Crianças que vivem nas ruas - 24.07.12 - 94/100 dias de oração pelo Brasil
Caminhávamos por uma das ruelas de Granada, Espanha, na semana passada e nos deparamos com uma mãe cigana, comum na região, tendo nos braços uma criança e pedindo ajuda. Ela expunha seu bebe como meio de sensibilizar os passantes, visando conseguir algum dinheiro. Não emito juizo de valor sobre a ação da referida mãe. Exceção em Granada, mas comum na realidade brasileira, serve como indicador de como crianças podem ser usadas. Se crescem sendo usadas para pedir dinheiro nas ruas, excepcionalmente poderão trilhar por caminhos melhores. Pelo contrário, a tendência é utilizar-se de meios piores para sobreviver.
A questão que me incomoda é geralmente ouvir pessoas dizendo da mãe: - olha aí, tão nova, poderia estar trabalhando, mas fica pelas ruas pedindo dinheiro. É certo que há pessoas que, por razões que não vêm ao caso, decidem ir às ruas pedir esmola, em vez de buscar trabalho. Mas é certo, também, que a maneira como a sociedade está estrutura e a maneira como se exerce o poder e se usa o dinheiro público são fábricas de pessoas nestas condições.
As crianças são sempre vítimas. Elas dependem de adultos saudáveis que lhes ofereçam condições de vida saudáveis, que lhes ensinem o caminho por onde trilhar, que lhes alimente de esperança, de confiança e lhes diga, com seus exemplos, que vale a pena amar, trabalhar, viver enfim, de maneira respeitosa consigo e com seu semelhante.
A questão de crianças nas ruas, portanto, não é um problema a ser resolvido exclusivamente por seus pais. Seus pais são os primeiros responsáveis por elas, mas se eles não tiverem acesso à renda que, por razões éticas, deve ser compartilhada de maneira socialmente justa, se não tiverem aesso à educação e saúde de qualidade; se não tiverem condições de usufruirem de habitação, segurança, transporte, enfim, de qualidade, não adianta reclamarmos da presença de crianças nas ruas e muito menos ter "pena" delas.
Se o evangelho que anunciamos não enxerga o corpo das pessoas, não visa suas vidas concretas e se elas são "vistas" apenas como uma substância a ser protegida do inferno futuro, um número a ser acrescentado numa relatório, numa relação de membros, num relatório financeiro, de nada adianta orarmos pelas crinças que vivem nas ruas.
Não seremos melhores do que a mãe que usa um bebe para pedir esmolas, se criarmos instituições para acolher crianças desamparadas apenas como jogada de marketing, para ter o que dizer na hora de levantar recursos financeiros junto aos membros das igrejas. Se não nos conscientizarmos de maneira clara, objetiva, inequívoca, que cooperar efetivamente para uma sociedade mais justa, deve ser uma filosofia ministerial permanente, constante, envolvendo assistência, serviço e ação social, não seremos em nada melhores do que a mãe citada no início desta reflexão.
Abraços do seu pastor,
A questão que me incomoda é geralmente ouvir pessoas dizendo da mãe: - olha aí, tão nova, poderia estar trabalhando, mas fica pelas ruas pedindo dinheiro. É certo que há pessoas que, por razões que não vêm ao caso, decidem ir às ruas pedir esmola, em vez de buscar trabalho. Mas é certo, também, que a maneira como a sociedade está estrutura e a maneira como se exerce o poder e se usa o dinheiro público são fábricas de pessoas nestas condições.
As crianças são sempre vítimas. Elas dependem de adultos saudáveis que lhes ofereçam condições de vida saudáveis, que lhes ensinem o caminho por onde trilhar, que lhes alimente de esperança, de confiança e lhes diga, com seus exemplos, que vale a pena amar, trabalhar, viver enfim, de maneira respeitosa consigo e com seu semelhante.
A questão de crianças nas ruas, portanto, não é um problema a ser resolvido exclusivamente por seus pais. Seus pais são os primeiros responsáveis por elas, mas se eles não tiverem acesso à renda que, por razões éticas, deve ser compartilhada de maneira socialmente justa, se não tiverem aesso à educação e saúde de qualidade; se não tiverem condições de usufruirem de habitação, segurança, transporte, enfim, de qualidade, não adianta reclamarmos da presença de crianças nas ruas e muito menos ter "pena" delas.
Se o evangelho que anunciamos não enxerga o corpo das pessoas, não visa suas vidas concretas e se elas são "vistas" apenas como uma substância a ser protegida do inferno futuro, um número a ser acrescentado numa relatório, numa relação de membros, num relatório financeiro, de nada adianta orarmos pelas crinças que vivem nas ruas.
Não seremos melhores do que a mãe que usa um bebe para pedir esmolas, se criarmos instituições para acolher crianças desamparadas apenas como jogada de marketing, para ter o que dizer na hora de levantar recursos financeiros junto aos membros das igrejas. Se não nos conscientizarmos de maneira clara, objetiva, inequívoca, que cooperar efetivamente para uma sociedade mais justa, deve ser uma filosofia ministerial permanente, constante, envolvendo assistência, serviço e ação social, não seremos em nada melhores do que a mãe citada no início desta reflexão.
Abraços do seu pastor,
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