sábado, 2 de junho de 2012

Nordeste, o desafio que clama: "Quem me valerá"? - 02.06.12 - 41/100 dias de oração pelo Brasil

Já declarei meu amor pelo nordeste, em texto disponível neste blog. Porém, são os mais de 30 anos vividos na região, tendo nascido e criado no interior paulista (e Gláucia no interior do Amazonas), e recebido várias consultas para exercer o ministério em outros lugares, que atestam o que declaro nesse texto. Aqui nasceram nossos dois filhos e somos, portanto, nordestinos por opção.

Na condição de pastor e atuando em cargos e funções de liderança denominacional, conheço todas as suas capitais (morei em 3 delas) e uma infinidade de cidades pelos interiores
da região, exceto de dois estados. Posso dizer, portanto, do que há de belo e do que há de doloroso produzido muito mais pela postura ético-político-administrativa das lideranças do que pela índole da população (e muito menos pela idolatria, como certo professor norte-americano tentou nos convencer).

Convivi com a religiosidade do sudeste brasileiro, inclusive observando as romarias feitas, por exemplo, a Aparecida do Norte, por isso me incomoda as referências, geralmente condenadoras, pejorativas até, quando o assunto é nordeste.


 Pouco se fala da "pobreza religiosa" e das lendas que também permeiam o imaginário de habitantes de regiões interioranas dos estados mais ricos econômico-financeiramente.

O tom usado por alguns, quando se referem a um tipo de religião presente na Bahia não é o mesmo quando a referência é ao Rio Grande do Sul, onde a presença deste tipo de prática religiosa é até maior.

Alguns nem se dão conta de que o viés ideológico-cultural em nós introjetado, movido por preconceito econômico-financeiro, fala mais alto do que a realidade.
E nós, do lado de cá, ouvimos, pouco avaliamos, pouco reagimos. 

Já desenvolvi ojeriza a vídeos que usam a condição empobrecida na qual muitos vivem, visando levantar oferta sem objetivo claro e inequívoco de intervir em tal condição. Chega de oferecer a convivência com um inferno presente em troca de um céu futuro. A questão aqui não é a teologia do céu ou do inferno, mas a psicologia temporal e a ideologia política que tem norteado a visão resumida na frase: a desgraça presente do outro não merece atenção, em face da glória celestial futura.

O Deus revelado em Jesus quer que tenhamos vida plena, sem exclusão ou supervalorização de quaisquer de suas dimensões
, caracterizada por amor, justiça, comunhão, solidariedade. A definição de uma escala de valores dessas dimensões visando omissão na defesa da importância e ação em favor de alguma delas é diabólica.

Hoje, ao orarmos pelo nordeste, reflitamos diante de Deus sobre como nossos pensamentos, sentimentos e ações podem ser usados para ajudar na mudança da qualidade de vida desta região
, pelo menos em nosso raio de influência, pois ela também faz parte do mundo amado por Deus.

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