segunda-feira, 10 de abril de 2017

Xô, amargura III (Quando o racionalismo teológico é de fachada)

Hoje à tarde estava pensando nos quatro caminhos que Peter Scazzero recomenda em "O líder emocionalmente saudável", para enfrentarmos nossas sombras e dediquei um pouco mais de atenção a um deles que é "dominar seus sentimentos dando-lhes nomes".

Pensei mais nesse porque acompanho a reação racional, filosófica até, exposta através de linguagem inteligente e lúcida, da parte de algumas pessoas contra, por exemplo, os batistas, os evangélicos, uma igreja específica ou até contra a fé cristã, mas, por conhecer um pouco a história dessas pessoas, sei que as palavras são apenas um verniz para esconder a razão real das duras - mesmo inteligentes - críticas, que é um profundo sentimento de amargura não resolvido.

(Críticas fazem bem, são necessárias, quando elaboradas e expostas não por amargura, mas pelo interesse no bem da parte criticada)

Quem nunca experimentou algum grau de amargura, que atire a primeira pedra. Todos vivemos situações em nossos relacionamentos familiares, eclesiásticos, profissionais, enfim, nos quais nos sentimos injustiçados. O sentimento de injustiça é, talvez, o maior causador de amargura.

O problema é que, se tais pessoas não têm oportunidade de refletir sobre seus próprios sentimentos, de reconhecê-los dando os devidos nomes, elas não conseguem administrá-los e superá-los. Isso, além de provocar problemas de diversas naturezas pra elas próprias, prejudica também a vida de tantas outras pessoas que, muita vez, nada têm a ver diretamente com o problema.

Confesso que gostaria de conversar com algumas dessas pessoas. Inclusive para compartilhar dos momentos de amargura pelos quais já passei e como fez bem a mim conseguir compreendê-los, reelaborá-los e não mais permitir que eles exercessem controle sobre mim. Também para ajudá-las a chamar seus sentimentos pelo nome, libertando-se de seus efeitos nocivos.

Estamos expostos a experimentar amargura, inclusive porque nos relacionamos e todo relacionamento é conflituoso. Saber que, admitindo a amargura, reconhecendo a razão de sua presença em nós e dando a ela o devido nome, podemos administrá-la melhor e atè superá-la, é muito importante.

E aí, alguma amargura?

Xô amargura I
http://blogdoedvar.blogspot.com.br/2009/08/xo-amargura-i-2004.html

Xô amargura II
http://blogdoedvar.blogspot.com.br/2009/08/xo-amargura-ii-2004.html

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