terça-feira, 10 de julho de 2012

Restauração da Oração em Família - 11.07.12 - 80/100 dias de oração pelo Brasil

Conciliar dever e devoção sempre foi um desafio. Ninguém vive sem ser Marta, ninguém vive sem ser Maria. Definir qual dos dois deve ser priorizado é fácil. Nem é preciso pensar. Basta ler as palavras de Jesus e encontraremos a resposta: Maria escolheu a melhor parte. O problema é transformar teoria em realidade, inclusive porque isso também tem a ver com estrutura de personalidade.

Através do programa Rede Ministerial (
Bruce L. Bugbee e Bill Hybels), por exemplo, cada participante acaba descobrindo se o forte de sua personalidade é ser dirigido por pessoas ou por tarefas. Relacionamento não é o ponto forte de pessoas dirigidas por tarefa. Tais pessoas precisam ser mais disciplinadas, fazer um esforço maior, para lidarem com os relacionamentos. Isso envolve a oração, na medida em que oração é essencialmente relacionamento.

Se não bastasse isso, enquanto quem é dirigido por pessoas abandona tudo o que estiver fazendo para dar atenção a alguém, o dirigido por tarefas deixa com facilidade qualquer "alguém" para fazer o que entende que precisa ser feito.

Mas as pessoas dirigidas por pessoas também precisam fazer escolhas. Ainda que relacionamento seja algo mais forte em suas personalidades, escolher investir mais tempo em momentos de comunhão com Deus ou com pessoas humanas também tem a ver com prioridades.

Seja lá qual for o seu e o meu perfil, ambos admitimos que investir tempo em oração é importante, mas priorizá-la, em termos de tempo, é um desafio.

Cresci em Garça, SP. A cidade era pequena. O clima frio. Fogão a lenha (ou à lenha com tornou-se aceitável) era presença certa em todas as casas.Televisão em casa era privilégio de poucos. Ir ao cinema contrariava a disciplina da igreja. Deslocar-se a pé para qualquer lugar era rápido. Havia poucos carros e, portanto, nada de engarrfamento. Sentar-se na calçada de casa para jogar conversa fora ou usar a rua para brincar joga bola, burica (bola de gude), malha, pião ou bets; brincar de jaracatia, queimada, esconde-esconde; pular corda; disputar cabo de guerra, enfim, era comum. Contar aos filhos que naquele tempo havia um empregado da Prefeitura que, a cada final de tarde ia de poste em poste pelas ruas da cidade acendendo as lâmpadas, tornou-se uma piada.  Tudo conspirava a favor das reuniões diárias em família.

Meus filhos cresceram no Recife, em contexto diametralmente oposto.

Viver a transição entre tempos bucólicos e vida em megas cidades com tudo de bom e ruim que os avanços tecnológicos e a possibilidade de vida nortuna propiciaram, chegou a ser gerador de sentimento de culpa e continua sendo para aqueles que insistem em não enxergar ou admitir que aqueles tempos passaram para cidadãos metropolitanos e nem são iguais para os interioranos.

Não pensem que sou pessimista, nem que não seja defensor da oração em família. Apenas digo que o desafio de fazer isso diariamente torna-se cada dia mais desafiador e, quem não consegue, não deve ser visto como desinteressado pela vida espiritual. O contexto sócio-econômico é desfavorável.

Reconhecer isso, bem como reconhecer o valor da oração em família é passo importante na busca de solução.

Daí ser importante orarmos, pedindo a Deus sabedoria para encontrarmos caminhos que nos ajudem a fortalecer a vida de oração em família, mesmo diante de..

Abraços do seu pastor,

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