quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Decisão

A mente segue estável numa direção;
O coração, como que rebelde, na contramão.
Se por um lado um diz calmamente que sim,
Por outro, o outro, insistentemente, diz: não, não, não!
O coração, alegremente, parece ir para o ataque,
Na defensiva fica a mente com razão,
O coração viaja livre e leve pelo vento,
A mente, caminha firme com pés no chão.
O sonho de um é a liberdade da criação;
O do outro, a segurança da manutenção.
Galhos balançam, caules se envergam em movimento,
Raizes rígidas, se alimentam no escuro, sem sol, nem vento.
Múltiplos sons, graves e agudos, atigem a alma.
Ouvidos se focam, distinguem origens, testam a emoção.
Uma parte entende a mensagem como um suave sim.
Outra insiste, bastante sensível, como um sonoro não.
A alma se cansa, se contorce, reclama e se agita
Ora se desfalece, ora se revigora, ora grita
Ansiosa pede socorro ao eterno infinito
No silêncio responde: "és livre", ampliando o doloroso grito.
Delicioso é experimentar a liberdade.
Sem alternativas seria sentir-se na prisão.
Doloroso é o peso da resposabilidade.
Com oportunidades, difícil é a decisão.


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