sexta-feira, 17 de março de 2017

A propósito da Operação Carne Fraca

Comecei a trabalhar aos 15 anos em uma loja de materiais de construção. Aos 18, após servir o exército, fui trabalhar como auxiliar do Serviço de Inspeção Federal num frigorífico exportador, lá em Garça, que abatia 1200 bovinos por dia, na alta estação.

Havia um rodízio e a cada dia examinava uma parte dos animais abatidos. Cabeça (inclusive conferindo a idade do animal pelos dentes), lingua, intestino, coração, pulmão, fígado, rins, carcaça e um gânglio cujo nome não me lembro mais.

A qualquer sinal de contaminação ou de alguma suspeita de doença, o animal era remetido para uma inspeção final mais detalhada, inclusive com a presença de veterinário.

Lembro-me de que havia situações em que uma certa tensão acontecia entre inspetores e gerentes da empresa em função da equipe estar condenando mais a carne para consumo do que se gostaria. Mas o trabalho era feito com seriedade.

Desisti de trabalhar com carne pra trabalhar com espírito aos 20 anos. Tenho um filho vegano. Não consegui chegar a tanto.

Algo me fez lembrar dessa história hoje.

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