sexta-feira, 22 de junho de 2012

A importância da oração no dia a dia da família pastoral - 22.06.12 - 61/100 dias de oração pelo Brasil

Nos tempos de seminário, vez por outra a conversa sobre vocação pastoral e a relação com sua família vinha à tona. O consenso era: o pastor precisa estar sempre em diálogo com sua família, pois ele é vocacionado para a função que exerce, mas seus filhos necessariamente não.

 Até mesmo a esposa do pastor não tem que ter, necessariamente, a mesma vocação do marido-pastor. É até bom, dependendo do perfil de personalidade dos dois, que não tenha. Mas, se ela não se sentir vocacionada para ser esposa de alguém que exerce a função pastoral, dificilmente ele conseguirá se manter no ministério. Pra mim, ser esposa de pastor exige um tipo de específico de vocação: ser esposa de pastor. Ela deve ter liberdade para ser e fazer escolhas de uma esposa comum, mas deve ter consciência de que a atividade pastoral, por todos os simbolismos que a envolve, quando levada a sério, é incomum.

 Creio, também, ser importante destacar a idéia: (o pastor) "ser vocacionado para a função que exerce", pois há também um sentido amplo de vocação aplicado a todos. Nesse sentido, as exigências e respeito ao modo de ser da família do pastor devem ser os mesmos de todas as famílias da igreja.

Há muita família de pastor destruída por querer atender as expectativas de "crente manipulador" ou vivendo de fachada, para garantir a "autoridade" do pastor. Só não consegue ser família. Isso acontece, inclusive, pelo mal uso da frase: "se o pastor não cuidar de sua própria casa, como cuidará da igreja?" Em outras palavras: se ele não trouxer sua família no cabresto, impondo que ela seja como as pessoas esperam que ela seja, não terá capacidade de trazer a igreja no cabresto, para que ela seja o que ele e outros decidem que ela deve ser.

Creio, então, no contexto dessas palavras, que a maior importância da oração no dia a dia da família pastoral é para que ela encontre força e coragem para ser família de gente, de carne e osso, e não a expectativa de crentes indispostos ou incapazes de pensar o signficado e aplicação de textos bíblicos.

 Ser uma família de oração é ser uma família na qual os componentes aprendem a importância de viverem em comunhão com Deus, ouvindo sua voz e expressando seus sentimentos e pensamentos, num diálogo íntimo. Se conseguirem reservar um horário do dia para exercitarem esta comunhão juntos, ótimo! Se não conseguirem, que tenham a consciência e o compromisso da importância da "vida de oração" para serem capazes de ser não o que determinados crentes esperam e até exigem, mas de ser pessoas comuns que amam a Deus e querem seguir a vida em paz com ele e com os semelhantes.

 Se cada membro da família pastoral, por vocação própria, atuar na estrutura eclesiástica, muito bom! Se não, isto é, se cada um encontrar seu papel no mundo e optar por exercer sua vocação em outras estruturas sociais, muito bom também! O importante é que:  "se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De sorte que, ou vivamos ou morramos, somos do Senhor" (Rom.14.8).

Ore, então, pela família do seu pastor, para que ela seja capaz de ser simplesmente família, com erros e acertos a que todas têm direito.


Abraços do seu pastor,

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