Sigo pela fé ou peço sinais?
Comecei a refletir sobre o conceito fé na adolescência e recebi algumas influências de palestras do Pr. Massatero Enoue (?), em encontros de jovens do Departamento de Mocidade Batista da Associação Centro do Estado de São Paulo. Com ele iniciei a compreensão de que a busca por sinais revelaria a fragilidade da fé e que, quanto mais amadurecida a fé, menos precisaríamos de sinais.
Com as encruzilhadas da vida, porém, fui aprendendo que nem sempre a realidade se encaixa nos conceitos; que uma coisa é o conceito, outra a aplicação dele em contextos específicos, objetivos, especialmente obscuros, de profunda pressão, de escolhas do tipo: "se correr o bicho pega, se ficar o bicho come"; que a razão é essencial, mas ninguém é tão maduro espiritualmente a ponto de nunca agir como Gideão.
Só pra recordar: “E Gideão disse a Deus: “Quero saber se vais libertar Israel por meu intermédio, como prometeste. Vê, colocarei uma porção de lã na eira. Se o orvalho molhar apenas a lã e todo o chão estiver seco, saberei que tu libertarás Israel por meu intermédio, como prometeste”. E assim aconteceu. Gideão levantou-se bem cedo no dia seguinte, torceu a lã e encheu uma tigela de água do orvalho.
Disse ainda Gideão a Deus: “Não se acenda a tua ira contra mim. Deixa-me fazer só mais um pedido. Permite-me fazer mais um teste com a lã. Desta vez faze ficar seca a lã e o chão coberto de orvalho”. E Deus assim fez naquela noite. Somente a lã estava seca; o chão estava todo coberto de orvalho.” (Juízes 6:36-40)
É isso. Compreender o conceito fé é bom. Melhor, porém, é saber lidar com ele diante das alternativas que nos encurralam e nos desafiam. Há contextos nos quais melhor é assumir: ela é frágil, imatura e precisamos de sinais. Ora mais, ora menos. Uns mais, outros menos...
Ter fé é bom e necessário. Ter alternativas de escolha, mesmo sob pressão, é melhor do que não tê-las. Decidir, porém, muita vez exige que fiquemos entre a fé e os sinais. Como cada um sabe "onde aperta o seu sapato", cada um segue seu coração, de preferência, recomendo, em oração. Eu mesmo, algumas vezes, fico indeciso: sigo pela fé ou peço sinais?
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