitou entre nós”: JESUS.

Todos já nos acostumamos a dizer e ouvir que “Dia das Mães é todo dia”; “Dia dos Pais é todo dia”; “Dia dos Namorados é todo dia” e, portanto, “Dia de Natal é todo dia”. Concordo, exceto se tal expressão tenha como ideologia a desvalorização de uma data especial. É que a vida é feita de uma multiplicidade tão grande de situações, ideias, sentimentos, que nem sempre conseguimos dar, todos os dias, a atenção que cada um deles merece. Então, um dia no qual somos todos convidados a nos lembrarmos de uma situação, ideia ou sentimento, específicos, faz bem.

É Natal. Ele nos indica que, em Jesus de Nazaré, o amor de Deus se manifestou à humanidade e, por isso, devemos fazer o mesmo com o nosso semelhante. Todos os dias, é verdade, inclusive no Natal. Se o mercado se aproveita da situação para lucrar mais, e daí? Ele sempre vai se aproveitar de tudo que envolve nossas vidas para lucrar.

Você acredita que haja algo que se possa fazer nesta vida sem que, por detrás, alguém esteja lucrando? Porque escrevo este texto, alguém está lucrando algo; porque você leu, também! Se decidirmos parar de fazer tudo o que serve de fonte de lucro para alguém a vida parará, quer gostemos ou não.

Imagine, então, se deixarmos de manifestar nosso afeto só porque alguém está ganhando dinheiro com isso. Aí sim o dinheiro terá danificado nossas vidas, terá derrotado nossa espiritualidade. O que podemos fazer é não relacionar manifestação de afeto com custo financeiro do produto utilizado como meio. A qualidade do afeto não deve ser avaliada pelo preço do produto, muito menos pelo gosto de quem recebe, mas pelo sentimento de quem dá. Infeliz é a pessoa que, ao receber um presente, não é capaz de sentir e compreender o que o outro está dizendo com tal ato. Há muito já perdeu a capacidade de relacionar-se, de amar e ser amada.


E à Igreja? Como manifestaremos nosso afeto a este coletivo de pessoas que aceitaram o amor de Deus em Jesus, do qual somos parte? Use sua criatividade. Manifeste seu afeto!

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