sexta-feira, 1 de junho de 2012

Projetos Sociais das Igrejas - 01.06.12 - 40/100 dias de oração pelo Brasil

Meu entendimento e interesse pela atuação social da igreja nasceram com a minha chegada ao STBNB, em 1979.

Das palavras incentivadoras do Pr. Harald Schaly, em sala de aula, mostrando ser absurdo uma igreja investir tanto dinheiro em construção para os prédios serem utilizados uma ou duas vezes por semana, brotaram minhas primeiras idéias e imagens do que poderia ser feito.


Coerente com seus ensinos, em 1973 a Igreja Batista Emanuel em Boa Viagem, Recife, havia criado a Creche Raio de Sol e a mantinha em parceira com organização alemã gerenciada no Brasil pela "Amparo ao Menor Carente - AMENCAR", projeto que abrigava 200 crianças, das 7 da manhã às 5 da tarde, com atividades lúdicas e educacionais e alimentação.


Interessar-me pela ação política demorou mais alguns meses. Foi surgindo de conversas sob as mangueiras e da leitura de Jesus Cristo Libertador, de Leonardo Boff, primeiro livro que retirei da biblioteca do STBNB, para entender o assunto. Não tinha idéia de quem seria o autor. Foi uma escolha pelo título.


De lá pra cá, com maior ou menor intensidade, sempre me interessei pelo assunto.


Na Igreja Batista do Pinheiro, Maceió, igreja já em processo avançado de engajamento social, incentivamos a criação do Projeto Oasis que envolvia uma série de atividades na área. Na Igreja Batista Emanuel, em 1987, encontrei a Creche funcionando e assim permaneceu. Deixei a Emanuel para dirigir o Colégio Americano Batista e, ao voltar, 8 anos depois, a igreja, sob a presidência do Pr. Josias Bezerra, havia iniciado uma transição em suas ações sociais, em função de que encerrou a Creche e iniciou outros tipos de serviços. Nesse período incentivamos a criação do "Núcelo de Atuação Social Emanuel - NASCE", para facilitar parcerias com poderes públicos.


Na Flórida, em face do contexto social, esta área foi menos priorizada, mas a decisão de vir para Salvador também sofreu influência do trabalho social desenvolvido pela Igreja que criou, em 1974, sob a presidência do Pr. Djalma Torres, o "Centro Comunitário Batista da Graça - CECOM", hoje C.C. B. Clériston Andrade.


Na Convenção Batista Brasileira, fiz parte do Comitê de Ação Social (órgão que, até então, ainda engatinhava no cumprimento de suas atribuições regimentais, como todos os demais)


Hoje, 33 anos depois, tenho consolidado em mim, tanto os pressupostos bíblico-teológicos para o envolvimento da igreja nesta área, quanto uma boa experiência em organizações e palestras sobre o assunto que me deixam muto à vontade para lidar com ele.


Trago uma firme convicção, inclusive bíblico-teológica, de que Deus não criou o mundo visando interessar-se apenas em tirar a "alma" de cada indivíduo do inferno e colocá-la no céu, no futuro. Deus achou muito bom tudo que criou, amou sua criação e nos desafia a sermos sal e luz deste mundo.


As formas de cada indivíduo ou igreja exercer esse papel podem variar, mas deixar de agir é uma heresia bíblico-teológica. Agir, em termos sociais, não é uma escolha, é um imperativo da vida e ensinos de Jesus. Decidir atuar ou não, como se o social fosse um nicho de mercado no qual se investe ou se deixa de investir em função de tradição ou experiência ou valor que agregaria ao empreendimento religioso, é um tremendo equivo. É uma demonstração de que somos regidos pelas leis do mercado e não pelo evangelho de Jesus.


Em tempos nos quais igrejas se transformaram em empreendimentos regidos pelo quantativismo, pela disputa de mercado, pela conquista de prestígio e poder, tempos nos quais há quem trate o social como uma arapuca para "pegar almas" e, até, para conquistar votos em período de eleições, o grande desafio é espelhar-se em Jesus.


Oremos, então, para que Deus desperte seu povo, a fim de que compreendamos que atuação social não é uma alternativa, é expressão do amor de Deus presente em nós.


Abraços do seu pastor,



Em tempo: em 1980, participei da implantação e trabalhei como tesoureiro do Projeto Social da Igreja Batista Imperial (Eli Fernandes de Oliveira) em parceira com a Visão Mundial

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